16
setembro
As histórias de quem fez história no Ypiranga
O Blog do Ney Lima segue nesta quarta-feira (16), com a série de entrevistas intitulada “Por Onde Anda?”, que tem como objetivo destacar as principais personalidades que fizeram parte da história do Ypiranga ao longo dos seus 77 anos. Com relatos de atletas, treinadores, entre outras pessoas que participaram das alegrias e tristezas do clube, além de relatar o que eles fazem nos dias atuais.
Para esta quarta reportagem, a equipe da Avant Comunicação & Mídia recebeu o ex-atleta Flávio Balbino, autor do primeiro gol alviazulino na história do Campeonato Pernambucano.
Flávio Balbino Bezerra (49 anos), natural de Santa Cruz do Capibaribe, fala sobre a sua atuação nas fases amadora e profissional da equipe, suas participações em outros times, além de relatar o que faz atualmente.
Blog – Como e quando você surgiu no futebol e como veio parar no Ypiranga?
Flávio Balbino – Eu comecei na equipe do Marión de Tal Chagas, um time que ele teve a ideia de fazer com uma molecada de 13 a 14 anos de idade, depois surgiu o Escolinha e nós fazíamos cesta para vender no comércio e arrecadar fundos para comprar o nosso padrão e nessa época, Toinho Sulanca era o nosso treinador. Depois a Escolinha ficou como uma espécie de juvenil do Ypiranga, então Domir passou um período sendo o treinador e nos treinos eu fui me destacando e cheguei ao Ypiranga amador e tenho uma imensa gratidão de ter jogado junto de Papaco, Domir, Soares, Tantinha, Nêgo Di, que na época era com apenas jogadores da cidade e região, isso foi o meu início no Ypiranga e depois passei um período nos juniores do Central. Em 1993, o pessoal do Ypiranga já estava com a ideia de profissionalizar a equipe, foi então que voltei ao Ypiranga e assinei em 1994, então iniciei a minha trajetória como profissional.
Blog – Qual era a sua posição em campo e suas principais características?
Flávio Balbino – Eu atuava como meia-esquerda, utilizava mais o domínio de bola, drible, lançamentos, toque de bola, goleador não, mas eu era um meio-campista avançado.
Blog – Na época que aconteceu a mudança do amador para o profissional, o que foi passado de mudança de postura para o elenco através da diretoria?
Flávio Balbino – Na realidade, nós tínhamos um semiprofissionalismo e ainda tínhamos aqueles resquícios de amador e, aos poucos fomos nos adaptando para o profissionalismo e dentro da diretoria, nessa época Zé Nelson e Zé Preto era quem comandavam o futebol, eles foram dando algumas pinceladas, já tínhamos alguns jogadores experientes e profissionais como era o Domir e Dimas (Dantas) era já era o nosso treinador, ele já tinha aquela postura de profissional e passou por vários times e então fomos nos adaptando aos poucos, mas sempre com aquela questão um pouco mais do amadorismo.
Blog – Por ser atleta ‘prata da casa’, a cobrança era maior ou você observava isso com naturalidade?
Flávio Balbino – Na época não, por que a maioria era tudo da “casa”, cerca de 80%, eu digo da ‘casa’ por que era de Jataúba, Toritama, e de fora só tínhamos o Zito que era de Caruaru, e depois quem se incorporou ao time foi o Cicero (Monteiro) que era o nosso zagueiro e capitão.
Blog – Qual foi o momento mais importante da sua vida como jogador de futebol?
Flávio Balbino – Foi o primeiro gol que eu fiz pelo Ypiranga, que foi o primeiro da equipe em Campeonato Pernambucano, foi contra o Íbis e dentro desse relato, eu soube que um locutor disse ‘um bambo, que Flávio fez’, mas naquelas alturas não foi, já foi uma jogada consciente mesmo, pois eu lembro que o goleiro veio pra cima de mim e eu dei um toque por cima e, esse foi um momento feliz na minha vida.
Blog – Quais os clubes que você atuou e o que lhe motivou a abandonar profissionalmente os gramados?
Flávio Balbino – Bem antes do Ypiranga foi apenas o Central, um pouco amador e depois participei em algumas partidas profissional. No Ypiranga não foi questão de desmotivar, é que eu estava com a idade entre 27 a 28 anos de idade e a estrutura que o Ypiranga dava é a mínima possível, nós jogávamos mesmo era com a vontade e a garra, questão de salários pra mim num fazia muita questão não, até por que o Ypiranga não tinha essa condição total de dar um salário, mas era muito pouco e eu já estava prestes a se casar e foi uma das formas que procurei o melhor para a minha família.
Blog – Como surgiu a ideia de confeccionar por um bom tempo os uniformes do Ypiranga?
Flávio Balbino – Quando eu parei de jogar, eu fui confeccionar material esportivo e surgiu nessa época, a Rota do Mar que já teria começado a patrocinar o Ypiranga, e então Arnaldo (Xavier) me convidou na loja dele, e fui até o escritório que era Avenida Cabo Otávio, e ele (Arnaldo Xavier) perguntou se eu queira fazer o material do Ypiranga, e disse ‘eu topo, me passa o modelo e o mais ou menos como é a tua ideia e faremos o possível para te atender’ e desde essa ideia, estamos já nessa empreitada que é ser confeccionista na parte do futebol.
Blog – Quais foram os melhores atletas que você atuou ao lado ou mesmo jogando contra?
Flávio Balbino – O melhor ao lado foi sem dúvidas na época do amador mesmo, Domir, Soares, Papaco e no primeiro período do profissional tivemos Mamá, Marcelo, Eu, Valmir, o Nem que passou um pequeno período, Raimundo, Cesar o meu sobrinho, eram jogadores muitos bons da época e eu sou agraciado por esses dois momentos. Ao lado também em 1995 tivemos o Jacozinho, Jayme e naquela época existiam jogadores muitos bons e contra, eu tive a satisfação de jogar contra aquela turma do Sport, que tinha Juninho (Pernambucano), os zagueiros Adriano e Sandro, Zinho e que até vencemos eles lá na Ilha, aquela equipe era muito boa, mesmo eles jovens, mas eram bons demais, e contra também tive a satisfação de atuar contra o ex-goleador no Náutico, Bizú.
Blog – Atualmente, em sua opinião o que diferencia tecnicamente o Ypiranga amador para as últimas equipes que foram formadas no profissional?
Flávio Balbino – Eu acho que o Ypiranga naquela época se fosse hoje estaria disputando bem, eu não quero ser muito otimista nesse aspecto, mas dentro disso daí tem poucos jogadores profissionais iguais aos que eu passei no Ypiranga com amador e, acredito que aquela equipe era melhor do que algumas formadas principalmente essas do ano passado e desse ano, que são horríveis, eu particularmente faz dois anos que eu não piso no campo do Ypiranga e, não tenho mais vontade não, primeiro por um certo descuido da administração, tratam o Ypiranga de uma forma, sendo na maioria das vezes muita negativa e dentre esses dois anos pra cá, sinceramente não dá vontade ver por que é horrível mesmo.
Blog – Qual o seu maior orgulho e a maior decepção atuando no futebol?
Flávio Balbino – Meu orgulho foi ter participado do Ypiranga amador e também ter atuado no profissional, esses foram o meu orgulho, ter defendido o Ypiranga e ter passado um período de aprendizado no Central e surgiram algumas coisas absurdas lá, mas eu sempre tive a educação de família boa, que era de mim colocar no lugar. Já a decepção, eu creio que é o cuidado das diretorias que não é um cuidado bom para os jogadores, alguns deles, quando eu passei por profissional e essa é uma decepção que eu gostaria de externar, por não ter uma estrutura para acolher tantos jogadores bons na minha época, que eram alguns jogadores da região que tinham condições de ter se desenvolvido mais, não por falta de vontade da diretoria, mas dar uma estrutura em si que o Ypiranga deveria ter, realmente é difícil e isso deixa uma tristeza enorme.
Blog – O que Flávio Balbino faz atualmente na vida?
Flávio Balbino – Eu sou confeccionista como a maioria daqui de Santa Cruz e, ainda estou no ramo de esportes, e sigo fabricando com a marca da Rota do Mar, pois eles sempre fazem os pedidos e com isso estou tentando garantir o futuro da família com o melhor, que dentro dessa minha área que é a confecção esportiva.
09
setembro
As histórias de quem fez história no Ypiranga
O Blog do Ney Lima segue nesta quarta-feira (09), com a série de entrevistas intitulada “Por Onde Anda?”, que tem como objetivo destacar as principais personalidades que fizeram parte da história do Ypiranga ao longo dos seus 77 anos. Com relatos de atletas, treinadores, entre outras pessoas que participaram das alegrias e tristezas do clube, além de relatar o que eles fazem nos dias atuais.
Para esta terceira reportagem, a equipe da Avant Comunicação & Mídia recebeu o ex-atleta e ex-treinador do clube, Rubens Monteiro, o técnico que em mais jogos comandou a equipe alviazulina.
Rubens Monteiro de Barros (52 anos), natural de Santa Cruz do Capibaribe, fala sobre a negociação dos salários atrasados em troca de lycra, o mesmo comenta a sua participação a frente dos juniores do clube, suas atuações em outras equipes, além de relatar o que faz atualmente.
Confira a entrevista:
Blog – Como foi o seu início no futebol e como você veio parar no Ypiranga como jogador?
Rubens Monteiro – O meu início foi pelo Ypiranga no final da década de 1970, onde eu tive a maior satisfação em começar, depois fui morar em Caruaru, joguei no juniores do Central, onde passei muito tempo, depois tive uma passagem pelo juniores do Sport, voltei para o Central, onde assinei um contrato profissional e tive o prazer de jogar quatro anos por lá, porém o mais importante foi no início mesmo pelo Ypiranga.
Blog – Qual era a sua posição em campo e quais as suas principais características?
Rubens Monteiro – Eu atuava de volante, como um quarto-zagueiro e eu tive um ponto importante que era a bola parada, que treinei muito. Teve até campeonatos que decidimos jogos através da bola parada, creio que seja importante a gente ter dentro de campo esse diferencial, era um ponto forte meu, que era essas bolas paradas.
Blog – Quais os clubes que você atuou como jogador, em que ano você parou de jogar e quais foram os motivos?
Rubens Monteiro – Eu tive o prazer nesses momentos em que atuei em passar quatro anos no Central, passei por duas seleções pernambucanas, quando na primeira vez tive o prazer de jogar ao lado do ex-zagueiro Ricardo Rocha, um cara que construiu uma história bonita na seleção brasileira, acredito que esse tempo foi muito importante começando pelo Ypiranga, quando comecei muito novo, mas, parei aos 22 anos devido a uma cirurgia.
Blog – Gostaria que você comentasse sobre o planejamento em que a diretoria fez com você, para se dedicar integralmente as equipes de Juniores, que resultaram em grandes conquistas e também revelações para o futebol?
Rubens Monteiro – Naquela época, mostramos a importância do trabalho da base, depois de três anos de trabalho da base, chegamos a ser vice-campeão pernambucano, e acho que isso foi marcante, foi um trabalho em que a diretoria deu um suporte muito grande, além do comércio e os empresários de Santa Cruz. Não é fácil trabalhar em uma equipe intermediaria que é o Ypiranga, para você chegar e enfrentar as grandes equipes do futebol pernambucano e chegar a ser vice-campeão do Estado. Isso tudo foi um conjunto que foi bem trabalhado e o trabalho da base foi fundamental e acredito que o Ypiranga tem que começar por ai, trabalhar com esse pessoal e ter paciência.
Blog – Como foi a responsabilidade de treinar pela primeira vez a equipe profissional do Ypiranga em 1995, que era de certa forma uma constelação de atletas e vários jogadores já consagrados?
Rubens Monteiro – Isso tudo começou pela base, onde estávamos fazendo um trabalho e, futebol é resultado. Tinha chegado um momento em que o treinador do Ypiranga, Jagunço, não estava tendo os resultados positivos e então recebi o convite de Maviael que era o presidente naquele tempo. Era uma equipe muito forte com jogadores muito bons e aceitei, conversei com eles e o importante foi a união do grupo com a minha pessoa e graças a Deus fizemos uma grande campanha. Tínhamos grandes jogadores como, Mimi, Jacozinho, Gaúcho, Raimundo, Júnior, Jaime, Flávio e chegamos juntos contra os grandes times que tinha na época, o Náutico, Sport e Santa Cruz, onde conseguimos ainda ganhar uma fase e consequentemente perdemos o turno no Arruda para o Santa por 2 a 1. Mas foi uma grande campanha e foi o meu começo como treinador.
Blog – Rubens Monteiro ficou conhecido no Brasil inteiro como “O treinador das Calcinhas”, gostaria que você relatasse sobre o caso da dívida de três meses por parte de Maviael, que resultou em compras de lycras e entregue a você como forma de pagamento e que foi destaque no país.
Rubens Monteiro – Era uma época em que o Ypiranga não se encontrava em um bom momento financeiro, que é comum em alguns clubes em atrasar os pagamentos e, Maviael, que era o presidente na época tinha uma loja de tecidos e vendia a lycra e, no momento eu também fabricava calcinha. Nós conversamos e fizemos um acerto na lycra, onde aquela lycra iria confeccionar as calcinhas, e eu isso ai pegou, saiu na Folha de São Paulo, Revista Placar, Esporte Espetacular e acredito que isso foi importante, pois resolvemos tudo e terminou sendo uma história bem engraçada. Os jogadores ficavam, Rubinho olha as calcinhas, vai treinar as calcinhas é?
Confira abaixo a matéria na íntegra veiculada em 1999 no programa Esporte Espetacular da Rede Globo:
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Blog – A edição de dezembro de 1995 da Revista Placar, trazia em duas páginas uma matéria com o título “A Guerra dos Espertos”, em relação a essa dívida, o que realmente aconteceu, já que a matéria destaca as diferenças de valores nos pagamentos, e ela encerra assim: “Maviael tanto insistiu que acabou enrolando Monteiro”…
Rubens Monteiro – Foi um momento engraçado, mas deu certo esse acerto, pois ele vendia o produto e eu confeccionava e, foi um acerto amigável, não tivemos nenhum problema, mas também não existia cobrança, nem da minha pessoa e nem por parte de Maviael, nós sentamos e por pouco tempo resolvemos e, teve até uma história em que a Revista Placar esteve aqui em Santa Cruz, na loja dele e foi feita uma reportagem sobre esse fato, mas foi uma história que acabou levando o nome da cidade e do Ypiranga para todo o Brasil.
Blog – Quais foram os melhores atletas que você viu jogar em sua carreira, tanto como jogador ou mesmo como treinador?
Rubens Monteiro – Acredito que foram tantos, começando aqui pelo Ypiranga, na minha época tinha o Neto, que era um meia que veio do time do Campinense (PB), daqui de Santa Cruz tinha Domir, que tinha um nível acima de todos. Um habilidoso também era o Papaco, outro também que vi no profissional com muita qualidade foi o volante, Wilson Surubim, era um jogador que pensava demais.
Blog – Qual o seu maior orgulho no futebol e qual foi a sua maior decepção na vida futebolística?
Rubens Monteiro – Meu orgulho foi ter começado pelo Ypiranga, pois foram 25 anos como jogador, diretor e treinador, já minha maior decepção foi no começo, pois eu estava muito bem e então passei quase um ano sem poder jogar futebol.
Blog – O que Rubens Monteiro faz atualmente?
Rubens Monteiro – Agora eu estou satisfeito, trabalhando como diretor de esportes de Santa Cruz e tenho orgulho de dizer que tenho uma equipe muito boa, com pessoas comprometidas e que gostam do que fazem. Agradeço a oportunidade e estamos procurando sempre o melhor para os esportes do município.
01
setembro
As histórias de quem fez história no Ypiranga
O Blog do Ney Lima segue nesta terça-feira (01), com a série de entrevistas intitulada “Por Onde Anda?”, que tem como objetivo destacar as principais personalidades que fizeram parte da história do Ypiranga ao longo dos seus 77 anos. Com relatos de atletas, treinadores, entre outras pessoas que participaram das alegrias e tristezas do clube, além de relatar o que eles fazem nos dias atuais.
Para esta segunda reportagem, a equipe da Avant Comunicação & Mídia entrevistou o ex-atleta Domir, considerado por muitos, o melhor atleta que já vestiu a camisa alviazulina.
Valdemir Silvestre da Silva (60 anos), natural de Santa Cruz do Capibaribe, fala sobre os bastidores em torno do início de sua carreira, suas atuações em outros clubes, além de relatar o que faz atualmente.
Confira a entrevista:
Blog – Como foi o início de sua carreira no futebol?
Domir – Eu comecei em 1970 aos 15 anos de idade, era muito novo. Naquela época, era a maior dificuldade para começar a treinar e, quando foi em um jogo, Surubim (in memória) me convocou e tinham pessoas que não queriam que eu entrasse, pois achavam que eu era novo demais. Quando foi nesta mesma partida contra o Altinense, nós vencemos por 3 a 1, e eu acabei fazendo os três gols e, de lá pra cá não sair mais. Na época que comecei, existia mais amor e não tinha nada por dinheiro, e hoje em dia o futebol é totalmente diferente.
Blog – Qual era a sua posição e quais as suas características?
Domir – Eu comecei a jogar de volante, mas eu era um jogador muito batalhador e diferenciado, por que eu fazia muitos gols e gostava muito bem de bater faltas.
Blog – Qual foi a época que você considera mais importante da sua vida defendendo o Ypiranga?
Domir – A época que eu acho mais importante foi no meu início, pois eu comecei na época de setenta e, acho que esse time foi o melhor Ypiranga de todos os tempos, jamais poderei esquecer essa data.
Blog – Você é considerado por muitos, como o maior ídolo do clube, o que isso representa para você hoje em dia?
Domir – Para mim isso é natural, pois eu nunca liguei para essas coisas, eu sempre quis a igualdade, e tanto Domir, quanto Joninha, como Toinho de Zé Néo, Rubinho e tantos outros jogadores, que vou terminar esquecendo alguns. Eu não sou melhor do que ninguém, pois acho todos iguais.
Blog – Você era tido com um jogador que não cansava em campo e que mantinha uma vida saudável por não participar de farras. Em sua opinião, o que esse cuidado pode contribuir para o rendimento dos atletas em campo?
Domir – Eu sempre achei que futebol é força e sempre me preparei. Hoje, eu estou com 60 anos, mas sempre treino uma hora por dia, correndo. Eu acho que se todos os atletas fossem desse jeito, jamais o ‘camarada’ iria parar com 20 ou 30 anos, é por que a maioria não se cuida e no futebol o atleta tem que se preparar, você pode ter a técnica que for, mas se você não se cuidar, você nunca será um jogador de futebol.
Blog – Além do Ypiranga, quais foram os outros clubes que você atuou?
Domir – Eu atuei no Esporte Clube Caruaru, que atualmente é o Porto, joguei no Central de Caruaru, então fui para o Alecrim de Natal (RN), mas, a equipe que mais gostei mesmo de jogar foi no Ypiranga e tenho muito orgulho do clube e a sua torcida para mim é melhor do que o Ypiranga.
Blog – Em que ano e o que lhe motivou a abandonar o futebol profissionalmente?
Domir – Eu fui contratado pela equipe de Natal, foi o clube que eu ganhei mais dinheiro e em 1982 em uma partida contra o Central, eu fraturei o pé, então fiquei em Natal e passei cerca de seis meses parado e só recebendo, foi então que me decepcionei e tive que parar.
Blog – Você já pensou em ser treinador de futebol?
Domir – Todos os jogadores de futebol pensam em um dia ser treinador, é como um garoto de 14 anos que quer ser um jogador de futebol, só que muitas das vezes você pega um treinador e uma diretoria que só visam dinheiro, e acho que futebol não é isso, temos que dar a oportunidade a quem realmente joga bem e o dinheiro não pode prevalecer nessas coisas. O ‘camarada’ que joga futebol por pobre que ele seja, tem que ser dada a oportunidade e que não houvesse ‘panelinha’.
Blog – Qual foi o melhor atleta que você viu jogar em sua carreira?
Domir – Eu poderia citar o Zico, mas o atleta que realmente eu vi jogar e inclusive joguei contra, foi o Roberto Dinamite (o maior artilheiro da história do Campeonato Brasileiro com 190 gols), ele era um grande jogador e acho que o futebol de hoje está muito diferenciado e nivelado.
Blog – Qual foi o seu maior orgulho e a sua maior decepção em sua carreira?
Domir – Meu orgulho foi ter começado profissionalmente aos 25 anos de idade, pois ainda joguei Campeonato Brasileiro e, a decepção eu confesso que não tive.
Blog – O que Domir atualmente faz na vida?
Domir – Eu tenho um comércio no Centro de Santa Cruz do Capibaribe, onde vendo retalhos, tecidos e com isso eu vou batalhando pelo resto da vida. Eu acho que o mais importante não é a riqueza, e sim, trabalhar de cabeça erguida.
25
agosto
Prova que revela talentos no esporte
No próximo sábado (29) Santa Cruz do Capibaribe se tornará a terra das disputas radicais, onde ciclistas do município mostrarão suas habilidades na primeira etapa do Campeonato Santa-cruzense de Bicicross.
Ao todo, 17 categorias entram na pista pela disputa dos pontos, troféus e também medalhas. A prova, que é organizada pela Associação de Bicicross de Santa Cruz do Capibaribe (ABSCC) é um dos principais reveladores de talentos para o esporte no município e as inscrições estão abertas.
Pilotos a partir de cinco anos de idade, de ambos os sexos, já podem participar da competição. De acordo com os organizadores, as inscrições custam R$ 20,00 e 1kg de alimento não perecível (feijão, arroz, macarrão entre outros, menos sal) da categoria Boys (5-6 anos) até a Feminino 15+. Já para os competidores das Categorias Elite Master e Elite Man, as inscrições custam R$ 40,00.
As inscrições podem ser feitas através do telefone (81) 99173-8498 ou através do e-mail georgejose2@hotmail.com. Os mesmos contatos também servem para busca de maiores informações do evento.
Os alimentos arrecadados farão parte de cestas básicas, que serão distribuídas a famílias carentes da região.
As provas serão realizadas a partir das 17h na pista Niedson Tibúrcio, que fica ao lado da Escola Estadual Dr. Adilson Bezerra, no bairro Nova Santa Cruz.
18
agosto
As histórias de quem fez história no Ypiranga
O Blog do Ney Lima inicia nesta terça-feira (18), uma nova série de entrevistas, desta vez com foco nas personalidades que fizeram parte da história do Ypiranga ao longo dos seus 77 anos.
A série “Por Onde Anda?” trará momentos vividos por atletas, treinadores, entre outras pessoas que participaram das alegrias e tristezas do clube, além de relatar o que eles fazem nos dias atuais.
Para esta primeira reportagem, a redação da Avant Comunicação & Mídia recebeu o ex-volante Marcelo que, foi o autor do gol na vitória da Máquina contra o Sport Recife por 1 a 0, no Estádio da Ilha do Retiro (Recife) na segunda-feira, em 20 de março de 1995 (essa vitória foi o primeiro triunfo da equipe alviazulina contra um time grande da capital).
Marcelo Souza Ramos (43 anos), natural de Santa Cruz do Capibaribe, fala sobre o início da sua carreira no futebol, além dos bastidores em torno do gol marcado na Ilha do Retiro. Atualmente, o ex-volante trabalha em uma loja de tecidos em Santa Cruz do Capibaribe.
Confira a entrevista:
Blog – Como e quando começou a sua carreira no futebol?
Marcelo – Eu fui para o Ypiranga por Intermédio do saudoso Surubim, que era o treinador. Na época, eu jogava pela equipe amadora do Estrelinha de Zé Boi e, ele viu que eu estava se destacando, então ele me convidou para participar do Ypiranga, eu aceitei e fiquei lá por cerca de 8 anos, entre o amador e o profissional.
Blog – Como foi o início da participação da primeira equipe profissional do Ypiranga no futebol pernambucano e quais eram as suas características?
Marcelo – Em 1994, foi montado um grupo da “prata da casa”, Dimas (Dantas) já era o treinador e, a gente conseguiu ir para a primeira divisão e posteriormente continuamos o mesmo trabalho. Eu era um segundo volante, que saía para o jogo, atacava, voltava para marcar e eu me doava demais ao Ypiranga.
Blog – Em março de 1995, aconteceu a primeira vitória do Ypiranga contra um grande time da capital do estado, como foi a concentração e os bastidores da equipe antes do duelo?
Marcelo – Antes da partida, ficava aquela tensão, nós fomos um dia antes para o Recife, ficávamos hospedados no Hotel São Domingos, e era aquela “resenha”, todo mundo brincando, todo mundo conhecido, era um grupo fechado. A gente sabia que na partida, o Sport era considerado favorito, mas, a gente chegou lá e entramos de igual para igual e conseguimos então surpreender o Sport.
Blog – Gostaria que você detalhasse o lance do gol e a repercussão após a partida em torno do autor do gol, no caso você?
Marcelo – O lance do gol foi o seguinte, o Sport atacou e então recuperamos a bola, saímos em contra ataque, eu lancei a bola para o lateral-direito Edvaldo e, eu sair correndo sem a bola pelo meio de campo em direção ao gol do Sport, Edvaldo lançou para Jacozinho, Adriano e Sandro (zagueiros do Sport) correram junto de Jacozinho, então ele tocou para mim e eu fui feliz em fazer o gol, contra o goleiro Jefferson. Em relação à repercussão foi um negocio assim, de que só quem está ali dentro pra ver, o cara fica feliz por demais, e mais feliz é quando termina a partida que você tem feito o gol da vitória, que tem ajudado todos os companheiros e depois foi só festa. Eu sair como o melhor da rodada na minha posição, a televisão em cima, todos da equipe me parabenizando e foi um negócio maravilhoso.
Blog – O que aconteceu com a equipe entre a vitória contra o Sport e no duelo seguinte contra a equipe dos Estudantes, quando a equipe empatou em 0 a 0, contra um time que na época era tida como um saco de pancadas do torneio?
Marcelo – Eu creio que foi um pouco de salto alto, a gente tinha saído do jogo do Sport, descansamos após a partida na segunda-feira a noite e na terça-feira. Na quarta-feira nós fomos para o duelo contra o Estudantes e a bola não queria entrar, era bola na trave, atacamos o máximo. Enfim, saímos de um 0 a 0, que pra nós termos vencido o Sport foi frustrante.
Blog – O que o técnico na época, Jagunço (in memória), passava para o elenco e que tipo de incentivo a equipe recebia?
Marcelo – Ele (Jagunço) passava muita confiança para gente e tinha uma coisa, todo mundo se doava em campo. Nós tínhamos também uma coisa muito importante, pois assim que terminava o jogo e o time vencesse tinha o “bicho”, a gente já recebia (o dinheiro) ali dentro dos vestiários mesmo, então isso cooperava muito para que a gente se empenhasse o dobro, foi a época em que a gente conseguiu superar todas as dificuldades que nós tínhamos, mas a gente quase surpreendia mesmo no campeonato.
Blog – Quais foram os melhores atletas que você atuou dentro de campo?
Marcelo – Nós tínhamos muitos jogadores bons, o goleiro Ricardo que passava enorme confiança para o grupo, Edvaldo, Jacozinho, Mamá, tivemos Raimundo de Jataúba, se eu for contar todos era muita gente boa.
Blog – Em que ano você abandonou o futebol profissionalmente e quais foram os motivos?
Marcelo – Eu parei de jogar em 1998, já estava com quase 27 anos, eu fui para o CSE de Alagoas fazer um teste de uma semana e, na semana seguinte fui assinar o contrato, quando eu cheguei ao clube, o treinador que eu tinha feito o teste teria sido demitido do cargo, e outro treinador que teria chegado tinha colocado os jogadores dele, então eu fui dispensado e nem assinei o contrato e então desse momento fui me desgostando um pouco. Depois, ainda fui para o Central de Caruaru, passei 40 dias por lá, mas na hora do pagamento, o clube não tinha dinheiro para pagar e foi dessa vez que eu disse ‘não dá mais não, vou trabalhar em outra área, pois eu tenho filhos para dar de comida’ e estou na batalha até hoje.
Blog – Atualmente, percebemos que boa parte dos atletas e da equipe são escalados por empresários. Em sua opinião, o que isso tem atrapalhado ou mesmo contribuído para o futebol?
Marcelo – Eu creio que para times intermediários como o Ypiranga e o Central, esses times desse porte do interior, eles não têm condições de pagar altos valores aos jogadores, enfim se não for com a realidade de cada um dos clubes, esses times pequenos mais na frente com certeza irão fechar as portas.
Blog – Qual o seu maior orgulho e qual foi a sua maior decepção na vida como atleta?
Marcelo – O meu maior orgulho foi ter vestido a camisa do Ypiranga e, eu ficava muito triste quando nós perdíamos, principalmente naqueles jogos em que nós tínhamos condições de vencer e infelizmente, a vitória não vinha, mas futebol é de altos e baixos.
Blog – O que o ex-volante do Ypiranga, Marcelo, faz atualmente na vida?
Marcelo – Desde 2004 eu trabalho para o empresário Flávio Pontes na loja Pontes Têxtil, e para mim, Flávio não é só um patrão é um colega e amigo, e é mesmo como se fosse um pai e irmão, e é por isso que até hoje estou com ele.