08
dezembro
Despedidas, agradecimentos e divergências entre aliados marcam reunião do legislativo santa-cruzense
Fotos: Thonny Hill (arquivo).
Na tarde de quinta-feira (08) foi realizada a última sessão ordinária da Câmara de Vereadores. A pauta que predominou os discursos foi sobre o projeto de lei referente a reestruturação da Câmara, que tem como objetivo realizar um concurso público para cargos no poder Legislativo. O tema gerou desentendimentos entre Afrânio Marques e Júnior Gomes no final da sessão.
A reunião também serviu para marcar as despedidas de vereadores que não retornarão para exercer seus mandatos nos próximos quatro anos.
O vereador Pipoca iniciou seu discurso fazendo uma análise do seu mandato enquanto parlamentar, elencando uma série de ações, requerimentos e projetos de lei de sua autoria. Pipoca falou ainda sobre as comissões que o mesmo fez parte, dando destaque a Comissão de Convivência com a Seca.
“Passamos por muitas discussões acalorada nesses quatro anos, e minha vinda para a Câmara teve uma grande mudança em minha vida, não vim com muita sede ao pote, mas vim para tentar contribuir com Santa Cruz. Espero que a partir do ano que vem, possamos contribuir mais ainda com esta cidade” – pontuou.
Pipoca também falou sobre seu trabalho em prol da juventude, moto-taxistas e completou destacando a felicidade de ter sido o líder da Situação.
O vereador Carlinhos da Cohab fez um discurso rebatendo o discurso do vereador Pipoca, onde fez um requerimento verbal para que o assessor ou assessora do parlamentar seja convocado para explicar uma denúncia que o vereador Ernesto Maia trouxe a tribuna em uma das reuniões passadas.
O parlamentar falou ainda sobre a questão da problemática que os professores municipais estão enfrentando. De acordo com Carlinhos, o repasse do dinheiro que os professores têm direito e que o prefeito não quer repassar.
“Fechamos o ano com tristeza, porque escutamos hoje vários professores que vieram falar a minha pessoa sobre a questão do dinheiro, eles (os professores) trabalharam honestamente e que foi retirado pelo Governo Federal, mas agora vai volta para eles e ai a Prefeitura avisou que só vai dar um agradinho. Queria lamentar por Jessyca (Cavalcanti) pelas atitudes sem vergonha em fazer defesas que não existem”.
Ao final, o vereador Carlinhos falou também sobre a questão do protocolo de um ofício de um cidadão pedindo que seja implantado uma CPI para investigar a denúncia da água.
O vereador professor Afrânio aproveitou seu último discurso para fazer a sua prestação de contas, como presidente do Legislativo de Santa Cruz do Capibaribe. Afrânio fez uma análise do seu mandato, tanto como vereador, quanto como presidente. Ele enfatizou o seu trabalho, relembrou dos seus 32 anos de movimento público e apresentou o seu empenho, sobretudo, em se tratando do zelo com o dinheiro público.
O vereador falou das ruas calçadas, das praças construídas, patrocínios, zelo pela Câmara e todo cuidado e respeito com os colaboradores. Afrânio lamentou o fato de o projeto da reforma administrativa, que é o caso da Câmara poder fazer concurso público para os servidores da Casa, uma vez que atualmente são todos cargos comissionados. O vereador finalizou seu discurso sendo grato ao seu pai pelos ensinamentos.
“Temos que ser responsável para administrar bem, com transparência e honestidade. Eu segui aquilo que o meu pai sempre dizia que quem é pobre só tem o nome e eu continuo tendo o meu nome limpo. Administrei 10 milhões de reais e só é corrupto quem quer. Personalidade, caráter e moral não têm preço” – afirmou Afrânio.
Em um discurso ameno e de gratidão, o vereador Galego de Mourinha fez um discurso onde inicialmente agradeceu a todos os colaboradores da Câmara de Vereadores. Galego citou que ‘sempre tratou a todos de forma respeitosa, sem observar de qual partido fosse ou a quem esteja assessorando’.
O vereador Galego, relembrou os seus 20 anos de vereador nesta Casa de Lei, onde apresentou uma série de ações enquanto parlamentar e como cidadão de Santa Cruz do Capibaribe.
“Não foi fácil em decidir que não sairia mais candidato, mas eu vou sentir saudades dessa Casa, desses momentos que a gente precisa estar aqui defendendo a sociedade, contribuindo e reclamando para que algo seja melhorado e mudado em Santa Cruz, mas a decisão foi tomada” – declarou.
Galego também foi muito elogiado tanto por vereadores da sua bancada, assim como também pelos vereadores da situação.
Assim como os demais vereadores, Ronaldo Pacas também fez a sua prestação de contas, onde apresentou os seguintes números no total: 70 projetos de Lei, 28 projetos de resolução e 248 requerimentos.
“Isso é fruto de trabalho e dedicação e acima de tudo, sem ter faltado uma reunião aqui na Câmara” – frisou Ronaldo Pacas.
O vereador Ronaldo agradeceu a todos os seus colegas e amigos vereadores, agradeceu ao sua assessoria e a todos que acompanharam o seu trabalho, que segundo ele, é apenas visando o bem estar do povo de Santa Cruz do Capibaribe.
O vereador Dida de Nan também apresentou um discurso agradecendo a todos pela companhia, saudando e cumprimentando os vereadores que não foram reeleitos. Dida saudou ainda os colaboradores da Câmara de Vereadores e também os vereadores de oposição que não conseguiram se reeleger também.
Dida fez um relato para cada um dos parlamentares. Em tom cordial, ameno e disse que não levará mágoa alguma de nenhum dos vereadores, pois para ele foi uma discussão respeitosa e dentro da política. O vereador Dida finalizou seu discurso agradecendo, sobretudo, por todos os amigos que lutaram e defenderam a sua candidatura que o levou a ser vice-prefeito de Santa Cruz do Capibaribe.
“Tenho serviços prestados e isso me credenciou a ser convidado a ser vice-prefeito ao lado do meu companheiro e prefeito eleito Edson Vieira e, eu não vou decepcionar o povo de Santa Cruz do Capibaribe” – frisou Dida.
O vereador Zé Elias se mostrou muito agradecido em seu discurso, sobretudo, como parlamentar onde relatou que sempre esteve ao lado do povo, cobrando por ações do Poder Público, para resolver os problemas do povo, entre eles pavimentações e soluções para a saúde pública.
Zé Elias relembrou o tempo em que foi vice-prefeito, se dirigiu aos colegas vereadores, onde os tem como amigos, tanto os da bancada de situação como da oposição.
O vereador agradeceu ao trabalho do seu assessor Roberto, aos colaboradores, aos seus eleitores e disse que estará a disposição para ajudar a Santa Cruz do Capibaribe e desejou um ótimo mandato para todos os vereadores eleitos e reeleitos.
Antes do discurso de Fernando Aragão, o parlamentar recebeu uma homenagem da sua esposa, Dona Ivone Aragão. Fernando enalteceu a sua família em seu último discurso. Visivelmente emocionado, Fernando falou sobre a satisfação de ter sido candidato a prefeito e relembrou de toda sua trajetória política.
Ainda em seu discurso, ele relembrou de crescimento que teve em sua campanha a prefeito. Agradeceu á todos que se envolveram na campanha.
“Chego ao final do mandato com um dos maiores presente que tive em minha vida pública e que foi o reconhecimento mais lindo que eu tive do povo de Santa Cruz do Capibaribe. Eu não me sinto um perdedor, porque perder é uma condição de quem disputa. Eu me sinto orgulhoso de ter tido mais de 21 mil votos”.
Em seu discurso, Zé Minhoca falou de sua convivência com seus colegas vereadores nos últimos quatro anos. O parlamentar fez um discurso reflexivo, onde iniciou pedindo desculpas a alguns vereadores, em especial a Helinho Aragão.
Zé Minhoca classificou as declarações do vereador Afrânio como importunas, analisou o discurso de Afrânio e disse que embora tenha compreendido, não sabe se o grupo compreenderá e espera que compreenda.
“Eu espero que vossa excelência repense suas colocações, nós haveremos de fazer uma avaliação dessas declarações que foram feitas e eu exijo que o grupo político faça isso, vossa excelência será convidado, deverá ser aproveitado no governo, pois tem cacife, inteligência e talento para isso, agora eu me sentir ofendido” – revelou.
Zé Minhoca ressaltou que não admitiria que ninguém apontasse o dedo contra Afrânio, pois acredita em sua honestidade e se mostrou insatisfeito com as declarações do mesmo.
O vereador Ernesto Maia repercutiu os discursos dos vereadores Afrânio Marques e Zé Minhoca, onde houve um mal entendido. Ernesto, falou sobre o projeto da reestruturação dos cargos e que, Afrânio insinuou que existe um acordo na própria para não aprovar o projeto que visa a realização de concursos.
Ernesto enalteceu a história de Afrânio, dizendo que o mesmo tem uma história e pediu que Afrânio, enquanto presidente, honre a sua história e coloque a CPI para investigar o uso indevido de água.
“O projeto segundo Afrânio não estaria sendo aprovado, pois existia uma combinação entre os vereadores de sua bancada, saiba que a nossa bancada em peso está apoiando o seu projeto. Sua eleição foi prejudicada em relação à sua posição nas outras CPI´s, eu vejo que seus colegas de bancada não vão deixar que o seu projeto não seja aprovado e você deveria abrir uma CPi da ‘máfia da água’” – citou.
Se despedindo como vereador, Luciano Bezerra, inicialmente fez um discurso falando sobre o seu mandato e falou da sua convicção de que a sua passagem pela Câmara de Vereadores foi feita com afinco para melhorar a vida das pessoas.
Luciano Bezerra falou ainda sobre a sua nova atuação enquanto cidadão, e afirmou que sente o desejo de ver a cidade se desenvolver e que não se sente bem em ser taxado de boca preta ou taboquinha, mas que quer ser livre para contribuir com colocações que venham a contribuir para o desenvolvimento de Santa Cruz do Capibaribe.
“Espero dar uma contribuição mais qualitativa para a minha cidade, e isso já estou fazendo com alguns vereadores eleitos que já me procuraram, mas espero estar livre de ser chamado de boca preta ou taboquinha, apesar de respeitar quem assim se identifica” – completou.
O parlamentar aproveitou para agradecer ao prefeito Edson Vieira pela oferta nas secretarias, mas que por questão de projetos pessoais, não o aceitou.
Em seu discurso, o vereador Deomedes Brito iniciou fazendo alguns apelos para que a prefeitura melhorasse as estradas da Zona Rural. Deomedes falou sobre a questão das mudanças nas regras da aposentadoria, que de acordo com ele seria um grande absurdo que o governo Temer estaria fazendo com o futuro dos brasileiros.
O vereador falou sobre a questão da saúde e que já pediu ao secretário Breno Feitosa que não deixe faltar o básico nos postos de saúde.
“Espero que na saúde, a Secretaria não deixe faltar pelo o menos as coisas básicas”.
Para finalizar, Deomedes falou do problema da falta de água e, posteriormente, falou sobre a violência, analisado que só investindo pesado em educação é que será possível amenizar a violência.
O vereador Helinho Aragão iniciou seu discurso afirmando sendo grato a todos os colegas vereadores, o mesmo agradeceu aos companheiros e assessores e aos seus eleitores que lhe confiaram mais um mandato.
Helinho disse que ampliará o seu trabalho no próximo mandato e que terá um espírito de contribuição para o crescimento de Santa Cruz do Capibaribe. O parlamentar fez uma breve análise acerca dos quatro anos do legislativo municipal.
O vereador aproveitou ainda para desejar boa sorte aos vereadores que não foram reeleitos, se dirigiu ao vereador Dida, como vice-prefeito e falou que não tem dúvida que o mesmo fará um grande mandato, mas que é preciso bater na mesa e apontar o dedo para os erros.
Rápido em seu último discurso, o vereador Vânio Vieira falou sobre a sua atuação enquanto parlamentar e despediu-se da tribuna da Câmara de Vereadores relatando que tudo o que fez, o fez por achar correto.
“Trabalhei acreditando que a gente poderia mudar a nossa realidade, que é o trabalho contra a corrupção, pois é dessa forma que acredito que a gente pode mudar um dia” – relatou.
Vânio falou das discordâncias com seu primeiro grupo político, agradeceu ao grupo de oposição pela acolhida e falou que segue sua vida como comerciante e que estará sempre ao dispor da população.
A vereadora Narah Leandro falou sobre o seu trabalho e contribuição que deu ao Poder Legislativo de Santa Cruz do Capibaribe. A vereadora disse que sua meta foi sempre de reduzir a desigualdade social, garantir os direitos dos cidadãos da cidade, contribuir de uma forma melhor para o crescimento da cidade.
A vereadora relembrou sobre os seus 9 anos de atuação, quando iniciou no Conselho Tutelar e os quatro anos como vereadora. Narah aproveitou ainda para analisar o seu mandato e finalizou seu discurso agradecendo ainda aos colegas vereadores, sendo elogiada por todos.
O vereador Zezin Buxin analisou sua vida pública como um cidadão que sempre fez política e que continuará fazendo com ou sem mandato. O mesmo aproveitou para aconselhar os novos vereadores para que os mesmos sejam sensatos em suas decisões.
Ele explicou o porquê de ter sido a favor do adiamento da votação do projeto de reestruturação da Câmara.
“Esse projeto é muito complexo, pois nunca atinge a perfeição, mas seja qual for o projeto a tendência é melhorá-lo para ficar mais benéfico para as pessoas, por isso eu estou falando de forma individual, o motivo do meu voto em relação a esse projeto. Ele não é para mim, não é para Afrânio, o projeto é para esta Casa”.
O vereador agradeceu a todos os colaboradores da Casa, agradeceu ainda aos colegas vereadores e finalizou o seu discurso com um verso, declamando que quer manter amizades e que quer o melhor para a cidade.
O vereador Junior Gomes iniciou seu discurso falando sobre a questão do projeto de reestruturação, proposto pelo vereador Afrânio Marques, onde apresentou seu ponto de vista acerca do projeto, e ressaltou que o presidente teria o colocado próximo as eleição para obter votos.
“Analisando nas entrelinhas, chama atenção a época em que ele foi apresentado, discutido e colocado para ser votado, eis que era justamente, faltando um mês para o período eleitoral. E o que vou dizer agora, eu estarei afirmando, eu entendi que esse projeto era para que vossa excelência pudesse angariar votos, para dizer que iria fazer concurso público, lembrando que não estou insinuando, mas sim, afirmando”
Júnior falou que o projeto terá que ser discutido e votado pela nova legislatura. Ele ressaltou que ele puder fazer para adiar o projeto da reestruturação, regimentalmente, ele fará.
