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De família tradicional na política de Toritama, onde inclui irmão ex-prefeito e tios vice-prefeito e com representação na Câmara de Vereadores, a empresária e atual vice-prefeita do município, Lucinha Pereira (PSDB), está na sua terceira disputa eleitoral.
Após perder o pleito em 2008 e se eleger vice em 2012, a tucana afirma “estar preparada para fazer as mudanças necessárias e reerguer o município”, e assegura, justificando rompimento político, que o gestor municipal não cumpriu com o prometido durante a campanha passada.
Lucinha foi a primeira concorrente de Toritama, entrevistada nessa quarta-feira (31), pela Rádio Polo FM, mostrando suas propostas para um possível governo nos próximos 4 anos.
Sobre o adversário direto em disputa de 2012, e atual aliado, o ex-prefeito Flávio Lima, Lucinha explica que cada decisão aconteceu no momento ‘certo’, e que tinha esperanças reais na aliança feita com Odon, no pleito passado.
“O que explica é que nós, seres humanos, temos esperança que dias melhores sempre virão. Quando me uni com ele (Odon) tinha certeza que o prefeito ia fazer uma boa administração, por que Flávio não tinha feito uma boa administração… E isso é o mesmo que tá acontecendo comigo hoje, justamente o mesmo sentimento de resgatar essa cidade”, disse e complementou mais a frente “Estou com Flávio Lima e com todos que tem esperança de fazer a cidade melhor”.
Para ela, suas decisões, com mudanças de apoios, não coloca em cheque sua credibilidade. O candidato a vice de Lucinha, Narcizo Lima (PR), é pai do ex-prefeito Flávio Lima.
“Política se faz com união. E não vamos escolher quem deve nos apoiar ou não”, afirma e emenda em seguida, “Se faz com união com pessoas que tem forças políticas”.
Sobre críticas no passado, diz não guardar mágoas nem rancor e que, na política, ‘todos estão sujeitos a ouvir críticas ou elogios’.
Argumentando que o prefeito, e ex-aliado, Odon Ferreira (PSB), ‘deu as costas à população’, Lucinha rompeu com o governo e buscou, desde então, bases para seu projeto de administrar a cidade. Lucinha não especifica causas para o afastamento, mas garante que desde a posse percebeu supostos erros.
“O maior motivo foi ele ter dado as costas ao povo, não cumprir o que prometeu na campanha. Fizemos a campanha juntos, o porta a porta, e a luta é difícil. Ser prefeito para alguns é querer colocar mais dinheiro no bolso, para outros é trabalho, compromissos, responsabilidade e se dor totalmente, muitas vezes deixar de estar com a família para estar com o povo”, diz.
Questionada por que continuou com o governo, mesmo após ter esse entendimento desde os primeiros dias, argumenta.
“Percebi assim que entrei, mas fizemos uma campanha juntos onde eu prometi que ia trabalhar para o povo. Por conta dessa frase, desse compromisso com o povo, permaneci na esperança de fazer algo melhor. E na saúde fiz um bom trabalho dentro das minhas possibilidades. A minha equipe sabe do que estou fazendo”, disse.
Lucinha ainda assegura que não se envolveu de forma direta ou conspirando contra o mandato do gestor, na abertura de processo de cassação em 2015. De acordo com ela, toda a responsabilidade do caso foi dos vereadores.
Para realizar as mudanças estruturais que considera necessárias no município, a candidata diz que conta com apoios a níveis estadual e federal, citando os nomes do deputado estadual Diogo Moraes (PSB) e do Ministro das Cidades e deputado federal licenciado, Bruno Araújo (PSDB).
De acordo com Lucinha, o distanciamento recente, em algumas cidades metropolitanas, entre PSDB e PSB, também não afetará sua relação com o governo do Estado, num eventual governo a partir de 2017.
“Como pessoa e administradora não terei nenhuma restrição com o governador Paulo Câmara”, diz e completa “Em Toritama ele teve o apoio por mim, pelo meu povo e pelo deputado Diogo Moraes”.
Mesmo ressaltando a importância de diferentes áreas, como saúde e educação, a candidata tucana classifica a economia, como foco principal para sua gestão. Uma nova roupagem para a feira do jeans é enfatizada.
“Meu foco é resgatarmos a nossa feira do jeans. Não se pode permanecer como está, sendo ignorada pelo governo municipal. A nossa feira está acabando, diminuindo por que não teve o apoio necessário do governante da nossa cidade, isso me deixa triste”, diz.
De acordo com Lucinha, com uma possível vitória, a feira continuará no mesmo espaço, mas com organização e nova estrutura. Ela fala em local asfaltado, renovação das bancas, pórticos de entradas com identidade visual forte, guaritas com seguranças, identificação de ruas e setores, entre outras adaptações.
“Sempre pergunto, por que Santa Cruz do Capibaribe tem, Caruaru tem e Toritama não tem? Não estou falando de fantasias, falo de coisas realizáveis”, diz.
Além disso, o incentivo aos comerciantes, em eventos que fortaleçam e aumentem as vendas, a exemplo de rodadas de negócios, estarão em seu planejamento, ressalta.
Confira a entrevista de Lucinha Pereira (PSDB), na íntegra: