Fotos: Thonny Hill – arquivo
Na tarde desta quinta-feira (19) foi realizada mais uma reunião ordinária na Câmara de Vereadores.
A exemplo de outras sessões, o surto de virose dominou a pauta de discussões, sendo que também houve espaço para a indignação de parte das bancadas com o resultado da reunião realizada ontem no Recife, com representantes da Compesa.
Outro tema em pauta foi a denúncia dos vereadores Ernesto Maia (PSL) e Carlinhos da Cohab (PSL) sobre mais um descaso com o transporte escolar de estudantes da rede municipal, fato acontecido no distrito de Poço Fundo.
Confira estes e outros temas que foram abordados na tribuna:
No seu discurso, o vereador Dida de Nan repercuti a situação do surto de virose enfrentado pelo município.
O vereador, que também contraiu a doença, citou que o problema do aumento da quantidade de atendimentos também se reflete na rede privada, mais precisamente no posto de atendimento a usuários da Unimed.
Dida cobrou para que soluções sejam tomadas no intuito de se descobrir qual vírus está acometendo a população e aproveitou para fazer críticas a Oposição que, segundo ele, faz acusações afirmando que o prefeito Edson Vieira (PSDB) seria o culpado pelo surto.
“Alguns da Oposição se aproveitam dessa oportunidade para jogar toda a responsabilidade para cima do prefeito. Aí a gente fica observando e achando pessoas muito corajosas, porque acusam sem saber se está correto ou não, porque os médicos não descobriram o que pode ser isso” – disse.
Dida pediu mais união da população e dos vereadores, de forma a buscar por soluções para os problemas e não fazer troca de acusações e aproveitou para colocar seu clamor pela chegada das chuvas.
Iniciando seu discurso, a vereadora socialista destacou o trabalho voluntário desempenhado por pessoas e instituições para tentar amenizar a agonia de pessoas que esperam horas na fila em busca de atendimento médico.
Narah destacou o trabalho desempenhado pelos estagiários do curso técnico de enfermagem da Faculdade CESAC e citou que essa campanha não deve ser de um único setor da sociedade, mas também de todos os cidadãos do município.
Já no ponto mais forte do discurso, a vereadora também deixou seu alerta direcionado as pessoas com mais de 65 anos e menores de 12 anos, faixas etárias mais suscetíveis a mortalidade por causa de complicações desencadeadas com a virose.
A vereadora confirmou que já existem óbitos em Santa Cruz do Capibaribe de pessoas de saúde já debilitada e que contraíram a doença.
“Temos que ter uma atenção maior para as pessoas superiores a 65 anos e menores de 12 anos, que essa doença acaba se agravando ainda mais e podendo se potencializar no óbito, que é o que infelizmente temos visto na cidade e estamos sofrendo com essas famílias” – disse.
Por fim, a vereadora relembrou que o Ministério da Saúde não revelou informações conclusivas sobre a doença e fez sua defesa quanto a atual equipe de agentes de controle de endemias, alvo de críticas por parte da Oposição.
Destacando o tema da virose, o vereador de Oposição, Galego de Mourinha (PTB), frisou que o prefeito Edson Vieira (PSDB) deveria decretar estado de emergência no município.
Segundo o vereador, a situação de surto já ultrapassou os limites e citou que, há três reuniões atrás, se falava no surto e que as ações de prevenção não foram realizadas de maneira correta e fez críticas ao prefeito Edson Vieira (PSDB).
“Hoje, eu ouvi o prefeito perguntando muito o que era que Galego entendia por “Estado de Emergência”, levando a coisa na ironia, uma coisa tão séria. Digo mais: a gente precisa dar as mãos, procurar secretário de saúde do estado e não esperar que ele tome conhecimento da situação na TV Asa Branca ou em outro meio de comunicação e que ele venha a Santa Cruz. Porque não os 17 vereadores não ir mostrar a situação de Santa Cruz? Só quero que o prefeito entenda uma coisa: que não vou usar dessa situação para tirar proveito ou fazer qualquer tipo de politicagem” – disse.
No principal ponto de seu discurso, o vereador Luciano Bezerra (PR) destacou a não derrubada do veto presidencial do Projeto de Lei nº 863/15.
De acordo com Luciano, o projeto alterava a alíquota de contribuição previdenciária sobre o faturamento das indústrias de confecções de 1% para 2,5%, ou seja, um aumento de 250%.
O vereador lembrou que, desde o mês de julho, vinha alertando para essa questão que, segundo o mesmo, foi uma derrota não só para o Polo de Confecções, mas para todos os polos produtores de moda para todo o Brasil.
“Eu vinha alertado aqui a necessidade de mobilização para que pudéssemos entrar em contato com os deputados os quais votamos, para que pudessem junto com as entidades e a ABIT lutar para que esse projeto fosse aprovado como foi enviado pela presidente” – disse.
Luciano fez críticas a presidente Dilma, citando que o veto à emenda que beneficiava os polos de moda foi derrubado e a proposta de derrubada, segundo Luciano, sofreu uma derrota esmagadora na Câmara dos Deputados.
O vereador citou que a manutenção da alíquota fará, segundo ele, com que a competitividade com produtos chineses diminua ainda mais no setor. Luciano aproveitou para citar a lista de deputados pernambucanos que votaram contra a derrubada do veto.
Luciano também aproveitou para cobrar, por parte do Governo do Estado, a criação de um código de defesa do contribuinte para coibir ações arbitrárias do Fisco.
No principal ponto de seu discurso, o vereador Vânio Vieira (PSDB) fez críticas ao Governo Vieira quanto as respostas que vem sendo dadas a população pelo surto de virose.
De acordo com o vereador, é verdade que a população precisa cuidar em combater os focos do mosquito transmissor, mas citou que, com o aumento gradual dos atendimentos que foram registrados no Hospital Municipal, não se foram tomadas medidas para frear o crescimento na quantidade de casos de pessoas doentes.
“Quando o secretário de saúde percebeu que os atendimentos iam aumentando, 20, 30, 50 a mais, não se tomou uma medida para que se combatesse esse mosquito. Era o que deveria ter sido feito quanto a isso, mas deixaram se alastrar até chegar a 600, 800… Fora os que buscaram as farmácias ou atendimento em outros municípios. “ – disse.
Vânio continuou as críticas, frisando que se foi dito que estavam fazendo limpeza em córregos do Rio Capibaribe e Riacho Tapera não foram realizadas com eficácia, além de que, segundo ele, agentes de endemias já alertavam que o surto poderia acontecer.
“O que se foi prometido, se foi falado que ia ter uma mudança, que na cidade não ia acontecer tudo isso e faltar atendimento as pessoas e que essas coisas não deveriam acontecer, ficaram apenas nas promessas de palanque” – pontuou.
No principal ponto de seu discurso, o vereador Deomedes Brito (PT) mostrou sua frustração com o resultado na reunião, em que participou ele e demais vereadores que integram a Comissão de Convivência com a Seca, com representantes da Compesa.
De acordo com o vereador, a empresa de abastecimento continua sem qualquer planejamento para amenizar os efeitos da falta de água em Santa Cruz do Capibaribe e cobrou para que haja mais empenho em conseguir água para o município que, segundo ele, perde muito nas cobranças para Caruaru.
“Uma Compesa que é ligada ao Governo do Estado, que não trata Santa Cruz com o devido respeito que ela deve ser tratada. Quero dizer que existe uma propaganda mentirosa que diz que já chegou água do Prata… Não chegou água do Prata aqui porque não tinha como fazer, mas Caruaru tomou a frente disso e essa água vai ficar em Caruaru. Povo, de Santa Cruz, daqui a 60 ou 90 dias vai ter colapso total” – disse.
Já sobre a virose, o vereador voltou a cobrar que o município possa buscar meios para disponibilizar testes de detecção do vírus e também cobrou de Diogo Moraes (PSB) uma posição para o enfrentamento do surto de virose.
No fim, Deomedes citou que recebeu informações que as obras da PE-160 seriam paralisadas e clamou para que Diogo Moraes não permita que isso aconteça.
Inicialmente o vereador Helinho Aragão (PTB) destacou o surto de virose que tem acometido Santa Cruz do Capibaribe. Para o vereador, é hora de se ter união para o enfrentamento ao problema e citou que a população deve tratar o surto como se enfrentasse uma guerra.
“Nós temos que buscar soluções concretas, porque a nossa população está sofrendo. Temos que nos empenhar nessa guerra. É uma batalha difícil e nossa população está sofrendo com hospitais superlotados, farmácias lotadas e PSFs lotados e pessoas se deslocando para outros municípios. Isso é triste e temos que mobilizar a população e esse plano de combate ao mosquito tem que ser efetuado” – disse.
Helinho citou que, em sua fase de estudante, havia mais campanhas de combate ao mosquito da dengue, inclusive por parte dos estudantes, que saiam de casa em casa no combate aos focos e pediu para que a Secretaria de Educação promova esse tipo de mobilização.
Já quando o assunto foi a reunião com a Compesa, o vereador foi enfático a dar sua opinião quanto ao resultado.
“A Compesa nos fez de palhaços lá na Capital Pernambucana. Eu tinha meus afazeres na minha loja, mas me desloquei com os vereadores Pipoca, Deomedes, Zezinho e Fernando Aragão, Afrânio e as entidades Ascap, CDL e Moda Center e o Ministério Público e para que? Para termos esclarecimento. Mas o presidente da Compesa nem lá pisou e nem mandou diretor, apenas seu corpo jurídico. Isso é uma palhaçada”.
No principal ponto de seu discurso, o líder da bancada de Oposição enfatizou sua insatisfação com o resultado de mais uma reunião com representantes da Compesa, desta vez realizada em Recife.
De acordo com o vereador, a Compesa não tem dado a devida importância ao município e teceu ainda mais críticas quanto a importância do que lá teria sido apresentado.
“Não tinha ninguém que assumisse nada. O que tinha eram dois papagaios que repetiam alguma coisa que disseram para eles; “Digam para eles que, assim que acabar o volume morto de Jucazinho, é na base do caminhão pipa”. Não tinha mais o que discutir… Discutir o que, se o papagaio já tinha dito?! Se não tinha ninguém que pudesse assumir nenhum compromisso ou se o projeto do Pirangy estava parado ou se continuava, eles diziam que “não era minha área”… Era uma reunião que poderia ter durado 10 ou 20 segundos” – disse.
Fernando fez novas críticas a Compesa, citando que levaria 20 dias para responder questionamentos que foram feitos e citou que abastecer Santa Cruz do Capibaribe somente com carros pipa é algo insustentável.
No principal ponto de seu discurso, o presidente da Câmara, Afrânio Marque (PDT), fez duras críticas contra a Compesa. De acordo com o vereador, na reunião realizada na cidade de Recife, a empresa responsável pelo abastecimento teria mostrado, mais uma vez, que não tem projetos concretos para o enfrentamento a falta de água.
Para Afrânio, já que não se há ações concretas ou garantias sobre o que será feito com a chegada, cada vez mais próxima, do caos total no abastecimento, a solução a ser seguida é entrar com a questão na esfera judicial. O vereador destacou que vem levantando essa questão do caos total no abastecimento há dois anos.
“É preciso ações mais concretas por parte da Compesa. Não resta opção para nós a não ser provocar o Ministério Público para que o mesmo impetre uma ação pública contra a Compesa, porque é preciso que ela se responsabilize pela falta de água em nossa cidade. A gente sabe que a seca está aí, mas não podemos aceitar que a Compesa não tenha pensado nisso ao longo do tempo”.
Ainda de acordo com o vereador, a Compesa deve ser responsabilizada pelo desabastecimento e que garanta, pelo menos, a destinação de água de 125m³ por segundo ao município, meta já prometida em meses anteriores.
No principal ponto de seu discurso, o vereador Ernesto Maia (PSL) destacou a denúncia feita por ele e pelo vereador Carlinhos da Cohab (PSL) sobre o descaso com o transporte de estudantes da rede municipal, no distrito de Poço Fundo.
O assunto veio a público ontem (18), onde vídeos e imagens mostravam uma Kombi sem identificação adequada e condições de transportar estudantes estava sendo usada para transportar crianças da escola Maria José. O vereador trouxe números do que, segundo ele, o município teria pago desde o início do governo com alugueis de veículos prestadores de serviço ao município.
“Ficamos abismados é que o prefeito Edson Viera pagou a empresas de locação de veículos a fantástica a quantia de R$13.267.086,00. Eu fiz a conta e se o governo fosse comprar uma frota, dava para comprar uma frota de 482 palios zero quilômetro” – disse.
O vereador citou que investimentos do Governo Federal no município não teria diminuído, ao contrário do que alega o prefeito e os situacionistas.
Em seu discurso, o vereador e líder da bancada de situação também enfatizou a insatisfação quanto a reunião com representantes da Compesa, na cidade de Recife.
De acordo com o vereador, a Compesa não tem nenhum plano de ações para o município, mas se mostrou um pouco satisfeito com as medidas que sejam tomadas, já que os representantes do departamento jurídico da empresa pediram um prazo de 20 dias para responder os questionamentos feitos por quem foi a reunião e apresentar um plano de ações.
“Buscamos informações e nada nos foi dado. Mas ficamos felizes com o fato da promotora Dra. Natália ter determinado que seja apresentado, a Santa Cruz do Capibaribe, um plano de contingência em até 20 dias” – disse o vereador.
Para Pipoca (PMN), o município não pode ficar abastecido unicamente com carros-pipa e citou que, se a Compesa não apresentar tal plano, uma ação civil pública deve ser pedida pela Comissão de Convivência com a Seca ao Ministério Público.
“Não há condições nenhuma, a gente viu o caos que ficou quando se paralisou para retirar o volume morto da água de Jucazinho. Se daqui a quatro meses Jucazinho secar, como é que vai ser? Se não tiver esse plano de contingência, se entrará com essa ação cível para que ela deixe de arrecadar do município e garanta esses 125m³ de vazão que já foi prometida” – disse.
No principal ponto de seu discurso, o vereador Ronaldo Pacas (PSDC) fez críticas ao vereador Carlinhos da Cohab (PSL).
De acordo com o vereador, Carlinhos da Cohab teria ido ao hospital para incitar a população contra o governo, mas que não teria falado nas falhas do Governo Federal, que deixou de enviar o larvicida para combater o mosquito por mais de três meses.
“É preciso ao usar do microfone, ter sensibilidade de se saber o que diz. Não obstante a tudo isso que a preocupação de muitos que dizem que o prefeito não está preocupado… Sim, ele está preocupado” – disse.
Já quanto a reunião da Compesa, o vereador fez duras críticas, citando que não valeria a pena estar presente as reuniões porque não valia a pena.
Quanto a denúncia de Ernesto Maia, que afirmou que com o valor pago com aluguéis de veículos pelo atual governo, mais de R$ 13 milhões desde o começo da gestão, daria para comprar mais de 480 carros populares, ele ironizou, citando que o serviço não é só com carros de passeio.
“É muito fácil você chegar aqui e alegar que tantos milhões dariam para comprar tantos pálios… Agora imagine transportar quatro alunos por carro. Aí seria bom Ernesto, talvez ultrapassasse essa questão da KMC que você diz, com as locações que fizeram no passado. Não se haviam vans confortáveis para os alunos. Transportar estudantes de Pálio seria muito confortável, mas não daria para atender todo mundo” – disse.
No seu discurso, um dos pontos que chamaram a atenção foi o pedido do vereador de situação para que o deputado federal Bruno Araújo (PSDB) e o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) venham a Santa Cruz.
De acordo com Junior Gomes (PSB), a vinda de ambos é necessária de modo aos mesmos prestarem contas do que foi feito para o município em seus mandatos e também para que lhes sejam entregues pautas de reivindicações para Santa Cruz.
“Protocolamos um requerimento solicitando que o presidente da casa marcasse uma reunião, em caráter de urgência, com o deputado federal Bruno Araújo e com o senador Fernando Bezerra Coelho. Nesse requerimento, pedimos que essa reunião fosse feita aqui na Câmara para que eles possam prestar contas de seus mandatos a nós e a vereadores da região, contas do que estão fazendo e ações voltadas para o Polo de Confecções. A partir dessa conversa, podemos entregar algum documento com reivindicações a esses parlamentares para que eles colaborem com o desenvolvimento desta cidade” – disse.
No discurso, Junior também destacou o surto de virose e elogiou as equipes de saúde do município que estão prestando os atendimentos a população, mesmo no limite. O vereador também aproveitou para anunciar que o distrito da Vila do Pará será contemplado com o projeto Internet Grátis. Os pontos de sinal wifi, segundo Júnior, ficarão na principal avenida e na Rua Lourival Pereira.
No seu discurso, o vereador Carlinhos da Cohab (PSL) iniciou fazendo provocações ao situacionista Dida de Nan. Para isso, o vereador usou do novo flagrante de descaso com o transporte escolar a alunos da rede municipal de ensino no distrito de Poço Fundo.
Para o vereador, Dida de Nan não se pronunciou na tribuna para falar do flagrante, ironizou o situacionista e disse que ele deveria trabalhar por Poço Fundo.
“Uma prefeitura que paga R$ 13 milhões (de alugueis) para colocar uma Kombi acabada para fazer o transporte dos alunos… Eu não vi Dida falar nada aqui na tribuna. Deu bravo na semana passada porque não colocou ninguém para trabalhar…Só na sua casa, tem cinco parentes trabalhando na prefeitura, sendo uma concursada e quatro contratados. Por isso que ele briga tanto para ser o vice-prefeito. Ele disse, na semana passada, que era melhor pegar essa Chikungunya de que trabalhar com o vereador Carlinhos. Parece que foi uma praga, não é que ele pegou? E fala que ainda está certo, mas é certo uma Kombi daquela carregar os alunos de lá?!” – disse.
Já sobre a reunião no MPPE, o vereador citou que levou o juiz Dr. Daniel, que afirmou que não conhecia da realidade de superlotação no Hospital Municipal e que providencias, segundo ele, devem ser tomadas.
Carlinhos ainda fez críticas à administração municipal, frisando que ações de limpeza de córregos, do Rio Capibaribe e obras de saneamento não foram executadas afim de se prevenir contra os focos do mosquito da dengue, apontado como principal transmissor do surto de virose.
