O ex-governador de Pernambuco e candidato a presidência da república Eduardo Campos (PSB) morreu tragicamente em acidente aéreo na cidade de Santos, interior do estado de São Paulo.
As informações divulgadas apontam que, além de Eduardo, estavam no avião os assessores Pedro Valadares, Marcelo Lira, Carlos Percol e o fotógrafo Alexandre Severo, junto com os dois pilotos.
Há poucos minutos, o governador de Pernambuco, João Lyra Neto (PSB) falou sobre a morte de Eduardo Campos.
Visivelmente emocionado, João Lyra enfatizou os anos de convivência com o socialista ao longo dos últimos 15 anos, citando que a pior notícia que poderia receber foi dada nesta quarta-feira.
“Perdi um grande amigo e um grande líder político”, frisou o governador, que citou que soube da notícia quando participara de uma solenidade.
Lyra citou a coincidência trágica da data, fazendo referencia a morte de Miguel Arraes de Alencar, avô de Eduardo Campos e padrinho político, que faleceu em 13 de agosto de 2005.
O político é um dos membros do PSB que viajarão para São Paulo para providenciar o translado dos corpos de Eduardo Campos e dos membros de sua comitiva, que faleceram no acidente aéreo em Santos, litoral paulista.
Ainda não foi definida a data e local para realização do velório, mas Eduardo deverá ser enterrado no cemitério Santo Amaro, em Recife, no mesmo túmulo em que está sepultado Miguel Arraes.
Foi essa uma das frases ditas por Daniel Omias, chefe de Defesa Civil do município em entrevista concedida ao jornal Folha de São Paulo.
As últimas informações revelam que os corpos dos passageiros que morreram no acidente aéreo ainda não foram reconhecidos.
Testemunhas relataram que havia pedaços de corpos em meio aos destroços e também no interior dos imóveis que foram atingidos pela queda do avião Cesnna, em que estava Eduardo Campos, dois pilotos e membros de sua comitiva, que viajava para compromissos de campanha na cidade de Guarujá.
Ainda não há previsão para quando deve ser a chegada dos corpos a cidade do Recife.
Em vários depoimentos prestados a jornalistas que acompanhavam a tragédia, várias pessoas chegaram a relatar que viram o avião em chamas antes que o mesmo caísse ao solo.
Especialistas alegam que o avião chegou a bater duas vezes no solo antes de se despedaçar no local do acidente, onde três imóveis de um conjunto residencial foram atingidos.
No seu pronunciamento, realizado há poucos instantes em Brasília, a presidenta Dilma Rousseff (PT) falou sobre a morte de Eduardo Campos (PSB).
A presidenta, que também disputa a reeleição, destacou também os membros da comitiva de Eduardo, que também faleceram no acidente.
Dilma citou falou também sobre Miguel Arraes de Alencar, citando que o mesmo foi uma referencia na luta política em sua geração e completou que Eduardo Campos seguiu bem os passos de seu avô, citando que o mesmo foi governador de Pernambuco por duas vezes.
A presidenta citou que viu Eduardo Campos pela última vez durante o funeral de Ariano Suassuna e destacou que é necessário se manter viva a história política do líder do PSB.
“O Brasil perde uma jovem liderança, com um futuro promissor pela frente… Um homem que poderia galgar os altos postos do país… Sem sombra de dúvida, é uma perda e que, apesar de nossas divergências, tínhamos uma relação de muito respeito mútuo”, frisou.
No pronunciamento, Dilma decretou luto oficial de três dias, assim como a suspensão da sua agenda de campanha pelo mesmo período.
Já Marina Silva, visivelmente abatida, falou sobre a morte de Eduardo. Marina prestou condolências aos familiares do socialista, destacando que a morte do político é uma tragédia que comovia a todos.
Marina falou sobre os 10 meses de convivência que teve com Eduardo desde a formação da chapa que estava em terceiro lugar na disputa presidencial e falou sobre a imagem que quer guardar de Eduardo Campos.
“A imagem que quero guardar dele foi de nossa despedida de ontem, cheio de alegria, cheio de sonhos e cheio de compromissos. É com esse espírito que peço a Deus para que possa sustentar a sua família”, afirma Marina Silva.
Já foram localizadas as duas caixas pretas do avião em que estava Eduardo Campos (PSB), dois pilotos e mais quatro profissionais de sua campanha.
As duas caixas pretas, uma com gravações de voz e outra com dados do jato foram recolhidas por técnicos da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) e devem fornecer evidências importantes que podem revelar as causas do acidente trágico.
Além disso, os destroços do avião serão também recolhidos e periciados. Ainda não há previsão para divulgação de resultados preliminares que possam esclarecer esse acidente.