12
março

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Manifestações de 15 de março terão reclamações segmentadas

 

As manifestações do dia 15 de março estão sendo aguardadas com fortes expectativas. Os que torcem pela manutenção do petismo à frente da Presidência da República defendem a tese de que as manifestações se concentrarão em São Paulo e serão contra os políticos. Os que advogam o impeachment da presidente de Dilma Rousseff defendem a tese de que as manifestações ocorrerão em todo o Brasil e serão, exclusivamente, contra Dilma.

 

As duas teses são, aparentemente, louváveis. Porém, convido vocês a raciocinarem de modo parcimonioso e, com isso, prevermos o que ocorrerá no dia 15 de março. Em São Paulo já ocorreram variadas manifestações contra a presidente Dilma. Foi lá que Aécio Neves obteve robusta votação na última eleição presidencial. As manifestações de junho de 2013 surgiram na capital paulista. Em São Paulo estão presentes os Movimentos Passe Livre e Sem Teto. Portanto, é factível a hipótese de que em São Paulo ocorram manifestações robustas.

 

A classe política é desprestigiada entre os eleitores brasileiros. Pesquisas mostram isto. Elas também mostram que o Congresso Nacional e os partidos políticos têm baixo porcentual de confiança dos brasileiros. Destaco que 71% dos brasileiros não têm nenhuma preferência por partidos políticos (Datafolha, fevereiro de 2015).

 

Recentemente, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, ofertou às esposas e esposos dos parlamentares passagens áreas. A mídia deu intensa atenção a essa decisão de Cunha, que foi revogada e reforçou a imagem negativa do Congresso e da classe política entre os eleitores.

 

Pesquisa do Datafolha realizada em fevereiro deste ano mostrou que os governos de Dilma Rousseff, Geraldo Alckmin e Fernando Haddad tiveram queda no percentual de aprovação da gestão, e aumento da desaprovação. A presidente Dilma e o prefeito Haddad têm 44% de reprovação. E o governador de São Paulo, Alckmin, 24%. Os aumentos da reprovação dos frisados gestores sugerem que vários outros, em particular nas capitais, também podem ter alta reprovação.

 

A base histórica do lulismo e do petismo, no caso, movimentos sociais e sindicais, estarão nas ruas no dia 15 de março? As classes C e D, as quais proporcionaram a consolidação do lulismo e o recente sucesso eleitoral de Dilma, participarão fortemente das manifestações? As classes A e B, pertencentes a categorias de funcionários públicos, estarão maciçamente nas manifestações? Tais perguntas precisam ser consideradas para possibilitar a predição do volume e da intensidade das manifestações.

 

Diante dos argumentos e indagações apresentadas, confesso que estou cético quanto ao volume das manifestações. Embora considere que elas serão volumosas em São Paulo. Quanto às reclamações, prevejo que elas serão segmentadas. Alguns estarão nas ruas solicitando o impedimento de Dilma. Outros defenderão o impeachment da presidente da República e reclamarão da classe política. E outros estarão nas ruas para vaiar os políticos.

 

Portanto, não serão observados nas ruas defensores de Dilma, do PT, do PSDB e dos políticos.

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