04
dezembro

Artigo


Dilma, a crise e 2016

 

adriano oliveiraO Brasil superará as crises? Esta é a indagação fundamental neste instante. Eleitores, investidores e empresários chegarão em 2016 com dúvidas. As dúvidas são decorrentes das crises econômica e política que o Brasil sofre desde o início do ano, sendo que elas nasceram desde a primeira era Dilma. Portanto, o que ocorre em dezembro de 2015 não é novidade. A surpresa é a intensidade das crises.

 

Diversas ações da presidente Dilma em seu primeiro mandado possibilitaram que a classe política não caminhasse ao lado dela. A presidente do Brasil tem horror ao diálogo. Toma decisões solitariamente. Não cativa. Ao contrário do ex-presidente Lula. O “jeito Dilma de ser” permitiu que a classe política se distanciasse dela. E o pior: não confiasse nela. Portanto, o “jeito Dilma de ser” contribuiu para a crise política atual.

 

A crise política provoca crise econômica. Esta é a causalidade observada. Existe, contudo, uma variável interveniente nesta causalidade, qual seja, a Operação Lava Jato. Tal Operação mostra que as instituições no Brasil estão enfrentando a corrupção pública. Quatro atores estratégicos aparecem na Operação Lava Jato: (1) Partidos políticos; (2) Funcionários públicos da Petrobrás; (3) Empresas, em particular as construtoras; (4) Lobistas. Estes atores interagem entre sim e formam pequenas organizações.

 

A Operação Lava Jato provoca desconfiança nos eleitores e na classe política. Parte dos eleitores desconfia de que a presidente Dilma e o ex-presidente Lula comandam os atos de corrupção desvendados pela Operação Lava Jato. Os eleitores, majoritariamente, não confiam nos políticos. E os políticos, em particular senadores e deputados federais, estão receosos em serem indiciados ou presos em razão das investigações da Operação Lava Jato.

 

O impedimento da presidente Dilma continua a ser uma possibilidade. Porém, o recesso parlamentar vindouro, as Olimpíadas em 2016 e a possível cassação ou prisão de Eduardo Cunha são variáveis importantes que podem arrefecer as chances de impedimento da presidente. Considero, entretanto, a possibilidade de manifestações populares em meados de 2016, em virtude da crise econômica. E a vitimização da presidente Dilma entre os eleitores.

 

Portanto, 2016 é, hoje, o ano da incerteza absoluta.

 

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