05
novembro

Coluna


As curtinhas do Romenyck Stiffen

 

Vícios: Na história de nosso país, já mudamos sistemas de governo, constituições, criamos leis, mas não tem jeito! O vício político persiste desde Brasil colonial e, dentre os vícios, podemos destacar a tentativa de manter a estrutura política familiar no poder. Vejamos:

 

Colônia: Quando o Brasil era uma simples colônia de Portugal, a coroa portuguesa decidiu dividir sua colônia em 15 faixas de terra, que foram “doadas” a fidalgos portugueses, denominadas de capitanias hereditárias. Ou seja: o Brasil foi dividido entre pouco mais de uma dezena de nobres que, de forma hereditária, poderiam passar as terras para seus descendentes.

 

Império: Após a Independência do Brasil, em 1822, ficou definido que a nossa nação teria, como sistema político, a monarquia e a primeira constituição de nosso país, a constituição monárquica de 1824, garantiam que o trono era hereditário. Ou seja: passaria de pai para filho e, por isso que tivemos Pedro I, Pedro II e por pouco não tivemos Isabel, neta do primeiro.

 

República: O Brasil torna-se uma República em 1889 e a primeira Constituição da República, criada em 1891, excluía mais de 80% da população ao afirmar que mulheres, negros e analfabetos não podiam participar do processo eleitoral.

 

Oligarquia: Situação que, em pouco tempo, garantiu as famílias “bem nascidas” a transformarem o sistema político republicano em uma oligarquia (governo de poucos), onde as alianças locais dessas famílias, que tinham a figura dos coronéis como lideres, garantiam a aliança nacional feita pelos políticos mineiros e paulistas.

 

Cabresto: Toda essa estrutura oligárquica era garantida com o voto de cabresto, pois o voto era aberto e os coronéis sabiam em quem cada eleitor votava, podendo sim, através da troca de favor ou até mesmo de ameaças, conduzir a “preferência” de cada pessoa.

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Mudou: Bom, depois disso tivemos ditadura Vargas, “democratização do Brasil”, Ditadura Militar, “redemocratização do Brasil”, novas leis e novas constituições garantiram a participação da grande maioria da população do processo eleitoral, garantiu o sigilo do voto proporcionando, assim, a livre escolha, o sistema eleitoral do nosso país é um dos mais modernos do mundo.

 

Continua: Contudo, os vícios continuam os mesmos. Tem muito político que quer fazer da política um império, tornando seu trono hereditário, mesmo com milhões fazendo parte do processo eleitoral. A oligarquia permanece enraizada em nosso sistema e, sendo assim, ocupar um cargo é privilégio para poucos. Apesar de o voto ser secreto, o cabresto e o curral eleitoral continuam, mas o mais triste é ver o povo se deixar se vendido como gado.

 

A santa (I): Em uma cidade Santa, o sistema não é diferente. Existe a cidade Santa que famílias, de forma oligárquica, como em uma disputa de um coronelismo imperial, pretendem manter sua liderança a todo custo, podendo estar no poder ou não, e com “idéias joviais”, fazem renovações hereditárias passando o bastão político para filho, esposa, neto etc.

 

A santa (II): O processo atual garante aos novos coronéis disputarem eleições caríssimas a cada dois anos ou, no mais tardar, a cada quatro anos até porque é necessário medir o poder, contando os números de cabresto azul ou vermelho que tem em mãos.

 

Perguntas: Quando a maioria do povo da Santa deixará de usar o cabresto azul e vermelho? Quando os nomes políticos que não se encaixam na política dos coronéis irão se libertar dessas amarras e deixarão de pensar em uma sobrevivência política pessoal e pensarão na Santa de fato?

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As opiniões aqui expressas são de responsabilidade de seu idealizador e não refletem, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

Um Comentário

  1. Thomas Anderson disse:

    Gostei do texto, é importante falar que a única alternativa a esse modelo no momento é a reforma política. Temos que defender isso, pois o congresso eleito no sistema atual é que não vai, já que receberam “doações” milionárias para a campanha… Vamos exemplificar com Santa Cruz, não sei se o Cleiton Barbosa seria um bom prefeito, realmente não o conheço, mas ele teria alguma chance de disputar com as campanhas milionárias das DUAS outras alas? Voto pelo fim do financiamento de campanhas feito por empresários, não acredito em tanta doação única e exclusivamente por ideologia.

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