Fotos: Thonny Hill
Na tarde de quinta-feira (14) nossa equipe esteve na cidade de Brejo da Madre de Deus. O objetivo foi a visita a principal unidade de saúde na sede daquele município – a UPA Mestre Camarão – que agora começa a viver uma realidade de sobrecarga nos atendimentos por conta dos casos suspeitos de dengue, Zika Vírus e Chikungunya.
Em 09 de novembro de 2015, estivemos no mesmo local e o que se via até então é que o surto que acometeu vários municípios pernambucanos ainda não tinha chegado a sede e também aos distritos de Fazenda Nova e Barra de Farias, mas se restringindo ao maior deles – o de São Domingos- quadro diferente do que é registrado hoje.
De acordo com a diretora da unidade de saúde, Luciana Torres Araújo, a quantidade de atendimentos na UPA passou de uma média de 200 atendimentos diários para 250, reflexo do surto que agora chega a sede e aos distritos citados.
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Recepção cheia de pessoas que buscam atendimento tem sido frequente na UPA.
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Ainda de acordo com a diretora, o aumento da demanda começou no mês de dezembro, mas não foi possível ainda identificar qual das três doenças está elevando a demanda dos atendimentos, apontando a falta dos resultados dos exames de detecção, que deveriam ser fornecidos pelo Governo do Estado.
“Alguns casos estão aparecendo aqui, mas não temos uma sorologia adequada. Os casos que tem dado entrada com suspeitas e sintomas, são solicitados alguns exames e estamos aguardando (os resultados). Agora não temos nada que comprove que o paciente está com Chikungunya, Dengue ou outro caso” – disse.
Luciana também citou que a sobrecarga nos atendimentos não se deve somente a população brejense, mas de outros municípios como Belo Jardim, Jataúba e o distrito de Itauna, que pertente a Caruaru. Neste último, segundo ela, a proximidade com Brejo faz a população daquela localidade busque os serviços da UPA.
Ainda de acordo com a diretora, na sede em Brejo, dois bairros (Boa Esperança e Balança) estavam apresentando uma maior incidência de pessoas com os sintomas associados as três doenças (febre, dores de cabeça, dores nas articulações, manchas vermelhas pela pele etc.) e campanhas educativas chegaram a ser realizadas nesses locais, mas ainda não é possível, segundo ela, quantificar se houve a diminuição do número de casos.
Um dado que chamou a atenção é o percentual de pessoas que buscam a unidade se queixando dos sintomas associados ao surto.
No momento em que a nossa equipe entrevistava o Dr. Felipe Afonso, médico plantonista do momento, 90 pessoas já haviam procurado a UPA e cerca de 70 delas apresentavam sintomas associados ao surto.
Médico concedeu entrevista ao repórter Fernando Lagosta
“A maioria dos pacientes chegam com febre, dores no corpo, nas juntas e na cabeça. Alguns chegam com lesões na pele… Também tem pacientes que chegam com inchaço nas mãos, nos pés… É uma variedade de sintomas e a quantidade de pessoas que estão buscando o serviço de saúde é alta. A grande maioria dos pacientes tem essas queixas.” – disse.
O médico aproveitou para destacar que idosos e gestantes, classificados por ele como principais grupos de risco a complicações graves com essas doenças, devem ter cuidados redobrados e que, em caso de apresentar algum dos sintomas, deve procurar a unidade imediatamente.
Dr. Felipe ressaltou que pessoas com sintomas da doença não devem praticar a automedicação, já que cada caso deve ser visto de maneira individual.
Ainda de acordo com Dr. Felipe, a incidência de caso em São Domingos diminuiu consideravelmente, graças, segundo ele, as medidas que foram tomadas recentemente.
O médico também destacou a participação popular que, segundo ele, também contribuíram para essa diminuição de casos, mas deixou o alerta quanto a sede.
“No momento, estamos vivenciando um grande surto aqui” – frisou.
Tentamos também o contato com o responsável pelo setor de epidemiologia do município, mas devido ao adiantar da hora, a Secretaria de Saúde local já havia encerrado seu expediente.
Mesmo com o aumento da demanda na sede, foi observado que a situação se mantém ainda sob controle. De acordo com a diretora da unidade, dois médicos plantonistas atuam diariamente, além de um enfermeiro e oito técnicos de enfermagem.
