12
novembro

Artigo


Lulismo e malufismo

 

adriano oliveiraEm extenso estudo, defini, em 2010, o lulismo. A definição contava com o incentivo do cientista político André Singer, o qual também conceituou o lulismo. Para Singer, o lulismo representa manifestação de apoio por parte dos eleitores, independente de raízes ideológicas, ao presidente Lula. A ascensão social condicionava este apoio. Concordo com a definição de Singer sobre o lulismo, e a ampliei, ou seja: o lulismo representa a capacidade do presidente Lula em influenciar as escolhas dos eleitores.

 

O lulismo não é um conceito meramente objetivo, no caso, revelado apenas por porcentagens. Ele também é subjetivo. Em 2010, parte majoritária dos eleitores confiava no presidente Lula e o considerava o melhor presidente da História do Brasil. Nesta época, pesquisas qualitativas mostravam que eleitores admiravam o presidente. Emocionavam-se quando faziam referência a ele. E tinham o Lula como o pai que cuida dos seus filhos, no caso, os brasileiros sofridos.

 

Lula finda o seu último mandato presidencial no altar. Eleitores, majoritariamente, o aprovavam. Lula consegue eleger Dilma Rousseff para presidente da República em 2010. E contribui decisivamente para o seu novo sucesso eleitoral em 2014. Em 2005, o Escândalo do Mensalão afeta, temporariamente, a imagem do presidente Lula. Porém, ele consegue recuperar e aumentar a confiança de parte majoritária dos eleitores. A partir de 2015, denúncias brotam constantemente contra o ex-presidente Lula na mídia.

 

As denúncias não são inventadas e nem comprovadas. São por ora, fatos, os quais precisam ser investigados e comprovados quanto à ilicitude. Entretanto, apesar da não comprovação, o bombardeio de notícias negativas que atinge o ex-presidente é intenso. Diante deste contexto, indago: o lulismo sobreviverá? O lulismo virará malufismo?

 

O lulismo sobreviverá e poderá ser fortalecido. Ele poderá sobreviver, contudo, de modo fraco no eleitor. Neste caso, ele perderá intensidade entre os eleitores, intensidade esta observada na eleição presidencial de 2010. Ele também poderá ser fortalecido, caso a presidente Dilma recupere popularidade e as denuncias contra o ex-presidente não sejam comprovadas.

 

Contudo, não desconsidero a possibilidade do lulismo virá malufismo. O ex-prefeito de São Paulo, Paulo Maluf, nas décadas de 70 e 80, era adorado e admirado pelos eleitores paulistas. Maluf era conhecido como o político que fazia. Maluf tinha capacidade de conquistar eleitores e de influenciá-los. Contudo, diversas denúncias de corrupção ao longo da carreira possibilitaram que o malufismo perdesse intensidade entre os eleitores. Embora, ele continue a existir de modo fraco. Será este o destino do lulismo?

 

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