28
julho

Artigo – Por Adriano Oliveira


A nova eleição municipal

adriano oliveira

É consenso entre os candidatos nas eleições deste ano que “tudo” está parado. Sumiram as mobilizações. As convenções espetaculares não mais devem existir. Diversos prefeitos refletem demoradamente se são candidatos à reeleição. Competidores salientam que estão com os bolsos vazios. E notas na imprensa dão conta de que marqueteiros estão desempregados e institutos de pesquisas estão com baixa demanda.

Pesquisas qualitativas e quantitativas mostram, independente do município, que eleitores estão irritados com a classe política e desinteressados com a eleição municipal. Desde o ano passado, constato tal realidade. As razões para tal são nítidas:

1) Operação Lava Jato preenche a agenda da mídia e, por consequência, da opinião pública;

2) A decepção política está presente nas verbalizações dos eleitores;

3) Crises econômica e política chamam a atenção da população;

4) Prefeituras com os cofres vazios.

Novas regras estarão presentes no pleito eleitoral de 2016. Empresas não podem mais fazer doação para competidores. Existirá teto de gastos para os candidatos. A campanha eleitoral teve o seu tempo limitado. O guia eleitoral não poderá ter a intensa ficção. Esta não tomará mais conta do horário político.

Vivemos, portanto, em uma nova era eleitoral? Observo que sim. As três constatações apresentadas sugerem que os candidatos disputarão a eleição municipal vindoura em um ambiente de marasmo eleitoral. Diante dessa realidade, tenho a hipótese de que práticas eleitorais tradicionais e modernas estarão e estão presentes na eleição para os cargos de prefeito e vereador.

O “voto de estrutura” permanecerá. Inclusive, deve ser reforçado em razão da crise econômica. Portanto, vereadores importam. Assim como cabos eleitorais. Esses, sem mistério, desejam condições para conquistar o voto para eles e para o prefeito que apoiam. Eles são instrumentos para a conquista do voto.  A modernidade também estará presente. Mas nesta, as peças de ficção criadas por marqueteiros desaparecerão.

O marketing político, em razão das novas regras eleitorais e da descrença do eleitor para com a política, precisará de simplicidade e posicionamento. Então, sairá a ficção e o espetáculo, característica do marketing político tradicional, e entrarão a simplicidade da peça publicitária e o posicionamento estratégico do candidato. E a grande novidade: o eleitor e candidatos reais estarão presentes na comunicação eleitoral.

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As opiniões aqui expressas são de responsabilidade de seu idealizador

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