04
janeiro

Na Polo FM – Entrevista com presidente da Compesa


Roberto Tavares fala sobre cobranças, retomada de obras para abastecimento em Santa Cruz e região, problemas em Jucazinho e o ‘fantasma’ de nova paralisação na Adutora do Agreste

 

Presidente da Compesa, Roberto Tavares – Foto: Arquivo

Em entrevista concedida no programa Cidade Notícia, da Polo FM, o presidente da Compesa, Roberto Tavares, falou sobre vários assuntos de interesse da região quanto ao abastecimento de água a municípios que sofrem com a seca.

Entre os temas abordados. estão a chegada de água em Toritama, o receio de nova paralisação na Adutora do Agreste, a polêmica em torno da perenização do Rio Capibaribe e as cobranças quanto a falta de prazos e ações concretas para a melhoria do abastecimento em Santa Cruz. Confira a entrevista:

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Abastecimento em Toritama, via tubulação da Adutora do Agreste

Roberto Tavares deu mais detalhes sobre como é feito o abastecimento de água para Toritama através da tubulação da Adutora do Agreste. Segundo ele, esse abastecimento que será feito via tubulação da adutora será realizado com água que vem da Barragem do Prata.

“Ela vem do Prata para Caruaru e, da estação de tratamento, ela pega uma antiga adutora de Tabocas e depois passa para essa nova adutora, que é a do Agreste, o trecho entre Caruaru e Toritama e se chega água em Toritama” – disse.

O mesmo citou que Toritama deve receber também água via sistema Sirigi, juntamente com outras cidades, vindo a partir da cidade de Surubim.

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Possibilidade de nova paralisação de obras da Adutora do Agreste

Sobre esse ponto, Roberto Tavares ainda se mostrou apreensivo quanto ao tema, mas destacou que visitas feitas a Brasília pelo Governador Paulo Câmara (PSB) ao Ministro Helder Barbalho (da Integração Nacional), que aconteceram no último mês de dezembro garantiram a liberação de recursos totais de na ordem de R$ 126 milhões, sendo 68 destes para a adutora.

“Com isso, conseguimos pagar todas as dívidas que tínhamos e garantir esses dois primeiros meses, de janeiro e fevereiro, que vamos fazer com obras muito intensas” – disse.

Em seguida, ele voltou a frisar que o andamento das obras este ano depende, unicamente, da liberação de mais recursos para este ano pelo Governo Federal, não descartando uma nova paralisação de obras.

“Esperamos que os repasses continuem em 2018 para que possamos concluir essa obra, que é tão importante para os pernambucanos” – pontuou.

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Desabastecimento de vários bairros em Santa Cruz; alguma mudança?

Roberto Tavares foi questionado quanto as cobranças de bairros que ainda não são abastecidos pelo município, sequer mesmo com água de carros pipas e o que poderia ser feito para que esse cenário pudesse mudar em 2018.

Sobre isso Roberto citou que a melhoria do abastecimento estaria condicionada a duas frentes, sendo a primeira delas a conclusão de mais uma etapa do chamado “Lote 4” da Adutora do Agreste (o mesmo trecho de tubulações que já leva água para Toritama via Barragem do Prata) e que passa paralelo a BR-104.

“Vamos intensificar agora os trabalhos na BR-104 para que a gente possa concluir essa ligação de Caruaru a Toritama e de Toritama a Santa Cruz” – disse.

Já a segunda frente, de acordo com ele, seria a conclusão das obras da prometida Adutora do Alto Capibaribe, prevista para trazer água do Rio Paraíba, que recebe águas da transposição. As obras ainda não foram iniciadas, mas que, segundo ele, esse início será possibilitado com a chegada de recursos via empréstimos com a Caixa Econômica.

“São empréstimos que a Compesa está tomando para pagar ao longo dos próximos anos, mas esses empréstimos tem uma obra muito importante para essa região, que é essa adutora. (…) Vamos entrar em Santa Cruz e vamos ramificar Jataúba, Toritama, Taquaritinga do Norte e outras cidades que antes eram atendidas por Jucazinho, como Vertentes, Vertente do Lério, Santa Maria do Cambucá e Frei Miguelinho” – frisou.

Questionado sobre o novo prazo que as obras dessa adutora poderiam ser iniciadas ou concluídas, Roberto Tavares não pontuou prazos, mas citou que a licitação para que a contratação da empresa responsável pelas obras deve ser lançada nos próximos dias.

“Ainda neste mês de janeiro, teremos uma boa novidade porque eu estive com o Governador Paulo Câmara e ele me disse que, ainda nesta primeira quinzena, quer lançar essa licitação da Adutora do Alto Capibaribe” – frisou.

Ainda sobre a questão dos bairros desabastecidos, o mesmo citou que essa mudança no abastecimento, com maior oferta de água, vai depender da chegada de maior oferta de água a Barragem do Prata com a conclusão de outra etapa da Adutora do Agreste.

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Perenização do Rio Capibaribe continua inviável, afirma presidente

Roberto Tavares foi questionado sobre a possibilidade que vem sendo discutida na região, que é a chegada de água via perenização do Rio Capibaribe. De acordo com lideranças a frente da ideia, a proposta é fazer com que a água da transposição também possa chegar ao Rio Capibaribe e, assim via curso natural, chegar até as cidades.

“Pelo leito do rio, para a água chegar na torneira da pessoa, de um cidadão, teria que se colocar, no mínimo, 10 vezes mais quantidade de água que vai se perder por esse caminho. O projeto do Alto Capibaribe vai se chegar com perca mínima, pois essa água vem toda em tubulações” – frisou.

Roberto voltou a enfatizar sua posição contrária a ideia e condicionou a inviabilidade desse sistema a fatores como: falta de um projeto, limitação geográfica, custo alto e com menos eficiência do que o próprio sistema da Adutora do Alto Capibaribe.

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Problemas estruturais em Jucazinho

Roberto foi questionado quanto aos problemas estruturais que foram diagnosticados na barragem de Jucazinho, que apresenta fissuras em suas paredes e que já foi alvo de recomendações de reparos por parte do Ministério Público.

Sobre esse ponto, ele afirmou que a preocupação continua e que as obras estão com responsabilidade do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas – DNOCS.

“Temos cobrado para que haja transferência de recursos de modo a que possam concluir essas obras que são tão importantes para a segurança hídrica da região e também para a segurança da própria barragem” – concluiu.

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