25
agosto
Cobrança por explicações de Edson Vieira sobre declaração de bens para a campanha movimenta falas na Câmara
Na manhã desta quinta-feira (25) foi realizada mais uma sessão ordinária na Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Capibaribe. A reunião transcorreu de forma tranquila ao contrário da anterior e contou com discussão de sete Projetos de Lei (PL) e apenas um requerimento.
Dos 17 edis, 14 deles estiveram presentes, registrando-se as ausências de Vânio Vieira (PTB), Galego de Mourinha (PTB) e Helinho Aragão (PTB), todos da bancada de Oposição. Sem o uso de tribuna, a fala pessoal dos vereadores ficou, mais uma vez, restrita ao dispositivo previsto no Artigo 159 do Regimento Interno, chamado de “Explicações pessoais”.
O dispositivo permite ao vereador falar, com tempo de 05 minutos e sem apartes, sobre atitudes pessoais assumidas durante a reunião ou no seu mandato, e só pode ser feito após declarada esgotada a pauta da Ordem do Dia, mediante prévia inscrição. Confira os principais pontos:
Polêmica que volta a cena: Entre os projetos, um deles chama a atenção por conta da polêmica que tem gerado nos bastidores da Casa de Leis, que é o PL 016/2016. O projeto trata do reajuste nos salários dos vereadores para a legislatura 2017-2020. De acordo com a proposta já anunciada pelo presidente Afrânio Marques, a ideia é que os vereadores não tenham seus salários reajustados sob a alegação da crise econômica, porém o mesmo tem gerado resistência entre edis as duas bancadas. O projeto foi apresentado para ser repassado, mais uma vez, as comissões e ainda não há previsão para que o mesmo seja votado.
O requerimento do dia: Já quanto ao requerimento, o mesmo de autoria de Afrânio Marques (PDT) e Zé Minhoca (PSDB) e extensivo a Secretaria de Defesa Social do Estado, solicita para que novas viaturas da Polícia Militar possam ser destinadas ao município.
As explicações pessoais: Apenas os vereadores Ernesto Maia (PT) e Zé Minhoca (PSDB) optaram por fazer uso do dispositivo.
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No principal ponto de suas falas, Ernesto cobrou para que o prefeito Edson Vieira (PSDB) dê, segundo o mesmo, explicações a população sobre os valores mencionados em sua declaração de bens para a campanha eleitoral. De acordo com o petista, em tempos de crise econômica, o prefeito teria aumentado, em mais de 280%, os valores declarados em relação as eleições de 2012.
“Na última eleição, ele declarou que seus bens valiam R$ 779. 456,67 e para essa eleição, seus bens somam R$ 2.980.716,94. Foi um aumento de 284% no patrimônio do prefeito, que não tem outra renda segundo eu saiba. Os salários desses 42 meses, que foi o tempo que ele fez essa declaração, somam um montante aproximado de R$ 600 mil. Mesmo se ele não gastasse nada e só guardasse, não gastasse um tostão, seu patrimônio aumentou em quase R$ 1,4 milhão. É necessário a explicação do prefeito, principalmente com tantas denúncias de desvio de dinheiro público” – disse.
No principal ponto de suas falas, Zé Minhoca rebateu as falas de Ernesto, citando que o vereador sofria de “amnésia” e que não teria se posicionado contra o conhecido “Escândalo da merenda”.
“O vereador Ernesto, como sempre, parece que sofre de amnésia; não teve a mesma preocupação de fiscalizar o seu tio (José Augusto Maia) quando foi prefeito e a sua mãe (Socorro Maia) quando foi secretária de Educação, protagonistas do maior escândalo de desvio de dinheiro público em Santa Cruz do Capibaribe, que foi o caso da merenda escolar. Vossa excelência é suspeita de falar, não merece nenhum crédito quando se fala de fiscalização” – disse.
O vereador também aproveitou para fazer críticas ao Banco do Brasil que, segundo o mesmo, não está cumprindo com os prazos para a criação das contas específicas para movimentação financeira por parte de candidatos no período eleitoral. A cobrança também foi pauta em falas do presidente da Casa.
