25
janeiro

Mesmo após rebelião e superlotação, presídio de Santa Cruz continuará recebendo detentos, afirma diretor


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Diretor da unidade fez seu balanço pós rebelião – Foto: Thonny Hill

Em entrevista concedida ao Blog, o diretor do presídio de Santa Cruz do Capibaribe, Phelipe Melo (a esquerda), deu seu balanço sobre a rebelião que aconteceu, no último sábado (21), na unidade prisional.

Vários assuntos foram questionados, tais como a situação estrutural do presídio, o problema com a superlotação, a quantidade de agentes carcerários entre outros. Confira os principais pontos da entrevista.

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O motivo da rebelião

De acordo com o diretor, um dos motivos para a rebelião estaria na insatisfação de alguns detentos quanto as operações de apreensões de drogas e armas brancas.

“Isso faz com que eles criem uma inimizade com alguns colegas de trabalho e isso foi uma das motivações” – disse.

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Situação estrutural do presídio

De acordo com Phelipe, os danos no presídio são considerados de pequena proporção, relatando que os reparos já foram realizados.

“Tivemos problemas na parte elétrica, na parte inicial do pavilhão A, que já foi resolvida. Por conta do fogo, estamos terminando o trabalho de pintura” – frisou.

O mesmo completou que paredes que haviam sido avariadas também foram consertadas e questionado se os presos tiveram acesso a construções novas na unidade, o mesmo negou o fato. Já sobre a morte de um dos detentos, ele foi cauteloso, reservando-se a falar que as investigações estão a cargo da Polícia Civil.

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Número de detentos além da capacidade

Questionado sobre o problema da superpopulação carcerária (quase três vezes maior que a capacidade) e que medidas estariam sendo tomadas por parte da Secretaria de Ressocialização (SERES) para amenizar o problema, ele falou:

“Houve uma visita da Juíza de Execuções Penais e ela identificou alguns casos de progressão de regime. Fizemos então a transferência desses presos que tem direito a progressão a regime semiaberto. 16 presos foram encaminhados para o CRA de Canhotinho” – disse.

Segundo o mesmo, 16 detentos foram alvos da progressão.

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Recebimento de novos detentos

Sobre esse ponto, o diretor enfatizou que, mesmo com a rebelião e a superlotação, o presídio continuará recebendo novos detentos. De acordo com ele, esse recebimento é determinado pela Justiça, que encaminha ou não presos para a unidade.

“O presídio continua funcionando normalmente. O motim foi contido muito rápido e a funcionalidade do presídio continua a mesma” – disse.

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Déficit de agentes penitenciários

Sobre a quantidade de agentes que atuam no presídio, o mesmo citou que apenas três deles estavam de plantão no dia da rebelião. O número é alvo de críticas do Sindicato dos Agentes Penitenciários.

Questionado se houve um aumento desse contingente após a rebelião, ele foi enfático.

“Essa é uma realidade de toda a unidade prisional, não só a de Santa Cruz. O Estado tem um déficit de agentes penitenciários assim como presidio de Santa Cruz como em outras unidades. Eram três agentes de plantão e esse número permanece o mesmo” – destacou.

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Orientação a população quanto a possibilidade de novas rebeliões

O diretor da unidade destacou que o problema foi, segundo o mesmo, algo pontual e reafirmou a insatisfação dos detentos quanto as operações de apreensões. Já a população, ele disse.

“Aos familiares… No domingo quando eles vieram, viram que a situação está controlada. Estão percebendo que o funcionamento do presídio está normal e vamos trabalhar para, cada vez mais, fazer um trabalho melhor” – concluiu.

Ouça a entrevista na íntegra!

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