07
agosto

Da série – Novos perfis na política santa-cruzense


“Os vereadores têm que deixar de lado suas questões pessoais e pensar em Santa Cruz do Capibaribe” – afirma estudante Augusto Maia

 

Foto: Elivaldo Araújo.

O Blog do Ney Lima publica sua terceira entrevista da série “Novos perfis na política santa-cruzense”. O intuito da série é mostrar a linha de pensamento de aspirantes a cargos eletivos em Santa Cruz, mas que tragam consigo novas ideias e discussões, independente de ala partidária, de idade ou sexo.

 

Para esta semana, traremos o que pensa o estudante universitário José Augusto Maia Junior, apontado por muitos como herdeiro político do ex-deputado federal José Augusto Maia e que pode disputar uma das vagas na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Capibaribe, nas Eleições 2016.

 

Confira a entrevista:

 

Blog – Como foi que surgiu em você o interesse pela política?

 

Augusto – Por eu ser filho de um homem que é político, de ter vários políticos na minha família, esse interesse acabou aumentando. Sempre estive dentro de várias eleições e esse interesse se tornou ainda maior pelo fato de eu estar estudando Direito há quase três anos e a minha proximidade com a vida pública. Independentemente de ser candidato ou não, cada pessoa deve ter esse interesse na política. Isso é muito importante para todos; é o que define a vida de todos.

 

Blog – Como é o seu relacionamento com a militância dentro do grupo de Oposição?

 

Augusto – Como eu disse antes, por ser filho de uma pessoa muito influente dentro do grupo, um de seus líderes, sempre tive essa proximidade principalmente com a juventude, mas não só com ela, mas com todas as pessoas. Tem várias campanhas que tenho me envolvido, conversando não só durante o período eleitoral, mas no dia a dia e você acaba conversando e discutindo sobre política. Minha relação com a militância é muito grande e, graças a Deus, cada um entende o papel de cada um durante cada pleito e todos têm se ajudado bastante.

 

Blog – Qual é a sua visão do atual momento político em Santa Cruz do Capibaribe?

 

Augusto – Se for falar no Executivo, vejo que há uma situação decadente, com escândalos que estamos vendo ultimamente. Edson Vieira foi eleito com uma proposta de mudança e o que vemos é que isso não está acontecendo. Muitas pessoas se decepcionaram com o discurso dito de mudança, de esperança. Há alguns anos, Santa Cruz já não tem crescido, a gestão não tem acompanhado essa necessidade de crescimento. Antigamente, a cidade crescia junto com seu povo e hoje, a gestão política não acompanha. Isso faz com que Santa Cruz entre em decadência. Já no Legislativo, vemos muitos vereadores deixando Santa Cruz de lado, indo para lados pessoais. Isso acaba prejudicando bastante toda a cidade.

 

Blog – Qual seu posicionamento na disputa interna dentro do grupo de Oposição, marcado por duas pré-candidaturas?

 

Augusto – Por um lado, vejo isso com bons olhos. Temos dois pré-candidatos a prefeito (Cleiton Barboza e Fernando Aragão) e que isso vai ser decidido pelo povo. Até agora, foi dito que essa decisão seria através de uma pesquisa, de se dar uma escolha as pessoas e a democracia para que sejam analisados os dois nomes. Logo, isso deve ser resolvido e trará bons frutos. Quem vai ganhar é a população. São bons nomes que, com certeza, farão uma boa Oposição ao prefeito Edson Vieira.

 

Blog – Desses dois, quem você julgaria como o melhor nome para disputar as eleições de 2016 contra o prefeito?

 

Augusto – O melhor nome será o que o povo vai escolher. A voz do povo será a minha voz, vai ser a minha vontade. Teremos agora uma pesquisa e o que o povo decidir, vai ser o sentimento de cada pessoa dentro do grupo. É importante lembrar que são ótimos nomes, não tem rejeição, são competentes e que tratam a política com seriedade.

 

Blog – Essa postura neutra vai de encontro ao ex-deputado federal José Augusto Maia. Ela não o desagrada, já que ele é defensor de Cleiton Barboza?

 

Augusto – O ex-deputado sempre vem pregando a união dentro do grupo, que é importante o grupo estar unido. Uma das alternativas que ele achou, já que não houve um nome de consenso, foi essa pesquisa. Se tem a pesquisa, é justamente para o povo decidir. Eu penso que ninguém deve tomar partido e, se é para deixar o povo escolher, vamos deixar o povo escolher.

 

Blog – Entrando na realidade de nosso eleitorado, o partidarismo político é algo que ainda está muito forte. O que você pensa sobre esse tema em Santa Cruz?

 

Augusto – Está aí um ponto que merece ser bem discutido. Primeiro deve-se saber a diferença entre partido e partidarismo. Muitas pessoas pensam que deve acabar com os grupos Boca-preta e Taboquinha, mas eu não vejo desta forma. É importante ter os dois partidos como acontece em todo o mundo, já que existem os partidos de Oposição e de Situação, mas as pessoas não podem usar desses partidos para escolher tal partido. O partidarismo que eu falo é quando as pessoas deixam de usar a razão e acabam sendo levadas pela emoção por tal partido e acabam votando em uma pessoa apenas porque ela é de tal partido. Isso não pode acontecer nunca. Se deve analisar cada proposta, cada candidato e aí sim, se tomar uma decisão. Outro ponto que eu penso que seja não só um dos maiores problemas de Santa Cruz, mas de todo o país, é quando esse partidarismo acaba entrando entre os políticos, onde ele acaba tirando as suas responsabilidades. Um exemplo: um prefeito que não aceita uma emenda de alguém só porque “fulano” ou “cicrano” é o seu adversário político. Outro exemplo é quando um vereador não critica um prefeito porque é do seu lado e a oposição, por muitas vezes, acaba não ajudando em algum projeto só porque é alguém da situação que o está propondo. Isso é muito ruim para a população e isso faz com que ela clame pela chamada “renovação”. Vejo muita gente pedindo a renovação, mas todos que estão lá na Câmara vieram com discurso de renovação. Renovação para mim não está ligada a idade, mas a ideias. Cada vereador tem seu papel, mas por conta desse partidarismo, ele se preocupa mais em denegrir seu adversário, fazer da tribuna um ringue do que, de fato, realizar o seu papel de elaborar Projetos de Lei e fiscalizar o Poder Executivo.

 

Blog – Muitos apontam você como herdeiro político do ex-deputado José Augusto Maia. Você aceita ser esse sucessor político e tem pretensões de disputar as eleições de 2016?

 

Augusto – Essa questão de herdeiro, de liderança… Para mim, isso não é algo que é imposto; é algo que você vai conquistando. Não é ninguém que vai pôr, mas é a população que vai escolher se você deve herdar o posto ou não. Se eu vou ser candidato… Existe essa possibilidade. O que tenho certeza é que um dos dois, eu ou meu irmão (Tallys Maia), vai sair candidato no próximo peito, mas vamos sentar, discutir, ver a melhor posição e escutar o povo. O importante é que são dois jovens, duas pessoas de ótima formação escolar e, sendo candidato, com mandato ou não, estão dispostas a ajudar Santa Cruz.

 

Blog – Mas sendo você este candidato, você já vem se preparando?

 

Augusto – Sim. Todo mundo já pensou um dia como seria ser um político, o que faria. Comigo isso não é diferente. Vejo as coisas como acontecem e digo: “Se fosse eu, faria da mesma forma ou de outra”, mas tem que estar preparado para tudo. Como eu disse, o interesse pela política deve se ter em qualquer pessoa, independentemente de estar disputando um cargo ou não.

 

Blog – Falando sobre a atual Câmara de Vereadores. Você acha que ela te representa como cidadão?

 

Augusto – Em partes. Ela tem os seus momentos. A Câmara de Santa Cruz não é, como muitos falam, um lixo. Não é bem assim. O que acontece é que, por muitas vezes, os vereadores acabam fugindo de seu propósito e quando isso acontece, os ataques pessoais, isso não representa nem a mim e nem a ninguém. Essa é uma mentalidade que deve ser mudada e que estamos aqui torcendo para isso.

 

Blog – Você falou em mudança. O que falta mudar na Câmara para que, de fato, ela possa representar a população local?

 

Augusto – É algo bem básico. Ser um bom político não é um “bicho de sete cabeças”. Basta que ele cumpra o seu papel. Se o vereador tem o dever de legislar, levando demandas do povo, fiscalizando e elaborando Projetos de Lei, ele não deve fazer mais do que isso.  São coisas simples, mas que, por incrível que pareça, muitos não fazem, não atingiram essa maturidade política que se deve ter e acabam caindo no partidarismo. Você acabando com essa paixão política, a população ganharia muito com isso.

 

Blog – Você entrando nessa disputa, qual será o foco para obter votos dos eleitores?

 

Augusto – Levando em conta essa possibilidade, a população pode esperar uma pessoa que vai tratar política com seriedade. Tem algo que me chateia, é o político que vem com promessas que não pode cumprir, mas que muitas vezes a população cai nessa ladainha. A classe estudantil vem esquecida, é preciso de projetos para a segurança, se buscar o governo estadual… A mobilidade urbana… Gostaria até de parabenizar por vocês estarem cobrando isso (da mobilidade urbana) dos vereadores, tema que foi discutido em pauta e não foi colocado em prática. Por ser um projeto de uma pessoa da Situação, acaba com que tanto a Oposição como a Situação, por ser um Projeto de Lei, não se dá a devida importância. Já quando é uma briga pessoal ou interna, causa um alvoroço. É isso que falta na Câmara.

 

Blog – Como você vê os nomes das duas principais lideranças políticas, falo de José Augusto Maia e Edson Vieira, terem seus nomes citados em escândalos de tamanha magnitude na política local?

 

Augusto –  José Augusto tem alguns processos que estão na Justiça; alguns absolvidos e outros em trânsito. Já o prefeito está em uma saia-justa. Cada pessoa tem o direito à ampla defesa, sendo que, independente do resultado da decisão, que foi muito forte a acusação apontada pelo Ministério Público, é uma irresponsabilidade total porque, a partir do momento que você vai atrás de uma empresa que tem apenas um carro e a acaba contratando, é uma irresponsabilidade. Tem uma diferença (entre Edson e José Augusto): ele foi o primeiro prefeito a ter os seus bens bloqueados; algo que nunca ocorreu na história de Santa Cruz.

 

Blog – Para finalizarmos, com essa possibilidade de sua candidatura a vereador, qual o real papel do mesmo para a sociedade?

 

Augusto – O real papel do vereador é não fugir do seu propósito: criar leis, ser o representante fiel a população, de investigar e cobrar do executivo. Isso deve ser exercido em conjunto, não apenas uma ala, mas em um conjunto. Todos os vereadores devem trabalhar juntos e isso falta em Santa Cruz. É importante destacar o papel da imprensa nisso como o de cobrar projetos que não saíram e os vereadores têm que deixar de lado suas questões pessoais e pensar em Santa Cruz do Capibaribe.

4 Comentários

  1. margarete lima disse:

    A questão pessoal não é dos vereadores e sim do josé augusto,que quer ter o poder sempre em suas mãos.Augusto é um bom rapaz torço por ele ser vereador,mas seu pai não,o tempo passou.

  2. Luciano disse:

    Observem a carinha do “anjinho maia”! KKKKKKK

  3. Emília Raffaele disse:

    Muito boa a visão política do rapaz!

  4. Marcos disse:

    Esse continuísmo político destes candidatos genéricos de discursos genéricos e sobrenomes batidos… Nem o rótulo do veneno fazem questão de mudar!

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