10
junho

Artigo


Visões de mundo dos estudantes do Fies – Pesquisa coordenada por Adriano Oliveira

 

 

O Portal Valor Econômico publica pesquisa coordenada por mim, realizada em parceria com o Instituto de Pesquisa Maurício da Nassau. A pesquisa mostra as visões de mundo dos alunos do FIES em três capitais do Nordeste. Algumas conclusões:

 

1) A utilização do FIES não possibilita a aprovação de Dilma;

 

2) Os alunos do FIES optam/optarão por empregos públicos, majoritariamente;

 

3) Os alunos do Fies, majoritariamente, defendem que as Universidades Públicas não cobrem mensalidades.

 

Confira a publicação a seguir:

 

 

Fies cria cultura do crédito, mas Dilma é malvista por alunos

 

Ao contrário do que ocorria há alguns anos, quando havia resistência dos brasileiros em financiar um curso de ensino superior, hoje a maioria dos universitários diz que buscaria um crédito privado para pagar a faculdade caso o Fies, financiamento estudantil do governo, deixasse de existir.

 

No entanto, os problemas em torno do Fies no começo de ano abalaram a imagem da presidente Dilma Roussef – considerada a mentora do programa que atendeu 1,9 milhão de estudantes em seu primeiro mandato, sendo que 21% deles são do Nordeste. Chama atenção o fato de que essa insatisfação vem de alunos já beneficiados pelo Fies e matriculados em instituições de Fortaleza, Recife e Salvador, praças de maior aceitação do PT.

 

Os dados fazem parte de uma pesquisa realizada pelo Instituto de Pesquisa Maurício de Nassau, a pedido do Valor, com 1.504 universitários de instituições particulares dessas três capitais entre 27 e 28 de abril, poucos dias antes do término do prazo para inscrições de novos contratos de Fies. No primeiro semestre, o Ministério da Educação (MEC) atendeu apenas metade da demanda, o equivalente a 250 mil novos contratos. “Não há gratidão dos alunos pelo fato de a presidente ter criado o programa. Após as dificuldades de acesso no site do Fies, a imagem da presidente caiu. O cenário econômico contribuiu, mas o maior impacto veio mesmo desse problema”, disse Adriano Oliveira, coordenador da pesquisa pelo Instituto Maurício de Nassau, empresa de pesquisa do Grupo Ser Educacional, e professor da Universidade Federal de Pernambuco.

 

Ainda, de acordo com a pesquisa, 58% dos alunos procurariam um financiamento estudantil privado, inclusive de bancos, caso o Fies deixasse de existir. Atualmente, há poucas opções de crédito universitário privado, mas instituições de ensino, gestoras e bancos começam a investir no produto. Cerca de um terço dos entrevistados disseram que não optariam por um crédito privado. Deste universo, 41% informaram que abandonariam o curso e 36% pediriam aos pais ou parentes para pagar a mensalidade.

 

Hoje, a evasão é o grande temor do setor. No último processo seletivo, Kroton, Estácio, Ser e Anima matricularam juntos quase 300 mil calouros, ou seja, mais do que todo o volume de novos contratos de Fies. Uma parcela migrou para o crédito privado, que tem muito menos subsídios, e o restante está pagando do próprio bolso. A dúvida é se esses alunos terão fôlego para continuar estudando por quatro anos.

 

O levantamento do Instituto Maurício de Nassau revela um dado que fortalece ainda mais a tese de que muitos beneficiados pelo programa do governo têm condições financeiras para arcar com o custo do curso. Em Recife e Salvador, 54,7% e 52,2% dos entrevistados, respectivamente, responderam que estariam num curso superior mesmo sem a existência do Fies. Em Fortaleza, é um pouco menos, 46,5%. A maioria dos 1.504 alunos entrevistados na pesquisa tem renda familiar entre um e cinco salários mínimos.

 

Em Recife e Salvador, cerca dos 60% dos estudantes estão nessa faixa de renda. Já em Fortaleza, esse indicador é 74,8%. Pelas regras atuais do Fies, pessoas com renda familiar de até 10 salários têm direito a um financiamento de 100% ou de 50% nos casos de rendimento de até 20 salários. Essa abrangência é um dos pontos do programa mais criticados. Segundo o MEC, 79% dos beneficiados pelo Fies têm renda familiar de no máximo cinco salários. Oliveira destacou outros dois pontos da pesquisa.

 

“A ampliação do Bolsa Família não é mais unanimidade, cerca de metade dos entrevistados acha que não deve ser ampliado. Ao mesmo tempo, a maioria dos alunos quer fazer concurso público após a formatura”, disse o coordenador da pesquisa do Instituto Mauricio de Nassau.

 

 

As opiniões aqui expressas são de responsabilidade de seu idealizador.

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