23
outubro

Denúncias, explosão de agências bancárias e várias discussões acaloradas marcam sessão da Câmara, em Santa Cruz


Na tarde desta terça-feira (23) foi realizada mais uma sessão ordinária na Câmara de Vereadores em Santa Cruz do Capibaribe.

Diferente da sessão anterior, todos os 17 vereadores estiveram presentes, onde foram discutidos 25 projetos de Lei de autoria dos vereadores, além de vários requerimentos e também o uso da tribuna.

Um desses projetos, vindo da prefeitura, chegou a ser retirado da pauta, por conta de pedidos de vista. Trata-se do 012/2018, que dispõe sobre as diretrizes para elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2019.

Na sessão, foi abordado o tema insegurança, mais especificamente a ação de criminosos que explodiram duas agências bancárias e também a morte por bala perdida de um funcionário da gestão municipal.

Outros assuntos na pauta foram à visita de vereadores de oposição a creches que estão com suas obras paradas e as denúncias de salários atrasados no funcionalismo municipal. Confira:

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Maior discussão entre os requerimentos

Um dos requerimentos da pauta rendeu a discussão mais demorada entre os edis, tanto que cada vereador só pode usar a tribuna por, no máximo, cinco minutos.

O requerimento foi o 432/2018, de autoria de Junior Gomes (PSB), onde solicitava que o prefeito Edson Vieira (PSDB) transformasse o ponto de apoio presente na Academia da Saúde, que fica no principal acesso ao bairro Santo Agostinho, em um posto fixo para ser usado pela Guarda Municipal.

O principal embate sobre o tema foi protagonizado entre o autor do requerimento e a líder de governo Jessyca Cavalcanti (PTC).

“Estamos mostrando a Santa Cruz o que é a propaganda e o que é a realidade. O ex-secretário (de saúde) Breno dizia que iriam ser realizadas nessa academia várias atividades como acesso a nutricionista, educação física… Mas o que tem lá é um equipamento público totalmente depreciado, que não está servindo para a população em absolutamente nada” – disse Junior.

“Vejo aqui algumas colocações de como as pessoas fazem política com o fígado. Ele não mede esforços para atacar o prefeito. Quando ele foi presidente, ele poderia ter colocado para a Câmara ter parcerias para realizar lá esse trabalho, mas digo que a Academia da Saúde foi colocada na gestão de Toinho, porém algumas questões precisam ser resolvidas e consertadas, mas não dessa forma aqui. O que se tem não é uma má gestão, mas uma gestão de prioridades” – rebateu Jessyca.

O requerimento acabou sendo aprovado pelo placar de 11 votos a favor e seis contra.  

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Ação de criminosos contra agências bancárias

A grande maioria dos vereadores também destacou a ação de bandidos em Santa Cruz, durante a explosão de agências bancárias.

Os que citaram o episódio também lamentaram pela morte do funcionário da prefeitura Eduardo Peta, vítima de bala perdida, e também elogiaram a ação de policiais militares que conseguiram frustrar grande parte da ação criminosa.

A ação rendeu um requerimento de votos de aplauso, proposto pelo vereador Augusto Maia (Podemos), que foi subscrito por todos os vereadores e aprovado por unanimidade.

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Denúncia – Salários atrasados de contratados na gestão municipal

O primeiro a destacar o assunto foi o vereador Carlinhos da Cohab (PTB), que criticou o prefeito Edson Vieira.

“Avisamos por várias vezes, aqui nesta tribuna, a forma como Edson Vieira estava fazendo política. Eu falava de R$ 25 milhões que aumentou dentro da prefeitura na questão de contratados, dinheiro que poderia estar servindo a Santa Cruz, mas que foi colocado com único intuito em para eleger a primeira dama do município. Edson é especialista em usar a máquina pública para se favorecer publicamente” – disse.

Carlinhos chegou a dizer que o prefeito o tinha processado, na tentativa de impedi-lo, segundo ele, de usar a tribuna da Câmara.

Defesa – Outros vereadores de Oposição também abordaram o tema, mas o primeiro a se posicionar em defesa da gestão foi o vereador Pipoca (PSDB).

“Pode ter certeza que a prefeitura nunca ficou devendo salário a funcionários, nunca! Aqui temos a responsabilidade. Sei que se passa por momentos de crise, momentos difíceis, mas pergunto o mesmo ao seu governador, que está com seis, sete meses, com atraso nos fornecedores. Temos que ter a responsabilidade e não ficar jogando para a população que o prefeito é corrupto. A oposição só vem aqui trabalhar com raiva, com inveja” – disse.

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Visita de vereadores de Oposição as creches com obras paradas

A visita feita pelos vereadores de Oposição Junior Gomes (PSB), Deomedes Brito (PT), Joab do Oscarzão (PSD) e Ernesto Maia (PT) também foi repercutida na Câmara.

Na semana passada, os quatro visitaram as obras nas creches do São José, Dona Lica II e Acauã, onde constataram que as obras estão paradas há vários meses. Todos fizeram cobranças duras ao prefeito Edson Vieira, críticas que podem ser resumidas nas falas de Junior Gomes e Marlos da Cohab.

“Quero falar do requerimento que solicita as cópias dos contratos e dos convênios sobre essas creches e digo que isso não vai vir. Sabe por quê?! Por conta de um esquema que se tem armado da prefeitura com essas construtoras. Tá lá essas creches paradas, a exemplo do São José. A empresa já recebeu mais de um milhão e se tem lá uma sucata de concreto” – disse Marlos.

“O que me impressiona é a normalidade em dizer que isso e normal, que é culpa da burocracia. Isso impressiona a naturalidade que as pessoas dizem isso e estão lá as crianças que as mães pagam, do pouco que tem, para colocar em uma creche particular porque não tem a pública. Isso é uma falta de prioridade” – pontuou.

A resposta – A vereadora Jessyca foi quem rebateu, com maior veemência, as críticas feitas pelos vereadores; defesa também compartilhada mais adiante por Nailson Ramos.

“Sobre as creches, quero dizer que nosso secretário tem feito um trabalho brilhante na educação, mas que as empresas, por conta dessa burocracia que elas têm que construir para poder receber e agora não tem mais aporte financeiro. As empresas foram notificadas… Quero dizer que o (serviço) público não é mais rápido, mas quero dizer que estamos preocupados em resolver esses problemas” – disse Jessyca.

“Se falaram tanto das obras do Governo Municipal, mas quero falar aqui das obras do governo do estado que, infelizmente, estão com problemas. A rodoviária, que tanto foi propagada que ela tinha que sair, está no mesmo lugar e Santa Cruz não merece isso. Têm também outro caos, que é a situação dos caminhões pipa, que cortaram o abastecimento as casas. Será que a água chega aos quatro cantos da cidade pela Compesa?” – frisou.

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Outras cobranças – Restauração do Campo do Arizão e continuidade das obras da pista de bicicross

“Estou aqui para falar da cobrança dos peladeiros quanto ao estádio municipal. Recebi várias ligações de amigos que usavam daquele espaço para o esporte amador, que agora não podem mais utilizá-lo por conta da incompetência dessa gestão. Também o pessoal do bicicross me procurou. A antiga pista era usada várias vezes por semana e agora nem podem mais usar esses espaços” – disse Capilé.

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Oposições alinhadas?

Faltando pouco tempo para as eleições da mesa diretora, um discurso que também chamou a atenção veio por parte de Helinho Aragão (PTB).

Na semana passada, o vereador e sua bancada foram alvos de elogios por parte da líder de Governo Jessyca Cavalcanti, graças aos esforços refletidos também, segundo ela, no desempenho eleitoral conquistado por Tallys Maia (Avante).

A bancada também é sondada por vereadores apoiadores de Edson Vieira para que possam compor uma eventual união na disputa pela presidência da Câmara, porém as falas de Helinho colocaram ainda mais em xeque tal possibilidade.

“Quero agradecer as palavras de Jessyca, palavras bonitas feitas a Capilé, a mim e a Augusto. Sei que tivemos uma campanha difícil e agradeço os elogios, mas queremos dizer que somos oposição ao Governo municipal e temos 11 aqui” e completou: “Essa questão de salários é um agravante, isso não pode estar acontecendo e o 13º já está na porta” – disse.

As falas de Helinho também foram elogiadas por Junior Gomes, um dos principais integrante da bancada que apoia o deputado Diogo Moraes (PSB), que também quer a presidência do legislativo.

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