23
março
Nova denúncia contra prefeitura movimenta embates na Câmara de Santa Cruz
Na manhã desta quinta-feira (23) foi realizada mais uma reunião ordinária na Câmara em Santa Cruz. A reunião teve seu horário antecipado, segundo a Casa, para que vereadores possam participar do congresso e da eleição que serão realizados pela União dos Vereadores de Pernambuco (UVP).
Predominando a pauta de discursos, a denúncia feita pelo vereador Carlinhos da Cohab, que trata de uma suposta dívida de mais de R$ 70 mil com uma oficina mecânica em Caruaru, além de dois veículos pertencentes ao município que estariam parados por falta de pagamento, movimentaram os embates na Casa.
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A ausência foi registrada pelo vereador Junior Gomes. Quanto aos projetos, 10 deles foram discutidos e votados. Havia a expectativa que o Projeto de Lei 050/2017, que fixa os subsídios de secretários e secretários executivos e que havia gerado polêmica dois dias antes, acabou não sendo levado a pauta de votações.
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Confira o que mais falou os 16 edis em mais uma série de discursos:
Abrindo a série de discursos, o vereador Klemerson Pipoca enfatizou o recebimento de um e-mail e de uma ligação da Secretaria de Esportes e Lazer do estado.
A ligação e o e-mail, segundo ele, são relacionados a confirmação de uma reunião com o secretário da pasta para que, segundo ele, possa buscar o programa “Pedala Pernambuco”, de incentivo ao uso de bicicletas.
“Estive em contato com a secretaria exatamente para isso, para que a cidade possa contar com essa parceria do Estado, pelo programa Pedala Pernambuco, para que possa vir investimentos para a prática deste esporte no município” – disse.
O vereador também destacou que a reunião deve tratar também de iniciativas que visem o inventivo ao turismo, tanto no Moda Center, como também ao projeto do Doce Caseiro em Poço Fundo e também a Serra do Pará.
No seu discurso, o vereador Helinho Aragão destacou a denúncia feita por Carlinhos da Cohab sobre a prefeitura, supostamente, estar com uma dívida superior a R$ 70 mil em uma oficina de Caruaru.
A denúncia envolveu uma ambulância do Samu e também uma caminhonete usada por agentes de controle de endemias. Helinho citou que a prefeitura estaria devendo a vários fornecedores e cobrou esclarecimentos da prefeitura quanto ao caso dos veículos denunciados.
“Espero que isso seja esclarecido pela prefeitura o quanto antes e, se esses veículos não tivessem sido denunciados, não saberíamos deles” – frisou.
No principal ponto de seu discurso, o vereador Nailson Ramos destacou um requerimento que cobra, da prefeitura municipal, a construção de uma quadra poliesportiva na Escola Especial.
“Estive visitando aquele local e vimos a necessidade de construção dessa quadra, não só para servir a aqueles alunos, mas a todos que moram ali por perto” – disse.
No seu discurso, a vereadora rebateu, com fortes críticas, duas das três recentes denúncias apresentadas por Carlinhos e Ernesto Maia.
As denúncias rebatidas pela vereadora estão relacionadas a suposta ilegalidade da presidência de Edson Vieira quanto ao Coniape e também contra a desvio de recursos na Procuradoria Municipal. Sobre os casos, ela falou:
“O vereador Ernesto, com inveja do prefeito e a repercussão positiva do Coniape, que antes não tinha, chega sem fundamentação contra a lei que ele mesmo aprovou, dizendo que a eleição do prefeito não tem legitimidade” e completou: “Eles criam fatos para tentar enganar o povo, para tentar encobrir uma gestão que trouxe progressos” – pontuou.
Ela destacou construção do AME Infantil, retirada das barracas e o Calçadão Miguel Arraes. A vereadora não rebateu a denúncia sobre a suposta dívida da prefeitura, em mais de R$ 77 mil, com oficina de veículos.
No seu discurso, o vereador Carlinhos da Cohab trouxe, mais uma vez, a sua recente denúncia feita contra a prefeitura municipal.
A denúncia foi apresentada no dia anterior, onde o mesmo afirma que a prefeitura tem uma dívida superior a R$ 70 mil com uma oficina de veículos em Caruaru e que dois veículos do município, uma ambulância do Samu e uma picape da secretaria de saúde, estão há mais de um ano paradas no local.
Carlinhos afirmou que estaria “lidando com gente perigosa” e aproveitou para levantar uma outra denúncia, desta vez contra uma prima do prefeito Edson Vieira. Segundo ele, ela teria feito um acordo financeiro com os proprietários da oficina para que um ônibus fosse liberado e uma nota fiscal de saída fosse confeccionada, mas que a mesma não teria sido paga pela prefeitura.
“O cara (dono da oficina) fez a nota confiando no governo ‘cara de cera’; entregou a nota e está esperando, até hoje, para levar o dinheiro. Cadê o dinheiro, se a nota já saiu? Deve estar servindo para apartamentos em Campina Grande” – disse.
O vereador sinalizou que a denúncia sobre a dívida e os veículos seria a ponta de outra ainda maior.
O vereador Zé Minhoca voltou a mostrar sua posição contrária a reforma da previdência, que entre seus vários pontos, eleva a idade mínima para solicitação de aposentadorias para 65 anos.
Ele convocou os vereadores para assinar um requerimento que mostra a posição contrária a reforma, citando que o documento será enviado a deputados e a senadores eleitos pelo Estado.
“Os 25 deputados e 03 senadores irão receber esse documento para votar contrários a essa reforma ridícula” – pontuou.
O vereador citou a retirada de policiais da reforma, mas citou que continuará sua cobrança para que outras classes, como professores e trabalhadores rurais, sejam excluídas da reforma.
No seu discurso, o vereador Augusto Maia voltou a fazer críticas a prefeitura municipal, mais especificamente na área da saúde.
De acordo com ele, mesmo após a denúncia feita juntamente com parte de sua bancada acerca de Unidades Básicas de Saúde a exemplo de Oscarzão e Cohab que estariam sem medicamentos, os locais ainda não te5riam sido reabastecidos.
“Voltei aos locais para ver se estavam reabastecidos e isso não aconteceu. Até hoje, faltam remédios para pressão, dor de cabeça… A base de uma cidade é a saúde e a população não pode ficar a mercê da falta nesses locais” – disse.
O vereador também fez críticas a também vereadora Jessyca Cavalcanti, citando que o governo seria de “retrocesso, lotado em corrupção e com um prefeito omisso que não luta pela cidade”.
O vereador Capilé fez novas críticas relacionadas à saúde. Ele veiculou um áudio na tribuna, que supostamente teria sido gravado por um popular que estaria doente, foi levado a UPA e transferido em carro comum, por falta de uma ambulância a disposição.
Ele também fez críticas a vereadora Jessyca Cavalcanti, citando que dispensa de escolas visitadas por ele estavam vazias e quanto ao vereador Nanau, ele citou que o governista mentiu ao dizer que UBS’s denunciadas por falta de medicamentos teriam sido reabastecidas.
“O vereador disse que a UBS do bairro Oscarzão teria sido reabastecida. Isso é uma mentira! Não chegou sequer um captopril. Desafio todos a ir comigo lá” – pontuou.
No seu discurso, o vereador falou, segundo o mesmo, sobre a situação preocupante enfrentada pelo clube Ypiranga, destacando o fator financeiro.
Segundo ele, a gestão anterior teria deixado o mesmo em situação “calamitosa e de vexame”, destacando que o clube teria sido condenado judicialmente a pagar uma dívida superior a R$ 200 mil.
“Se não pagar ou se fazer um acordo, vai ter que se fazer um leilão. O clube não pode ficar assim. Lá se estava uma verdadeira “casa da mãe Joana”, com tudo saindo sem nota e sem fiscalização” – disse.
O vereador citou que o clube não estaria dando as suas prestações de contas e citou que fará esforços para que o clube, segundo ele, não seja loteado.
No principal ponto de suas falas, o vereador Toinho do Pará fez sua cobrança a prefeitura, para que o centro cirúrgico do Hospital Municipal volte a funcionar.
O centro está desativado há meses e prejudica, segundo o mesmo, o andamento de cirurgias eletivas (aquelas com data e horário marcado) e também, em especial, as mulheres gestantes que precisam realizar partos cesarianos.
“Sabemos que, entre as gestantes, existem aquelas que precisam de uma cesariana e estão sendo transferidas. Sabemos das dificuldades, mas temos que cobrar independentemente de partido” – pontuou.
Em seu discurso, o vereador Dr. Nanau também focou a mais recente denúncia apresentada pelo oposicionista Carlinhos da Cohab.
Entre as acusações, o oposicionista citou que uma ambulância do Samu e também uma picape usada por agentes de controle de endemias estão paradas em Caruaru por falta de pagamento de dívidas pela prefeitura. Sobre o caso, Dr. Nanau disse:
“Eu ouvi o senhor falar acerca dessa ambulância e eu vou perguntar ao secretário (de saúde) Breno. Depois eu respondo suas críticas” – disse.
O vereador Marlos da Cohab fez críticas quanto aos valores, segundo ele, cobrados pela prefeitura quanto ao IPTU.
Marlos citou que a prefeitura fez, há quatro anos, o recadastramento de residências do município, efetuando o reajuste a preços que podem chegar a 400%.
Ele citou que os valores atuais seriam altos demais em relação a, de acordo com o mesmo, a desvalorização dos imóveis frente à crise, cobrando da prefeitura um novo recadastramento.
Marlos também fez uma denúncia, afirmando que a prefeitura estaria pagando aluguel de um imóvel que deveria ser usado pelo programa “Mais Educação”, mas que este estaria fechado há meses.
“Faz mais de 10 meses que o Mais Educação está fechado em Cacimba de Baixo e isso o senhor (vereador Nailson Ramos) não cobra. Fiz um requerimento para que a prefeitura me passe os contratos dos imóveis alugados. Creio que muitos estão abandonados e o prefeito está mamando junto com o dono do imóvel” – pontuou.
Em um dos pontos de seu discurso, o vereador Ronaldo Pacas fez uma crítica para seu colega de bancada, Joab do Oscarzão.
A crítica foi direcionada a uma foto tirada pelo colega ao lado dos oposicionistas Ernesto Maia e Deomedes Brito, durante a visita dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff a cidade de Monteiro.
“Eu lamento que o senhor tenha se deixado fotografar ao lado de Ernesto. Para que ele fizesse uso disso nas redes sociais” – disse.
O vereador também falou sobre a situação crítica do Ypiranga, destacando que a Câmara e a Prefeitura não poderiam ajudar o clube enquanto ele não estivesse com as suas certidões negativas em dia.
O vereador governista Irmão Val rebateu críticas feitas por Marlos da Cohab. Na semana anterior, Marlos frisou que o governista teria votado no Projeto de Lei 005/2017 (de autoria do Poder Executivo) que trata da nova estrutura administrativa da prefeitura municipal e fixa competências de secretarias, sem entender do que trata a matéria.
Nas críticas, ele citou que Irmão Val seria “um pau mandado” do prefeito, votando apenas em obediência aos interesses do governo.
Rebatendo as críticas, Irmão Val falou sobre o pedido de vistas por parte de Marlos quanto ao Projeto de Lei 050/2017, que fixa os subsídios de secretários e secretários executivos.
“O vereador Marlos disse que eu era um ‘pau mandado’, mas foi ele que pediu a Ernesto para pedir vistas ao projeto. Ah… Dá um tempo!” disse e frisou mais adiante: “Quando Carlinhos disse que entraria na Justiça, ele disse: Ah, eu vou entrar também… Aqui tem um vereador Louro José, que só repete tudo o que outros dizem” – pontuou.
Tendo como alvo a vereadora e líder governista Jessyca Cavalcanti, Ernesto afirmou que ela fazia uso de mentiras para tentar descredibilizar denúncias feitas por sua bancada. Um desses exemplos foi a feita contra a Procuradoria Municipal, no qual o vereador apontou supostos desvios de recursos.
“Ela mente tanto que diz que fomos a procuradoria e achamos tudo certo. É mentira! Filmamos tudo e tudo o que está lá foi tombado como patrimônio do município, com o dinheiro público e não tem nada a ver com o dinheiro vindo do fundo de sucumbência” – pontuou.
Em seguida, ele pontuou a denúncia feita por Carlinhos da Cohab quanto a veículos da saúde parados em Caruaru e afirmou também que uma prima do prefeito Edson Vieira teria feito o pedido de uma nota fiscal a ser confeccionada pela oficina, mas que não teria pago o valor dos consertos.
Fechando os discursos, o vereador Deomedes Brito fez críticas ao projeto de lei da terceirização aprovado na Câmara Federal.
De acordo com o vereador, o projeto aprovado seria um retrocesso e prejudicaria, principalmente, os trabalhadores mais pobres e os que também se qualificam na busca de melhores oportunidades.
“Isso vai acabar de vez com o concurso público!” – pontuou.
