08
junho

Graduanda de Santa Cruz apresenta ao Polo alternativa barata para produção de novo tipo de tecido


Evento, realizado na Fazenda Fieza, contou com desfiles e palestras sobre a ideia inédita – Fotos: Thonny Hill

Na tarde desta sexta-feira (08) foi apresentado o resultado do projeto “Ensinando a Transformar”.

O projeto, que tem a frente uma graduanda de Design de Moda, Solânia Evangelista (que reside em Santa Cruz do Capibaribe), consiste em apresentar, para o Polo de Confecções, uma alternativa sustentável e barata para se produzir um tipo de tecido similar ao TNT.

O tecido é obtido a partir da extração e preparação da fibra do facheiro, planta comum no Nordeste brasileiro e comumente utilizado pelos agricultores de baixa renda como um “alimento reserva” para os animais em tempos de longa estiagem.

Fibra do facheiro se mostra com grande versatilidade em aplicações para o artesanato em moda e vestuário

A pesquisa foi possível graças a um olhar mais atento as propriedades da planta por Solânia, que falou como a ideia se tornou viável e que passou também a ser apoiada pela Universidade Federal de Pernambuco, gerando inclusive um curso para a formação de uma turma de produtores do tecido em Santa Cruz.

“O projeto começou quando eu estava fazendo a cadeira de Design Têxtil e tinha que desenvolver um projeto usando uma fibra. Quando eu vi minha mãe fazendo doce de facheiro, vi que nele existia uma fibra e me questionei se aquela fibra teria alguma capacidade têxtil. Foi então que eu comecei a desenvolver o projeto e foi assim que tudo começou” – disse.

No curso que foi ministrado de dezembro de 2017 a maio de 2018, 15 alunas aprenderam os processos de extração da fibra, a produção do tecido, seu tingimento e também da aplicação do mesmo em produtos de casa, de moda e vestuário. Entre eles estão: bolsas, carteiras, colares, brincos, pulseiras, calçados, abajures e também detalhes que podem ser aplicados em outros tecidos.

Estande ilustrando as etapas de produção da fibra

No evento, também foram realizados dois desfiles pelas próprias alunas do curso, sendo um para mostrar os produtos confeccionados com a fibra e outro mais conceitual, onde foram mostradas algumas peças em que a fibra do facheiro compõe detalhes, dando um ar mais rústico aos looks.

Ao final, também foram entregues os certificados as alunas do curso, assim como foram lançados uma cartilha, que explica todas as etapas de produção da fibra, tingimento e aplicações, assim como um blog do projeto.

A professora Renata Wanderley, do curso de Design da UFPE, falou sobre o trabalho desempenhado em Santa Cruz do Capibaribe, mais precisamente na Fazenda Fieza, que fica próximo ao distrito de Poço Fundo.

“Tudo isso foi feito ao longo de um ano, onde ela conseguiu desenvolver todos esses processos para extração e produção desse tecido. Esse conhecimento foi compartilhado aqui, com esse curso em forma de oficina, que foi patrocinado pelo Governo do Estado. É um processo inédito, que não é complexo, e que pode ter inúmeras aplicações ao mercado da moda. Para roupas, podemos colocar em detalhes e confeccionar também inúmeros acessórios. Além de ser da região, o facheiro é encontrado em abundância, sendo uma nova área de artesanato e, consequentemente, uma nova fonte de renda” – citou.

Solânia e sua mãe, de onde tirou inspiração para confeccionar o projeto, que marca conclusão da graduação na UFPE

 

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