09
setembro
Falta de delegados na Depol de Santa Cruz pode ser normalizada ainda este mês, afirma delegado regional
Em entrevista concedida ao Blog, o delegado da 17ª Delegacia Regional, Dr. Júlio Porto (foto), falou sobre a ausência de delegados em plantões, em especial a noite, na delegacia de Santa Cruz do Capibaribe.
Muitas pessoas reclamam que, pela ausência de delegado na delegacia, são informados que as queixas sobre crimes devem ser feitas na cidade de Caruaru, fator que tem gerado polêmica especialmente com a atual situação de insegurança no município.
Na entrevista, o delegado citou que a falta de delegados nas delegacias está relacionado a não realização, deliberada por parte da Associação de Delegados de Polícia do Estado (Adeppe), do Programa de Jornada Extra de Segurança (PJES).
O PJES é um mecanismo que permite que os servidores da segurança pública façam até dez plantões de 12 horas ao longo do mês. O PJES cobre brechas nas escalas e garante um acréscimo salarial. Para a associação, a continuidade do programa é uma forma para que o Governo do Estado não faça o reajuste salarial, assim como não realize a contratação de novos delegados.
Dr. Júlio deu sua justificativa para que a falta de delegados esteja acontecendo no município.
“Nesse caso específico de Santa Cruz, teve que se fazer uma escala obrigatória para poder se compensar essa entrega (do PJES). Com essa escala obrigatória, os plantões iriam rodar normalmente, no entanto, tivemos o protocolo de duas licenças médicas. Está sendo esse o problema. Nos plantões em que esses dois profissionais estão escalados, as equipes que levarem ocorrências serão deslocadas para o plantão mais próximo, que é o de Caruaru. Esperamos que essa situação se normalize o quanto antes” – disse.
Questionado se com as escalas obrigatórias, a volta desses delegados e também com as alterações pedidas pela associação o município teria seus plantões cobertos, ele falou:
“Teve-se uma entrega parcial desses plantões (extras). Em virtude de a área ter um quadro não ideal de delegados, a gente sofre um pouco mais. A nossa diretoria está fazendo essa avaliação de onde pode vir essa recomposição de delegados, mesmo que seja, momentaneamente, de modo a ultrapassarmos esse período mais crítico. Não sabemos ainda quais serão as consequências, os próximos passos do movimento, mas temos que estar preparados para dotar a delegacia de atendimento permanente, de modo a não prejudicar a população no acesso aos nossos serviços” – disse.
O delegado completou que até o fim de setembro, espera que a falta de delegados seja resolvida.
“Um desses dois colegas que estavam com problemas de saúde deve voltar dia 16 e eu também estarei voltando (das férias) também dia 16. Com o acréscimo, vamos ter uma amenização da situação e esperamos que até o fim do mês tudo se resolva” – pontuou.
