13
novembro

Coluna


Por que não existe terceira via?

 

O filósofo Marcos Nobre usa a expressão peemedebismo para caracterizar a relação Executivo e Legislativo no Brasil. Para Nobre, o consórcio de partidos que apoia o Executivo constrói o peemedebismo.

 

Os membros do peemedebismo criaram a tese de que a governabilidade só ocorre caso benefícios ofertados pelo Executivo aos parlamentares proporcionem a coalizão partidária. E, por consequência, a governabilidade.

 

São diversos os partidos que praticam o peemedebismo no Brasil. Porém, observo exceções. PT, PSDB, DEM, PPS e PSOL não praticam o peemedebismo. O PT forma o pólo contrário ao outro pólo, o qual é formado pelo PSDB, DEM e PPS. E o PSOL é outro pólo. Independente de quem está no poder, o PSOL sempre faz oposição.

 

Os outros partidos não formam pólos e produzem o peemedebismo. O PMDB é a agremiação partidária que melhor representa o peemedebismo.

 

Qual é a consequência do peemedebismo para a dinâmica eleitoral? Tenho a hipótese de que o peemedebismo impossibilita o surgimento de terceira via competitiva nas eleições presidenciais desde a Era FHC.

 

O pólo liderado pelo PT exercia forte oposição ao PSDB na Era FHC. Nesta Era, os partidos oposicionistas eram liderados pelo PT. Na Era PT, a partir de 2002, o PSDB lidera o polo oposicionista. Nas Eras FHC e Lula, o peemedebismo existiu, pois vários partidos integraram a coalizão. O peemedebismo também está presente na Era Dilma.

 

Existem dois fortes pólos eleitorais no Brasil. O polo liderado pelo PT e o polo liderado pelo PSDB. Eles se revezam no poder e na preferência do eleitorado. Sistematicamente, os pólos apresentam candidatos competitivos nas disputas presidenciais e atraem para as suas coligações outros partidos, os quais são agraciados com benefícios.

 

Os que não integram a coligação durante o processo eleitoral poderão vir a fazer parte da coalizão governamental de qualquer vencedor.

 

Durante o exercício do governo, os partidos peemedebistas passam a integrar o polo do PT ou do PSDB. Deste modo, não fazem oposição e não criam as condições necessárias para apresentar candidatos competitivos nas futuras eleições presidenciais.

 

Com a aproximação da nova disputa presidencial, os partidos peemedebistas ameaçam sair da coalizão partidária e apresentam o desejo de lançar candidato a presidente caso as suas demandas para com o Poder Executivo não sejam atendidas. Alguns têm as demandas atendidas. Outros não. E, com isto, optam por lançar candidato à presidência ou a mudar de polo.

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As opiniões aqui expressas são de responsabilidade de seu idealizador e não refletem, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

Um Comentário

  1. Professor Rimário Clismério disse:

    Por essas e outras coisas é que precisamos de uma reforma política no Brasil, reforma essa que parece impossível de ocorrer por muitos motivos, dentre eles o baixo nível educacional e de politização do nosso povo.

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