Fotos: Arquivo Blog do Ney Lima.
“Isso existe nos dois grupos. Quando se trata de eleição para vereador, a disputa é voto a voto internamente, e há choques”. A frase foi proferida pelo presidente da Câmara de Vereadores de Santa Cruz, Afrânio Marques (PDT), nessa quinta-feira (03), em entrevista ao Programa Estúdio I, da Rádio Polo, em resposta ao possível ‘fogo amigo’ existente na Casa José Vieira de Araújo.
O pedetista assumiu que, por vezes, existem desentendimentos na mesma bancada e que os ‘interesses particulares’ podem atrapalhar na disputa majoritária.
“Existem interesses. Eleição para prefeito é um contra o outro, já vereador a disputa é interna. Acontecem desentendimentos por que a disputa é voto a voto e eu não concorro contra um vereador da oposição. Meu voto é dentro do meu grupo”, diz e completa em seguida “Tem problemas, naturalmente, não adianta esconder, mas vamos contornando essas dificuldades”.
De acordo com o presidente, no entanto, ele tem tido ‘maturidade política’, e o prefeito Edson Vieira (PSDB), tem conseguido contornar as situações de conflitos no grupo.
“Isso (fogo amigo) pode atrapalhar a disputa majoritária, se essa desavença ficar muito grande. Acaba comprometendo a executiva, por que alguém pode cruzar os braços, fazer corpo mole, mas o prefeito tem conduzido tudo de forma ordenada e tem levado, dentro de uma compreensão, para atender e acomodar esses interesses”, falou.
Conhecido como um dos combatentes de governos passados, engajado inclusive em abertura de Comissão Parlamenta de Inquérito (CPI), para investigar possíveis falhas em gestões anteriores, Afrânio critica formas da atual oposição age.
“Desde quando colocaram as denúncias, eu digo; ‘façam como eu e Júnior, fazíamos’, mas eles não fazem. A gente antes investigava, apurava, depois de tudo levava ao Ministério Público, ao Tribunal de Contas… Hoje a oposição já vem dando a sentença, já vem condenando. Que se faça a denúncia, que se apure, mas que não condene as pessoas antes do julgamento final”, falou.
Afrânio ainda criticou vereadores que não acreditavam que ele pudesse colocar CPI para funcionar na Casa e acusou o vice-prefeito.
“Primeiro, na Câmara diziam que eu não colocava CPI, me taxaram, me malharam, jogando para torcida e outro quando teve a oportunidade colocou a CPI na gaveta”, disse.
Questionado de quem seria o suposto ‘engavetamento’ respondeu de pronto.
“Dimas. Na CPI da merenda. Que o sindicato entregou na mão dele (a denuncia)”, falou.
Por fim ele comentou a decisão do presidente da CPI dos coffee-breaks, Pipoca (PSDB), que finalizou as investigações sem ouvidas de envolvidos no processo.
“Eu não posso fazer ingerência. Também não conversei com ele sobre isso. Eu faria as escutas, mas não conversei com ele sobre isso”, afirmou.
