12
junho

Do leitor


Saudade, um termo ou sentimento que está muito em voga nos dias atuais, haja visto a quantidade de objetos e artigos vintage/retrô que estão de volta. São discos de vinil, móveis antigos usados para decorar, músicos atuais que buscam inspiração em ritmos e canções do passado, roupas e tantas outras coisas que estão de volta, seja por saudosismo, moda ou por necessidade mesmo.

 

Um exemplo disso é a bicicleta, que está voltando como opção e necessidade para uma melhor qualidade de vida nas cidades, que já não suportam tantos transportes motorizados. Mas, o que queria destacar mesmo, já que estamos falando de saudades, é do radio ou melhor: da programação em tempos atrás, tempos em que as frequências FM e AM tinham suas distinções.

 

FM era sinônimo de musica e som de qualidade, de locutores com voz aveludada, poucos comerciais. As rádios de frequência AM eram rádios com programação marcante, programas e locutores emblemáticos. Lembro-me que quando criança e adolescente, existiam programas como “Postal Sonoro”, “Aquarela Nordestina”, “Clube do Rei” este último que só tocava musicas de Roberto Carlos.

 

Na adolescência, lembro-me dos ditos programas policiais, mas, que não eram como os de hoje, onde se faz espetáculo e banaliza-se a questão violência. Sabemos que vivemos em uma democracia consolidada se não quisermos ver ou ouvir tais programas, seja na TV ou radio, basta um simples “click” no controle remoto.

 

Mesmo assim, se você como eu não tiver o hábito de ver ou escutar determinados programas, principalmente os ditos programas políticos (ou seriam programas para políticos), com a diversidade de meios de informação existentes, hoje é fácil ficar por dentro de seus conteúdos que são amplamente divulgados nas redes sociais e outros meios.

 

A questão é, para que serve esses programas “políticos”, para qual a finalidade? Discutir as demandas da cidade, seus problemas e resoluções, suas conquistas, discutir a cidade como um todo, as questões econômicas, culturais e sociais envolvendo todos os atores que compõem a cidade, inclusive a classe politica… Não seria esse o proposito ou esses programas são para os políticos?!

 

Há momentos que dar a entender que sim, pois debates, discussões acaloradas, que muitas vezes só serve para massagear egos, valorizar factoides, fazer meras especulações e marketing pessoal de vereadores, prefeitos, deputados ou mesmo de postulantes a se tornarem políticos.

 

Até que ponto esses programas beneficiam, enriquecem a cultura política da população (do ouvinte) ou só serve para corroborar ainda mais com a alienação, a desinformação sobre políticas públicas e, no caso aqui de nossa cidade Santa Cruz do Capibaribe, acirrar ainda mais essa paixão politica/partidária que existe e corrói a cidade.

 

Será que a máxima do filosofo francês vai servir também para a imprensa: “Cada povo tem o governo que merece” ou no caso “Cada povo tem a imprensa que merece!?” Eu prefiro indagar de outra forma. É assim porque o povo quer ou o povo quer porque é assim.

 

Saudosismos a parte acho que estou ficando velho falando tanto em saudades, mas, nesses dias, me pego tendo saudades, das boas. Como diz o poeta: “Quando o meu mundo era mais mundo e todo mundo admitia. Uma mudança muito estranha, mais pureza, mais carinho, mais calma, mais alegria no meu jeito de me dar”.

 

Por Zenna Rocha, comerciante e praticante de ciclismo.

As opiniões aqui expressas são de responsabilidade de seu idealizador e não refletem, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

3 Comentários

  1. Sabbi Mauri disse:

    Parabéns Zenna Rocha.

  2. Flavio Pontes disse:

    Zena, Parabéns pelo artigo, eu como voçê também tenho saudades deste tempo bom, pena que tantas pessoas gostem deste tipo de programa que realmente so servem pra continuar alimentando esta doença que é a politicagem barata que existe em nossa cidade. Precisamos de mais gente que pense e discuta o que realmente vale a pena pra nossa cidade.Hoje escuto radios FM de outras cidades, o meu ouvido agradece.

  3. Fabiano disse:

    A imprensa regional “não vai dormir” depois de um texto desse!

    Alguém belisca esse cidadão para ele acordar que estamos em 2014.

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