11
novembro

Terceira reportagem da série “Surto de Virose”


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Reportagem Especial

Surto de virose faz quantidade de atendimentos médicos mais que dobrarem no único hospital de Toritama

 

Recepção cheia de donentes a procura de atendimento se tornou cena corriqueia no Hospital Municipal Nossa Senhora de Fátima - Fotos: Thonny Hill

Recepção cheia de doentes a procura de atendimento se tornou cena corriqueira no Hospital Municipal Nossa Senhora de Fátima – Fotos: Thonny Hill

Dando sequência a nossa série de reportagens sobre cidades que vivenciam o surto de virose, a equipe formada por profissionais do Blog do Ney Lima e da Rádio Polo FM mostra a realidade vivenciada pela cidade de Toritama.

 

A equipe seguiu para o município na última segunda-feira (09) e o que se viu na unidade hospitalar local é a presença de uma recepção cheia de doentes, que podem esperar mais de duas horas na fila para conseguir atendimento com um dos dois médicos plantonistas.

 

Com pouco mais de 35 mil habitantes segundo dados do IBGE, o município é outro que enfrenta a lotação de seu único hospital devido ao surto, além de enfrentar problemas comuns as outras cidades como a demora no atendimento e poucos recursos profissionais a disposição dos doentes.

 

Para se ter uma ideia do problema, informações vindas de nosso correspondente, Evandro Balla, dão conta que mais de 1000 pessoas foram atendidas, a grande maioria com sintomas associados ao surto, no último fim de semana.

 

Atendimentos no único hospital do município mais que dobraram com o surto

 

Segundo a secretária de saúde do município, Edvânia Tavares, a quantidade de atendimentos dobrou, saltando de 120 para mais de 250 atendimentos, sendo que 70% são de pessoas que reclamam dos sintomas associados ao surto. Esses casos são, segundo a secretária, notificados a Secretaria Estadual, sendo tratados como casos de suspeita de Dengue.

“O aumento na quantidade de paciente é bem expressivo. Eles apresentam febre, dores de cabeça, dor nas pernas, vomito e em algumas vezes, problemas de pressão baixa. São inúmeras as viroses que tem esses mesmos sintomas” – disse.

 

Casos de Zika ou Chikungunya ainda não foram confirmados, diz secretária de saúde

 

Segundo Edvânia, o município ainda não tem casos clinicamente confirmados de Zika ou de Febre Chikungunya, mas a secretária citou que a qualidade da água que chega a Toritama pode ter contribuído para o surto.

 

“Essas viroses, não é só a minha opinião, mas de outros profissionais de saúde, é que o que vem a suspeita maior está relacionada a qualidade da água que estamos recebendo. A procura é muito grande, mas essa água que está vindo é, muitas vezes, sem tratamento… Não se sabe de onde ela vem. Muita gente usa água que a gente não sabe de onde vem a procedência, usa para tomar banho e outras coisas. A água sem tratar é o motivo maior para essa quantidade de viroses” – disse.

 

Ainda segundo ela, mesmo com a falta do larvicida que é fornecido pelo Governo Federal, o município tem conseguido diminuir a infestação do mosquito Aedes aegypti, tido como principal vetor do surto nas outras cidades já citadas em reportagens anteriores.

 

Cidade conta com apenas dois médicos plantonistas

 

Uma das dificuldades enfrentadas na Capital do Jeans é a pouca quantidade de médicos para atender a crescente demanda.

 

Além de pacientes de Toritama, pessoas de outros municípios como Taquaritinga, Vertentes e Caruaru também buscam a unidade hospitalar.

 

Conversamos com um dos dois médicos plantonista do dia do município. Dr. Giraldo Torres nos falou sobre uma série de falhas que, segundo ele, contribuem para o surto aconteça.

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“Para não existir esse surto, é preciso que se tenha um controle apropriado. Primeiro é o saneamento, que gera esse controle apropriado ao mosquito e não é complicado de se fazer. Por outro lado, falta informação aos pacientes. Eles procuram o hospital achando que aqui vai ter uma cura ou nem sabendo o que é que eles estão tendo. Quem conhece, quem sabe da doença, sabe que não há uma coisa diferente para fazer como controlar a febre, as dores e manter a hidratação. Não existe um tratamento diferente e, se não existe complicações, esse tratamento pode ser feito em casa” – disse.

 

Crianças, gestantes e idosos devem ter atenção redobrada, diz médico

 

Dr. Giraldo alertou também que crianças menores de cinco anos, gestantes e idosos necessitam de atenção redobrada.

 

Segundo ele, são esses dois grupos os mais propensos a sentir os efeitos dos sintomas vistos com o surto.

 

“Se não conseguirem controlar a febre ou a hidratação no domicílio, esses doentes devem procurar atendimento na urgência mesmo para serem avaliados, ser administrada a medicação e se ter o controle apropriado” – frisou.

 

O breve relato de uma mãe com três filhos acometidos pela virose

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Na rua da dona de casa, identificada por Ana, quase todos os moradores já foram acometidos pelo surto.

Para sintetizar o panorama do surto em Toritama, coletamos o depoimento de uma mãe, que esteve com seus três filhos no Hospital Municipal em busca de atendimento.

 

Escolhemos a dona de casa, identificada por Ana, que reside no bairro Independente, periferia do município, que falou sobre como está a rua em que reside.

 

“Até agora os meus três filhos foram afetados. Eles tem febre e dor no corpo. Na minha casa, apenas eu e o pai deles não estamos doentes e na minha rua, só faltava apenas a minha casa.” – disse.

2 Comentários

  1. Mercia disse:

    O que o poder público e a imprensa de Santa Cruz não percebeu é que não se trata de um surto de virose e sim uma epidemia. Trabalho em uma Escola com aproximadamente 800 estudantes só ontem, tinha em torno de 50 estudantes sem frequentar as aulas devido a essa epidemia e ainda praticamente os demais já foram acometidos ou apresentam sintomas diários. Não procuram o médico porque já sabem que o medicamento receitado é o paracetamol, ou seja, estão se dirigindo as farmácias.

  2. Mercia disse:

    No comentário anterior as referências são do município de Santa Cruz do Capibaribe. Sugestão de pauta para os blogs. Perguntem a secretaria de saúde se está havendo triagem dos locais mais afetados.

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