10
novembro

Entrevista com novos perfis da política em Santa Cruz


“Hoje, essa candidatura se caminha para a de Junior Gomes, mas estou na luta, na batalha para firmar meu nome”

Fala de Flavinho Lima, um dos protagonistas de uma disputa familiar na ala situacionista para as Eleições 2016

Flavinho Lima

Foto: Elivaldo Araújo.

 

Continuando a nossa série de reportagens sobre novos perfis da política santa-cruzense, nossa equipe entrevistou o estudante Flávio de Melo Lima (18 anos).

 

Conhecido por Flavinho, o estudante é neto do ex-deputado e ex-prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Augustinho Rufino, filho do pré-candidato a prefeito de Toritama, Flávio Lima e graças a essa veia política dentro da família, ele pavimenta seu projeto eleitoral para disputar o posto de vereador em 2016.

 

O nome de Flavinho é assunto também da roda de bastidores das duas alas políticas locais, já que a entrada de seu nome, nas rodas de bastidores, poderia atrapalhar o projeto eleitoral do situacionista Junior Gomes. Saiba um pouco do que pensa o estudante e o que diz sobre tais especulações.

 

Blog: Como foi que surgiu seu interesse pela política?

 

Flavinho – Surgiu naturalmente. Na minha família, somos três… Eu, Augusto e Lucas. Nenhum dos outros dois querem seguir a carreira política. Eu, da minha casa e dentre os filhos de meu avô (Augustinho Rufino), eu sou o único que quer seguir a carreira política. Eu gosto disso. Gosto do calor da política, de sentir a emoção e tenho vontade de servir o povo desta terra em que eu nasci, que fui criado.

 

Blog: Como é o seu relacionamento com a ala situacionista do município?

 

Flavinho – Eu já entrei no grupo e estou acostumado as decisões tomadas por ele. Desde quando eu nasci, desde que eu me entendo por política, sempre fiz parte desse grupo em Santa Cruz. Nesse último pleito, Edson foi vitorioso e a minha relação é muito boa. Tenho muito contato com Edson, com (a primeira dama) Alessandra e com os vereadores, mas principalmente com meu avô, que é um dos líderes desse grupo.

 

Blog: Quando você disse para si que estava pronto para concorrer ao cargo de vereador?

 

Flavinho – Desde mais novo, eu sempre estive presente na política e em decisões, reuniões, muitas delas realizadas na casa de meu avô e de meu pai (o ex-prefeito Flávio Lima) em Toritama, decisões que, com elas, eu fui aprendendo o que é política. Ao longo do tempo, você vai sentindo uma segurança; se você está preparado ou não está. Desde o último pleito, eu sinto essa segurança, mesmo não tendo na época idade de concorrer. Eu já estava mais solto, já entendia mais o que era um partido, o papel de um deputado, senador, governador, presidente e vereador. Então decidi ser candidato, já tenho idade e me sinto pronto.

 

Blog: Você falou que já se sente preparado… Mas qual será sua bandeira, sua defesa na busca pelo voto do eleitor?

 

Flavinho – Tem muitos jovens que querem ser candidatos a vereador, mas eu já me sinto preparado para a disputa, para assumir o cargo. Sei qual o papel do vereador, como ele deve agir na sociedade. Vou levantar bandeiras em defesa do povo e mesmo se ocorrer minha candidatura, vou defender o que o vereador deve fazer: que é de fiscalizar e legislar pelo povo sem uma postura suspeita de “Lado A” ou “Lado B”. Você tem que ser neutro na hora de fazer pelo povo e não pelo seu partido político.

 

Blog: Falando nesse último ponto, como é que você enxerga essa questão cultural com a polarização do eleitor nos grupos Taboquinha e Boca Preta?

 

Flavinho – É algo muito difícil de se questionar, até porque eu faço parte de um desses grupos. É difícil para um grupo conquistar votos de sua oposição, pois eles (os eleitores) idolatram um grupo, seja ele taboquinha ou boca preta. Esse é o lado negativo, mas se vermos o lado positivo, temos militantes fieis, que defendem seus interesses, do grupo e acabam estudando mais e se interessando mais sobre política, diferente do que se acontece em outras cidades.

 

Blog – Você falou a palavra “idolatria”, tratando isso como ponto negativo a essa questão partidária. Na sua opinião, o que deveria ser feito para que o eleitor não tenha mais esse comportamento?

 

Flavinho – Uma coisa que achei um avanço é a questão do debate. Na minha memória, nunca houve, de fato, um debate político até o debate que foi realizado na Câmara de Vereadores (nas últimas eleições). Os eleitores estiveram com seu rádio, escutando as opiniões, do político… Mas eu acho que não deve haver só um debate. Deve-se haver mais de um para que a população veja se esse candidato “A” ou “B” tenha uma postura firme e credibilidade em sua candidatura.

 

Blog – Falando agora sobre a Câmara de Vereadores. Você acha que a atual formação da Casa de Leis te representa como cidadão?

 

Flavinho – Hoje, temos vários pontos positivos e negativos, com vereadores que fazem seu verdadeiro papel, assim como outros que não merecem. Em sua maioria, eu penso que ela está tomando o caminho positivo para o município, mas deve se esforçar um pouco mais para fiscalizar as obras do município, do Estado e do Governo Federal, assim como fiscalizar projetos de Lei que beneficiam a população e coloca-los em prática. Um desses projetos é o que pede a colocação de coletores de materiais recicláveis, para que parte desses resíduos possam ser reaproveitados e reequilibrar o meio ambiente.

 

Blog – Falando agora sobre os principais líderes dos grupos locais, o ex-deputado federal José Augusto Maia (PROS) e do prefeito Edson Vieira (PSDB). Como você vê esses dois nomes, como lideranças, sendo citados em escândalos?

 

Flavinho – Essa questão de ligações com coisas ilícitas na gestão pública, eu acho que deve sim, ser julgado pela Justiça e, se condenado, qualquer um deles deve ser punido. Nenhum cidadão por ser político, pobre ou rico, não pode deixar de ser julgado ou, se condenado, punido. Eu acompanho Edson, vejo as posições dele e acredito que esse envolvimento deve ser em engano, mas se comprovado, ele deve ser punido, como qualquer cidadão. Quanto ao caso da merenda, de José Augusto Maia, eu acredito que a questão já foi julgada e ele está inelegível. Nessa última campanha (para deputado federal ou estadual) ele não pode ser candidato. Vamos esperar o martelo final da justiça, mas nenhuma pessoa pode julgar ninguém apenas com acusações. Acusar todo mundo pode, mas provar é diferente.

 

Blog – Voltando ao seu projeto eleitoral, você falou que quer disputar uma eleição. Tem o apoio de seu pai, Flávio Lima, que é pré-candidato a prefeito em Toritama e tem também o seu avô, Augustinho Rufino, mas muitas pessoas colocam esse seu projeto como empecilho a candidatura do vereador Junior Gomes (PSB), que é liderança dentro do grupo situacionista. Como você vê essa situação?

 

Flavinho – Venho conversando com meu pai, com meu avô, com minha vó, com minha mãe, meus tios e com Junior Gomes. Não gosto de conflitos, gosto de conversa e isso temos tido tranquilamente dentro de nossa família. Muitos aceitam e muitos pedem que eu espere, mas é uma decisão para o futuro. Como eu já disse, eu me sinto preparado a ser candidato na próxima eleição. Basta apenas eu tomar uma decisão minha e familiar em ser candidato, pois não se pode agir pela emoção. Temos que pensar na possibilidade, de conversar com o grupo para saber se ele e a população aceitam minha candidatura. Isso estou conversando tranquilamente, sem pressão de ninguém e no início do ano que vem… Venho sim divulgando nas redes sociais, nas rodas de política, que minha candidatura é sim uma possibilidade, mas essa resposta final só vou dar essa decisão no início de 2016.

 

Blog – Como é que Junior Gomes vê essa sua candidatura e o que seu avô diz, de fato, a esse projeto?

 

Flavinho – Eu sempre converso muito com meu avô e ele não põe nenhuma barreira. Ele vê, como eu, que me sinto preparado, como meus tios acham. Com Junior Gomes, eu converso com ele e ele me disse para eu ficar à vontade. Hoje, ele é candidato, mas como venho dizendo, estamos conversando. Minha candidatura é uma possibilidade, mas vontade eu já tenho e me sinto preparado. Ele me deixa à vontade e está pedindo também para que a família vote nele, mas não tem nada decidido. Não sei se a postura de meu avô vai ser votar em mim ou em Junior, mas não sinto nenhuma barreira dele. Quando formos tomar uma decisão, na mesa de discussão, estarão como principais eu, o meu avô, a minha vó, meu pai e Junior Gomes, para a gente decidir se saem duas candidaturas, que eu acho improvável, ou se sairá uma candidatura só: a minha ou a de Junior. Hoje, essa candidatura se caminha para a de Junior Gomes, mas estou na luta, na batalha para firmar meu nome. Quem sabe… Uma possibilidade.

 

Blog – Para finalizarmos… Para você, qual o real papel do vereador?

 

Flavinho – Como já diz, o vereador é o político mais próximo do povo e toma decisões cruciais para o município. Todas as decisões do prefeito, a nível de obras e projetos, têm que passar pela Câmara e cabe a eles julgarem. Quando essas obras são aprovadas pela câmara, ele tem que fiscalizar, além de desenvolver projetos que beneficiem o povo. O real papel deles é investigar, fiscalizar, ficar ao lado do povo. Eu acho que, o povo aprovando o seu mandato, você só tem a crescer com o apoio desse mesmo povo.

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