16
outubro

Artigo


Eleitores imediatistas

 

adriano oliveiraEleitores são fortemente imediatistas quando escolhem presidentes e os avaliam. Tal premissa é polêmica. Porém, incentivo a reflexão sobre ela. Pesquisas mostram que a presidente Dilma é reprovada, majoritariamente, pelos eleitores. As causas da reprovação estão no âmbito da subjetividade e da objetividade.

 

No âmbito subjetivo, os eleitores estão decepcionados com Dilma. Parte deles tem saudades da era Lula. Dilma, para muitos eleitores, é considerada a “madrasta” que não cuida bem dos seus filhos. Ao contrário do Lula. Este é o pai que um dia cuidou muito bem dos seus filhos. No âmbito objetivo, os indicadores econômicos explicam a reprovação de Dilma. Alta da inflação e desemprego. Ambos motivam o declínio da renda.

 

Nessa conjuntura, eleitores reagem e reprovam a presidente que um dia aprovaram. Quando Dilma era bem avaliada, os eleitores a aplaudiam pelo controle do preço da gasolina. Embora, tal controle, comprometesse o desempenho econômico da Petrobrás. E adiava o aumento da inflação. Quando Dilma ofertou redução tributária às indústrias, diversos empresários a aplaudiram. Mesmo que a redução não tenha dada a contribuição devida para a geração de empregos. Além de ter limitado a arrecadação do Tesouro.

 

O Tribunal de Contas da União mostrou que a presidente Dilma realizou pedaladas fiscais no ano de 2014. De acordo com a defesa da presidente, as pedaladas foram necessárias, pois existiram em razão de um louvável objetivo, qual seja: manutenção das meritórias políticas sociais. No ano de 2014, a presidente foi reeleita, embora tenha quase perdido a eleição. Mas o medo das classes C e D de perderem as conquistas econômicas da era Lula motivaram o novo sucesso eleitoral de Dilma.

 

O ex-presidente Lula, mentou de Dilma Rousseff, conduziu o Brasil durante oito anos. Nesse período, apesar da popularidade, Lula esqueceu, propositadamente, de realizar as reformas estruturais que hoje são solicitadas. Lula priorizou a oferta de crédito. Lula priorizou a ampliação das políticas sociais. Prioridades meritórias. Porém, Lula governou em conjunturas econômica e política favoráveis, as quais possibilitaram o estrondoso aumento da sua popularidade. Porém, Lula não realizou as reformas estruturais e era aplaudido entusiasticamente por eleitores e governadores.

 

O comportamento dos eleitores nas eras Lula e Dilma mostra que, majoritariamente, eleitores não são responsáveis, pois são imediatistas e egoístas. Eles aprovam presidentes e os escolhem considerando apenas o seu bem-estar momentâneo. Esquecem de refletir sobre o futuro. Não cobram dos presidentes reformas, mesmo que estas venham a produzir a longevidade das conquistas sociais e econômicas.

 

As opiniões aqui expressas são de responsabilidade de seu idealizador

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