02
dezembro

Artigo


Os prefeitos serão perdoados?

 

adriano oliveiraPrefeitos que não pagam os salários dos servidores em dia têm reduzida popularidade? Prefeitos que não pagam os salários dos funcionários da prefeitura regularmente, mas com a proximidade da eleição, passam a pagar, tendem a ser reeleitos?

 

As indagações apresentadas são vitais para decifrarmos previamente os resultados das eleições municipais de 2016 em municípios em que parte considerável da população depende do poder estatal para obter renda mensal. Tenho a hipótese de que quanto maior a população do município, menor a dependência econômica dos indivíduos do poder estatal.

 

Através de Diagnósticos qualitativos e quantitativos é possível identificar os seguintes mecanismos em dado ambiente social:

 

1) Prefeitos que empregam mais pessoas tendem a ser reeleitos, já que estes, em um espaço populacional pequeno, tende a conquistar eleitores através da oferta de empregos públicos;

 

2) Prefeitos que atrasam os salários dos servidores, concursados ou contratados, tendem a perder a eleição, pois os eleitores estão insatisfeitos e desejosos de que outro candidato vença a eleição;

 

3) Prefeito que atrasa os salários dos servidores, mas que próximo à eleição, regularize o pagamento, tende a causar desconfiança e esperança nos eleitores. Portanto, tem chance de vencer a eleição.

 

Estes mecanismos apresentados não podem ser desprezados pelos competidores, pois em diversos municípios as peças principais que movem a economia local são: prefeitura e comércio. A prefeitura alimenta o comércio ao pagar os servidores. Com isto, o comércio adquire condições de gerar empregos. Assim sendo, o bem-estar econômico passa a existir em grande parte dos eleitores.

 

São diversas as prefeituras de variados estados do Nordeste que não estão pagando regulamente os funcionários, concursados ou não, e aposentados. Diversos prefeitos também relatam a impossibilidade de pagar o 13° salário. E uma gama de prefeitos já anunciou demissões de contratados. Diante desta conjuntura, como será a eleição municipal de 2016?

 

Estou insistindo frequentemente no tema crise e eleições em razão de que o pleito municipal vindouro será fortemente atípico. Em 2008 e 2012 existia a discussão sobre a necessidade de mais recursos para os municípios. Contudo, o boom econômico do Brasil ofertava a diversas cidades a possibilidade de manter os pagamentos dos servidores em dia. Inclusive, os gestores tinham a obrigação de pagar os funcionários, pois não existia a crise econômica nacional, a qual serve, neste instante, para justificar a crise econômica municipal. Sendo assim, em 2016, os eleitores perdoarão os prefeitos em razão da crise econômica nacional?

 

As opiniões aqui expressas são de responsabilidade de seu idealizador

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