03
abril

A crise no governo


Dimas Dantas faz fortes revelações dos bastidores que antecederam sua saída da Secretaria de Educação

Visivelmente insatisfeito, Dimas fez fortes revelações dos bastidores que antecederam sua saída e deu pistas de seu futuro político e no atual governo. Fotos: Thonny Hill.

Na manhã desta quinta-feira (03), o vice-prefeito Dimas Dantas (PP) anunciou, oficialmente, a sua saída do posto de Secretário de Educação.

 

Na coletiva, presenciada pela imprensa local e também por funcionários, Dimas relatou as ações que foram realizadas nos oito meses em que esteve à frente do cargo.

 

Entre elas estão à criação dos centros educacionais, a implantação (em breve) do ponto eletrônico para os professores e a unificação do conteúdo ministrado pelos mesmos para todas as escolas da rede municipal.

 

Dimas evidenciou a sua insatisfação em deixar o cargo, como fez fortes revelações sobre o que houve nos bastidores que antecederam a sua exoneração.

 

Confira os principais pontos da coletiva.

Além da imprensa, coletiva foi assistida por funcionários da Secretaria de Educação.

O porquê de não apoiar Alessandra Vieira

 

Dimas citou que não teria nada pessoal contra a primeira dama, mas que, no âmbito político, o assunto era bem diferente. O vice-prefeito questionou, diversas vezes, a viabilidade da candidatura da mesma e os benefícios que essa eleição, que o mesmo não acredita que aconteça, poderia trazer para o município.

 

“Quero dizer que não vejo razão nenhuma para que a sociedade vote (nela). Eu faço o questionamento da seguinte forma: Há quatro anos, eu tomei essa posição com José Augusto Maia e muitas pessoas me criticavam e eu dizia: “Zé Augusto é um político, mas o que é que Zé Augusto se, por ventura, se eleger, o que ele vai fazer em Brasília?!”. O resultado é que, quatro anos depois, ele não trouxe absolutamente nada para Santa Cruz. Hoje eu posso fazer a mesma pergunta: “José Augusto foi um desastre, e olha que era político, o que nós podemos esperar se a primeira dama, pois eu não acredito que ela se eleja, viesse a ser deputada federal?”. Com todo respeito a ela: sinceramente nada!”.

 

Dimas continuou a falar sobre Da Fonte, afirmando que, se fosse feito uma pesquisa com os eleitores das duas alas políticas, esse deputado escolhido seria o progressista.

 

A continuidade com o grupo

 

Dimas afirmou que não sairá do grupo político, que não houve um rompimento com o prefeito e que, agora como vice, continuará junto ao governo, sem abrir mão do cargo.

 

“Não tem rompimento comigo porque, se eu romper, vou ter que romper com toda a cidade. Eu não defendo Edson, José Augusto, “A” ou “B”. Defendo os interesses de Santa Cruz e tenho o dever de continuar junto com ele no sentido de cobrar o que é melhor para a cidade. Eu tenho o dever de fazer isso, goste ou não goste”, frisou.

 

O desejo de manutenção dos cargos na atual equipe da Secretaria de Educação

“Espero que a minha saída só seja a de Dimas, mas não dos membros da equipe da Secretaria. Tem um ditado do futebol que diz que “em time que se ganha, não se mexe”. Estão mexendo no treinador, mas espero que essas pessoas que compõem a secretaria, não sejam exonerada dos cargos que estão”.

 

O ultimato dado pelo prefeito para fechar com Alessandra Vieira em troca da manutenção do posto de secretário

 

Dimas afirmou que houve um ultimato dado pelo prefeito Edson Vieira para que o ex-secretário apoiasse Alessandra como forma de manter seu cargo. Segundo Dimas, o fato aconteceu em uma reunião realizada entre ambos há, aproximadamente, duas semanas.

 

“Não me preocupo se o prefeito Edson vai ficar incomodado, ou não, comigo dentro do grupo. O que ele poderia dizer, como ele disse que não quer, é mais eu como secretário. Isso ele disse, pessoalmente, em uma conversa comigo a cerca de duas semanas, que eu fiz a pergunta e ele disse que, eu apoiando Eduardo da Fonte, ele disse que eu teria que sair da secretaria. No grupo, nem ele, e nenhuma pessoa isolada, vai dizer se eu devo ou não devo ficar. Isso aí são as pessoas que nos elegeram que devem dizer”.

 

Insatisfação com saída e possibilidade de candidatura a estadual

 

Dimas voltou a afirmar que abriria da possibilidade de ser candidato a estadual, caso ficasse a frente da secretaria de educação e mostrou sua insatisfação com a decisão tomada pelo prefeito em pedir o seu cargo.

 

“Estou saindo a contragosto. Não pensem que estou saindo feliz, nada disso! Estou saindo porque o prefeito tem o direito de manter quem ele quer. Agora, se eu pudesse, teria ficado na Secretaria de Educação, agora, até a minha conversa com o prefeito, eu dizia 100% que não, como dizia nas emissoras, agora, eu vou ter tempo para pensar porque eu saindo hoje, eu tenho mais uns dois ou três dias pela frente para tomar uma decisão”.

 

Reunião com Eduardo da Fonte, após saber que sairia da secretaria

 

Dimas citou sobre o que abordou com o deputado progressista na última segunda-feira (01), em Recife.

 

“A única coisa que discutimos foi: “O prefeito me deu um ultimato: se eu não sair, na segunda ou terça-feira, certamente, ele vai me exonerar”. Não tinha razão nenhuma para eu permanecer no cargo. Segundo, tinha um clima muito pesado dentro da secretaria com o que ia acontecer. Eu não tenho o direito de manter as pessoas num estado de nervos lá em cima porque eu estou pensando em mim. Eu saindo, deixo em aberto porque todo mundo sabe que eu não sou secretário e, certamente, o prefeito vai escolher quem ele quer. Agora, quanto a ser deputado, eu vou deixar para o final (de junho) para eu saber se sou ou não candidato”.

 

Insatisfação com a postura passiva atribuída ao cargo de vice

 

 “Quando eu saio da secretaria, vou encontrar uma maneira de me tornar muito útil. Pode ter certeza: se eu encontrei uma maneira, que foi uma secretaria, vou encontrar outra maneira de me tornar útil e não ser, simplesmente, um vice-prefeito para receber salário. O que eu vou fazer, eu tenho alguns planos na minha cabeça, mas eu não sei… Pode ser até que eu seja deputado, quem sabe?! (ironia) Pode ser que eu me torne deputado e, ai eu seria muito útil a sociedade mas pode ser que eu entenda que, entre ser deputado ou secretário de educação, é muito mais importante ser secretário porque, efetivamente, eu poderia fazer algo pela sociedade”.

 

Possibilidade de apoiar Diogo Moraes

Dimas citou que também foi um dos responsáveis para que Diogo Moraes (PSB) chegasse a Alepe e, sobre apoia-lo caso não se candidate a estadual, precisará conversar com o socialista, mas citou que a postura política de Diogo Moraes precisa ser diferente.

“Sinceramente, entendo que a postura de Diogo como deputado precisa mudar. Essa história de só falar que é amigo do governador, não dá. A cidade e a região precisa de um representante que se faça sentir na assembleia”, citando exemplos com Caruaru e Petrolina, que chegam diversas ações por parte do Governo Estadual como a BR-104 e construção de hospitais e completou: “Claro que eu posso apoiar Diogo, mas ai ter que depender da postura dele daqui pra frente”.

 

O recado a Ronaldo Pacas e a Afrânio Marques

“Se Paulo Rubem está colocando dinheiro em Santa Cruz do Capibaribe, pra quem é bom? Paulo Rubem botar dinheiro e ser apoiado em Santa Cruz; é bom só para Santa Cruz ou é bom só para Afrânio?! Ele está colocando dinheiro; é bom para a cidade. Mendoncinha; porque que ele não pode ter voto aqui em Santa Cruz?! Mendoncinha tem ajudado a cidade de Santa Cruz e botou recursos inclusive para a educação, que eu era secretário. Porque que José Augusto não pode botar dinheiro… Ele pode colocar também. Eu penso diferente”, frisou.

 

Ofício lido no final da coletiva ainda guardava mais revelações .

Postura de Edson Vieira em querer que o grupo não apoie outros nomes que não sejam indicados por ele

 

“Respeito a posição do prefeito quando ele disse que tem que fechar (com os nomes por ele apoiados), mas eu penso diferente. Na prefeitura, o prefeito manda; agora, dentro do grupo, a minha ideia é que cada um tenha a liberdade que acha quem tem que apoiar, desde que essa pessoa apoiada busque ajudar nossa cidade”.

 

Dimas citou que a cidade hoje, precisa de dinheiro, citando que mais de 90% de tudo o que se está fazendo de obras no município é do governo estadual ou federal, porque o município não tem recursos para resolver seus problemas e que manter seu apoio a Da Fonte seria uma forma de continuar ajudando o município.

 

Declarações de que o prefeito deveria se explicar a população caso o exonerasse

“Eu disse, em uma emissora, que a minha saída, certamente, levaria o prefeito a dar uma explicação. Ele vai dar (a explicação) se quiser e não tem nenhuma obrigação de dar”.

 

Secretaria vinha sendo esvaziada, afirma Dimas em ofício que será encaminhado ao prefeito

 

No final da coletiva, Dimas fez a leitura do ofício que comunica ao prefeito o seu desligamento da Secretaria.

 

No ofício, Dimas fez o agradecimento a equipe de trabalho, mas destacou que a pasta vinha sendo “metodicamente esvaziada” na atual gestão.

 

Leia o documento na íntegra:

 

2 Comentários

  1. Wemerson disse:

    Já foi tarde.

  2. Hélia disse:

    Tudo tem o seu tempo.

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