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Coluna

As curtinhas do Romenyck Stiffen

 

Vícios: Na história de nosso país, já mudamos sistemas de governo, constituições, criamos leis, mas não tem jeito! O vício político persiste desde Brasil colonial e, dentre os vícios, podemos destacar a tentativa de manter a estrutura política familiar no poder. Vejamos:

 

Colônia: Quando o Brasil era uma simples colônia de Portugal, a coroa portuguesa decidiu dividir sua colônia em 15 faixas de terra, que foram “doadas” a fidalgos portugueses, denominadas de capitanias hereditárias. Ou seja: o Brasil foi dividido entre pouco mais de uma dezena de nobres que, de forma hereditária, poderiam passar as terras para seus descendentes.

 

Império: Após a Independência do Brasil, em 1822, ficou definido que a nossa nação teria, como sistema político, a monarquia e a primeira constituição de nosso país, a constituição monárquica de 1824, garantiam que o trono era hereditário. Ou seja: passaria de pai para filho e, por isso que tivemos Pedro I, Pedro II e por pouco não tivemos Isabel, neta do primeiro.

 

República: O Brasil torna-se uma República em 1889 e a primeira Constituição da República, criada em 1891, excluía mais de 80% da população ao afirmar que mulheres, negros e analfabetos não podiam participar do processo eleitoral.

 

Oligarquia: Situação que, em pouco tempo, garantiu as famílias “bem nascidas” a transformarem o sistema político republicano em uma oligarquia (governo de poucos), onde as alianças locais dessas famílias, que tinham a figura dos coronéis como lideres, garantiam a aliança nacional feita pelos políticos mineiros e paulistas.

 

Cabresto: Toda essa estrutura oligárquica era garantida com o voto de cabresto, pois o voto era aberto e os coronéis sabiam em quem cada eleitor votava, podendo sim, através da troca de favor ou até mesmo de ameaças, conduzir a “preferência” de cada pessoa.

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Mudou: Bom, depois disso tivemos ditadura Vargas, “democratização do Brasil”, Ditadura Militar, “redemocratização do Brasil”, novas leis e novas constituições garantiram a participação da grande maioria da população do processo eleitoral, garantiu o sigilo do voto proporcionando, assim, a livre escolha, o sistema eleitoral do nosso país é um dos mais modernos do mundo.

 

Continua: Contudo, os vícios continuam os mesmos. Tem muito político que quer fazer da política um império, tornando seu trono hereditário, mesmo com milhões fazendo parte do processo eleitoral. A oligarquia permanece enraizada em nosso sistema e, sendo assim, ocupar um cargo é privilégio para poucos. Apesar de o voto ser secreto, o cabresto e o curral eleitoral continuam, mas o mais triste é ver o povo se deixar se vendido como gado.

 

A santa (I): Em uma cidade Santa, o sistema não é diferente. Existe a cidade Santa que famílias, de forma oligárquica, como em uma disputa de um coronelismo imperial, pretendem manter sua liderança a todo custo, podendo estar no poder ou não, e com “idéias joviais”, fazem renovações hereditárias passando o bastão político para filho, esposa, neto etc.

 

A santa (II): O processo atual garante aos novos coronéis disputarem eleições caríssimas a cada dois anos ou, no mais tardar, a cada quatro anos até porque é necessário medir o poder, contando os números de cabresto azul ou vermelho que tem em mãos.

 

Perguntas: Quando a maioria do povo da Santa deixará de usar o cabresto azul e vermelho? Quando os nomes políticos que não se encaixam na política dos coronéis irão se libertar dessas amarras e deixarão de pensar em uma sobrevivência política pessoal e pensarão na Santa de fato?

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As opiniões aqui expressas são de responsabilidade de seu idealizador e não refletem, necessariamente, a opinião deste veículo de comunicação.

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