Blog do Ney Lima em parceria com o COMDECA inicia uma série de reportagens sobre a situação das escolas públicas de Santa Cruz do Capibaribe
O Conselho Municipal de Defesa da Criança e do Adolescente (COMDECA) fez recentemente uma visita a uma das escolas mais tradicionais de nossa cidade: a Escola Dr. Adilson Bezerra de Sousa, antigo Centro Social Urbano, no bairro Nova Santa Cruz.
O Blog do Ney Lima teve acesso as fotos feitas pelo órgão. As imagens mostram que escola apresenta diversos problemas em sua estrutura, tais como vidros e janelas quebradas, salas apertadas, superlotação de alunos, lixo espalhado pelas dependências externas e precariedade dos banheiros, o que, segundo o órgão, prejudicava os estudantes no processo de aprendizagem.
Diretora Jessyca Cavalcante se justifica
A equipe do Blog do Ney Lima, na busca de apurar os fatos, fez uma visita a escola e conversou com Jessyca Cavalcante, que é diretora do estabelecimento de ensino.
Algumas das causas para os problemas na escola são a falta de recursos, alguns atos de vandalismo e o fato da escola ser um prédio adaptado, diferente de uma escola normal. Confira as alegações da diretoria sobre as denúncias:
Sobre as salas apertadas e a superlotação:
Jessyca falou que a escola conta hoje com 18 salas de aula, 11 delas são adaptadas e apresentam tamanho menor. Sobre isso, ela afirmou: “Nós temos 18 salas de aula e dessas 18, 11 são adaptadas. Segundo o padrão do estado, cada sala tem que ter 50 metros quadrados. Nós temos salas que não atendem a esse espaço padrão, mas a gente organiza. Como a sala é adaptada, nos temos um número bem menor de alunos matriculados dentro dessas salas. A portaria do estado diz que a sala deveria ter 45 alunos matriculados. Nós temos salas que tem 25, 30 alunos, já pra evitar a superlotação”.
Precariedade dos banheiros:
A diretora afirmou que os banheiros passaram por reforma no começo do ano e que o vandalismo por parte de alguns alunos e a falta de recursos para manutenção são os responsáveis por algumas estruturas estarem danificadas. Sobre isso, ela afirmou: “Nós fizemos uma grande reforma nos banheiros e eles estão dentro do padrão, inclusive de acessibilidade para receber alunos cadeirantes. Nós colocamos câmeras, mas infelizmente, dentro dos banheiros, a gente não pode ter. Nós vamos estar organizando tudo, assim que os recursos estiverem disponíveis”.
Lixo nas dependências externas:
Sobre o lixo nas dependências externas da escola, a diretora afirma que não é culpa da escola e sim das pessoas que visitam o local para outras atividades, citando, por exemplo, a pista de bicicross, presente no local. Jessyca falou também que o terreno da escola é muito grande e que pertence tanto ao poder estadual como municipal: “A escola tem um terreno grande e que esse terreno é do município e também do estado. Nós já solicitamos a divisão desse muro do terreno. Nós, enquanto escola, mesmo que fechemos o portão da frente, o pessoal entra pela parte do município, que tem um portão aberto que dá acesso ao bicicross. Ai jogam lixo e pegam essa parte de fora da escola que ficam no muro, mas a gente não tem como controlar a entrada e a saída dessas pessoas”.
Vidros e janelas quebradas:
Jessyca justificou que algumas das janelas estariam quebradas e outras fechadas com madeirito por motivos de depredação e também por isolamento da área do terreno da escola, que pertence ao município: “Nós tivemos que colocar o madeirito em algumas salas, pois quando outras pessoas passavam, jogavam lixo e outras coisas nos alunos. Algumas janelas foram também depredadas e o madeirito é mais seguro”, afirmou.
A diretora também afirmou que a escola está com falta de recursos vindos do estado e que, desde fevereiro até o mês de maio, o dinheiro não havia chegado. Sobre isso, ela afirmou: “Nós temos 1800 alunos e somos uma escola de grande porte. Ela recebe 4 parcelas de quatro mil reais para comprar material de expediente, de luz, de limpeza e material de construção para pequenas reformas. Recebemos também 4 parcelas de 4 mil para mão de obra. Recebemos também 4 parcelas de 1800 reais para manutenção só de informática. Nós ainda não recebemos nenhuma parcela esse ano para fazer manutenção na escola. Com esse dinheiro, nós repomos vidros quebrados, canos quebrados entre outros. Inclusive compramos, com recursos próprios, lâmpadas para melhorar a iluminação da frente da escola, que estava com problemas”.
Para Lucinaldo Tenório, professor da instituição desde 2006 e também membro do conselho escolar, as denúncias feitas pelo COMDECA são contraditórias: “Eu vejo como contraditórias a própria denúncia de uma entidade, ou de algum profissional, que não vem fazer a averiguação. A pessoa que vai fazer a denúncia, ela deveria procurar as informações pra ver se realmente batem. No momento que eu estive trabalhando, de 2006 até hoje, a gente tem uma lei que determina a quantidade de alunos que a gente tem que obedecer na matrícula e o próprio Conselho Tutelar ou o COMDECA vem com alunos pra que a gente matricule. Quando a gente afirma que não tem mais vaga, eles dizem que a gente tem”, finalizou Tenório.