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Festejos Juninos de ontem e de hoje

 

 

Guaraci Baldi é jornalista e publicitário. Está em Pernambuco desde junho de 2000, criou o Jornal Cidade e o primeiro portal de Santa Cruz do Capibaribe na internet, O Clic Santa Cruz.

Para podermos analisar os festejos juninos de hoje, é preciso compará-los com os mais organizados e diversificados do passado. Vou excluir os que aconteceram no Parque de Eventos, porque lá o local não era ideal e, além de pequeno, era pouco atrativo, pelo seu entorno, para o tipo de festa. Já os da época de Zé Augusto, por exemplo, eu vi e participei de vários.

 

Assim sendo, podemos perceber que os de hoje não passam de uma cópia, com algumas mudanças puxadas mais para festas de final de ano ou desfiles de alta costura, com muitas e caríssimas estruturas metálicas, muito diferente das estruturas de pau a pique, decoradas e cobertas com palhas de coqueiro e outros materiais tradicionais, como o pilão, chapéus de palha, peneiras, raladores de milho e etc. Sinceramente, tudo aquilo que encanta e retrata de fato as tradições juninas, parece não existir na avenida e em nenhum local da cidade.

 

Cadê aquele clima de São João de outros tempos, onde as lojas, postos de combustíveis e quase todos os bares da cidade se enfeitavam e só tocavam as músicas do forró de raízes.

 

Uma lembrança que ainda está na memória do povo

 

Foi a administração de Zé Augusto que criou a Vila Cenografia, o Forró da Ema, o Circo do Forró, o Quadrilhódromo (espaço dedicado às quadrilhas das escolas, em frente à Escola Padre Zuzinha), onde em forma de competição, cada escola do município podia mostrar o talento e a criatividade dos seus estudantes, com o “Minha Escola é a Melhor”.

 

Na calçada da igreja São Cristóvão, grupos de danças folclóricas e bacamarteiros se revezavam, enquanto fogos de artifícios, foguetes e rojões clareavam e coloriam o céu noturno de São João. Quem consegue esquecer a beleza do São João daquela época?

 

Acabaram com as tradições

 

Onde estão as Quadrilhas tradicionais, que mesmo privadas, mas com o incentivo da prefeitura, durante um mês, faziam a animação do povo e da juventude. Beijadrilha, Namoradrilha, Rougedrilha, Relaxadrilha, Solteiros e Felizes, Quadrilha das Peruas, da Cebola, do Jabuti, as Paulistinhas e outras mais, passaram a ser coisas do passado, que só no tempo de Zé Augusto existiu.

 

Cadê o Maior Xerém do Mundo, pra onde foi o Maior Bolo de Milho do Mundo, que juntos às Quadrilhas Matutas de Amaral ou de seus filhos, chegavam a mais de 500 pares e serviam de matéria jornalística, para as grandes empresas de comunicação de massa do país?

 

Mas isto é melhor não lembrar, dói menos.

 

Agora, é bom lembrar…

 

Não sou contra festas, mas colocar a cidade em Situação de Emergência, faltar com os serviços essenciais (Saúde, Educação e Segurança) e depois jogar uma fortuna numa festa de São João é no mínimo infantil, pra não dizer ímprobo (moralmente errado). Parece que o negócio é tentar fazer o povo esquecer o atoleiro das denúncias, do mar de lama em que o atual governo se encontra.

 

A Situação de Emergência, decretada pelo prefeito Edson Vieira, aconteceu porque, segundo ele, o município estava sem dinheiro para cumprir com os serviços essenciais. Ora, se não havia dinheiro antes, onde o prefeito locou a pequena fortuna gasta neste São João? Onde está a verdade?

 

O Tribunal de Contas já disse lá no começo do ano, que estaria atento às contas das prefeituras que decretassem Estado de Emergência e depois realizassem festas desproporcionais com a sua condição. Vamos aguardar os acontecimentos.

 

Até a próxima.

 

Obs. – Colaborações e comentários para esta coluna podem ser feitas através do e-mail guaraci.baldi@ig.com.br

 

O conteúdo dos artigos é de responsabilidade dos seus escritores e não representa necessariamente a opinião deste Blog.

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