26
outubro

Ponderação – Com Janielson Santos


Organizar a casa é um ‘dom’ que nem todos tem

Controlar gastos e deixar uma prefeitura em dia é tarefa ainda mais árdua

 

Um simples consultor organizacional vai apontar que manter a casa arrumada deve ser um hábito. Evitar a bagunça, além de deixar o lar agradável e receptivo, tende a tornar a rotina menos desgastante e estressante.

Na área financeira, organizar as contas pessoais pode ser um desafio. Para mantê-las em dia, é importante não perder datas, fazer armazenagem de recibos, priorizar demandas essenciais, controlar despesas que possam gerar juros, entre outras coisas. (Estou aprendendo muito disso após o casamento…)

É bem verdade que nem todo mundo aproveita o tempo que tem de forma produtiva e inteligente para arrumar a casa. É bem verdade que nem todo mundo aproveita a verba que tem para priorizar o necessário e essencial.

Se para uma simples residência isso parece um ‘problemão’, leve para uma prefeitura e podemos ter um desastre.

Reconhecida como um antídoto contra a ‘gestão arriscada’ dos recursos públicos, a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) completou recentemente 18 anos de existência,  enfrentando uma dificuldade imensa para seu cumprimento.

Não à toa, dados oficiais apontam que, em 2017, aproximadamente 80% das prefeituras pernambucanas descumpriram o limite de despesa com pessoal, que é de, no máximo, 54% da receita do município. (A título de informação, Santa Cruz do Capibaribe ultrapassou 60% dos gastos para esse fim, no segundo quadrimestre deste ano).

Sob a argumentação da existência da ‘crise’ e de conseguir manter serviços básicos, prefeitos seguem a baladinha, contratando cada vez, inchando a folha e lotando gabinetes, secretarias e gerências.

Para tentar restaurar o problema, gestores costumam correr às pressas nos últimos anos de governo, a fim de evitar complicações judiciais e eleitorais futuras. Parecem não perceber que, após a falta de cronograma, responsabilidade, atenção, respeito e/ou organização inicial, o impacto será desgastante e negativo da mesma forma.

Na ponta de tudo isso, costuma sofrer quem realmente trabalha, com atrasos salariais e cortes em funções precisas, em detrimento de altos ordenados e cargos criados para ‘só Deus sabe’.

O desrespeito à LRF, como apontado anteriormente, não é um mal exclusivo do Polo de Confecções de Pernambuco (muito menos de Santa Cruz). No entanto, me parece razoável verificar os problemas da minha casa, antes de qualquer residência vizinha.

As opiniões e informações aqui expressas são de responsabilidade do autor

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