O Ministério Público eleitoral está apurando se os vereadores que compunham a Câmara de Santa Cruz do Capibaribe em 2020, agiram com manobra para favorecer a condição eleitoral do ex-prefeito Toinho do Pará.
Toinho estava com as suas prestações de contas, exercício 2010, rejeitadas desde 2015 pela Câmara, o que o tornou inelegível. Ocorre que a resolução 025/2020 anulou a resolução de 2015, favorecendo a elegibilidade do ex-prefeito, o que despertou a suspeita do MPPE.
A apuração está sendo feita pelo promotor de justiça Ariano Aguiar, que concedeu prazo de 20 dias para que a Câmara, através do presidente Capilé da Palestina, envie explicações, bem como vereadores de diversos partidos, que também foram notificados.
O Blog do Ney Lima verificou que no site da Câmara a resolução 025/2020 não aparece disponível.

Nos últimos dias, o Blog entrou em contato com o vereador Augusto Maia (PSB) que presidia a Câmara em 2020. Augusto disse que a votação ocorreu mediante uma mudança de entendimento do Tribunal de Contas do Estado, que anteriormente havia recomendado a rejeição das contas do ex-prefeito, mas após recursos passou a recomendar aprovação. Ele acrescentou ter lembranças que a votação ocorreu mediante um requerimento do próprio Toinho do Pará.
Questionado se a votação ocorreu com base no envio dos autos do Tribunal de Contas, Augusto Maia disse não lembrar, e afirmou que estará apurando junto com sua assessoria para se posicionar melhor nos próximos dias. Ele não soube explicar por que a resolução 025/2020 não aparece disponível no site da Câmara.
O atual presidente da Câmara, Capilé (PSD), disse ao Blog que acusou o recebimento da solicitação de informações do Ministério Público, mas que ainda não analisou o teor, estando dentro do prazo.
O ex-vereador Ernesto Maia (PCdoB) também foi ouvido pelo Blog e afirmou ter lembrança que a votação ocorreu com base em mudança de entendimento do Tribunal de Contas do Estado.
O Blog tentou, mas não conseguiu contato com o ex-prefeito Toinho do Pará, nesta segunda-feira (12). Mesmo com a mudança de posicionamento da Câmara, ele optou por não lançar candidatura em 2020.