03
fevereiro

Coluna


Uma Família em Crise

 

“Então disse Isaque a Jacó: Chega-te aqui, para que eu te apalpe, meu filho, e veja se és meu filho Esaú ou não. Jacó chegou-se a Isaque, seu pai, que o apalpou, e disse:

A voz é de Jacó, porém as mãos são de Esaú” (Gênesis 27:21,22)

 

No livro do Gênesis, do capítulo 25 ao 35, temos uma inusitada história patriarcal. Esaú e Jacó (irmãos gêmeos), filhos de Isaque e Rebeca, incorreram num terrível erro, o de negociar os direitos legais da primogenitura, que implicava em posição e condição privilegiada (representante oficial da família, dobrada herança, etc), favor muito cobiçado no mundo antigo. Jacó compra do seu irmão a primogenitura por um prato de comida. Esaú a vende porque estava faminto.

 

No dia marcado para a conferência oficial da “Bênção da Primogenitura”, o pai Isaque, que já não podia ver, é vítima de uma farsa armada por Jacó e sua mãe. A voz é de Jacó, porém as mãos são de Esaú, argumenta o veterano patriarca. A limitada percepção do pai quase borrou a “maquiagem” do filho, apesar disso, confere a primogenitura pensando que fosse Esaú, seu filho primogênito. Temos aqui, a instalação de uma crise familiar, pais divididos, irmãos se digladiando. Percebe-se que o ódio, o engano, a fuga e a desunião imperam.

 

Bonito nessa história é saber que ela teve um final feliz. Jacó teve um belíssimo encontro com Deus, assumiu sua real identidade e foi providencialmente transformado (32:28,30). Um novo Jacó, arrependido e confesso, estava agora, perante Esaú (33:3-12) e seu pai, Isaque (35:27-29). Portanto, família em crise, dupla identidade, ódio e rancor, tornou-se para eles, coisa do passado. Em linhas gerais essa história nos ensina que:

 

Toda família tem conflitos – Até mesmo a família patriarcal, dos nossos nobres heróis da fé, passa por duros embates. Isaque tem preferências por Esaú, enquanto Rebeca tem por Jacó (25:28). As crises se agigantam e o desentendimento dos irmãos inclui ameaça de morte (27:41). Não existe conflito familiar tão grande, que Deus não possa solucionar;

 

As dádivas de Deus não podem ser negociadas – Esse vende e compra, envolvendo favores domésticos e espirituais (25:31,32), não combina com a fé. É sempre perigoso barganhar, negociar as dádivas de Deus. A obstinação sega os homens, lesa o entendimento, perturba o espírito. Contentemo-nos com o que Deus nos dá, sem cobiçar o que é do outro;

 

Devemos avaliar diligentemente nossa conduta – A própria vida tem provado e comprovado que mentira, maquinação e disfarce são males horrendos, que sempre têm consequências drásticas. A falsa identidade de Jacó é digna de observação e repúdio (27:22). As piores mentiras geralmente são aquelas que mais se aproximam da verdade;

 

A reconciliação sempre é possível – Acreditamos na reconciliação. Deus está no controle de tudo e de todos. Jacó tem encontro privativo com Deus e consequentemente com sua família (Caps.32-35). O reencontro dos gêmeos tem choro, beijo, abraço e perdão (33:4). O Deus que instituiu a família é poderoso para preservá-la e mantê-la de pé. Assim seja!…

 

Os artigos e opiniões aqui expressas são de responsabilidade de seu idealizador e não refletem, necessariamente, a opinião deste blog.

2 Comentários

  1. Paulo Fernando disse:

    Parabenizo o Blog do Ney Lima por abrir espaço para que a Palavra de Deus seja proclamada de Santa Cruz para o mundo, através do servo de Jesus, Pr. Josilton, que zela pela sã doutrina e edificação da Igreja.
    Que Deus continue abençoando a todos com a sua Palavra.

  2. Cléa Nobre disse:

    Artigo muito bom. Tratei exatamente nesse texto com os adolescentes da 1ª Igreja Congregacional.

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