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Entrevista

O desabafo de Oséas Moraes

 

Oséas Moraes fala de sua relação com José Augusto Maia, sua mudança de grupo político e da confiança na vitória de Edson Vieira. Fotos: Thonny Hill

 

Em entrevista exclusiva ao Blog, concedida no último domingo (03/08) em sua residência, o ex-deputado estadual Oséas Moraes (PSB) falou, em tom de desabafo, sobre sua mudança de grupo político, como se deu o apoio a Edson Vieira (PSDB), sua mágoa contra o candidato José Augusto Maia, o balanço das gestões em que o grupo taboquinha esteve à frente nesses últimos 12 anos e o que espera sobre o possível confronto entre Edson e Zé.

 

Confira os melhores momentos da Entrevista e, ao final dessa postagem, está um link disponibilizando o áudio da entrevista, na íntegra:

 

Mudança de Grupo Político

 

Perguntado sobre o porquê de sua mudança de grupo político, no qual esteve diretamente ligado há mais de duas décadas, Oseas citou que a mudança se deu devido ao fato de que já não estaria mais a vontade no antigo grupo e que estaria “engessado” devido à figura, segundo ele, de “imperador do partido”, referindo-se a José Augusto Maia. O convite para mudar de lado teria sido feito pelo governador Eduardo Campos, há um ano, para que fosse feito o apoio a Edson Vieira: “Há um ano atrás, fomos convocados pelo governador para conversar com Edson e com Dimas. Eu conversei com a maioria dos meus ex-correligionários porque houve um momento que não era para ter acontecido. Falei com uma pessoa da aliança do PTB, afinal todo mundo tá junto, a liderança maior, o imperador do partido, conseguiu fazer isso, colocar todo mundo junto, no mesmo canto, para ele conseguir dominar mais. Não abre espaço para ninguém e, quando ele sente que tem uma pessoa crescendo perto dele, ele tenta de qualquer forma: ou joga para fora do partido ou engessa aquela pessoa”.

 

Esse momento, segundo ele, teria acontecido em 2008, quando teria sido barrado por José Augusto em um comício para pedir votos para seu filho Diogo Moraes que, na época, era candidato a vereador.

 

Apoio a Edson Vieira

 

Oseas relatou que estaria perdendo seu espaço no grupo taboquinha, ficando impedido até de opinar e discutir, segundo ele, propostas para Santa Cruz.

 

Após o pedido do governador Eduardo Campos, foi conversar com Edson Vieira e com Dimas Dantas, mas que seria difícil, segundo ele, mudar de lado em cidade do interior, mas achou mais prudente dar apoio a Edson: “Eu sou claro e naquela época eu disse ao governador que, em cidade do interior, é difícil mudar de lado. Ele me disse uma coisa que eu prestei atenção e é verdade: quando a gente é chamado, que a gente discute a cidade, as proposições, tudo bem. Mas a gente não está fazendo isso”, destacou.

 

A volta do sobrenome “Moraes”, nas eleições de 2008

 

Sobre a eleição de 2008, quando Diogo Moraes disputou o cargo de vereador, segundo ele, José Augusto teria feito “um verdadeiro massacre” em sua campanha e também ao nome “Moraes”. José Augusto teria afirmado que o sobrenome “Moraes” estava no fim, na política santa-cruzense: “Na campanha de quatro anos atrás, quando Diogo foi candidato a vereador, foi um verdadeiro massacre. No começo não tinha voto, Oséas está fora de Santa Cruz, os Moraes se acabaram em Santa Cruz… Quando Diogo saiu para candidato a vereador, foi àquela agonia, Diogo vai ter o mais votado. Ai começou aquela puxada de tapete infernal porque foi à campanha mais difícil que eu pude participar”, afirmou.

 

Na ocasião, Diogo Moraes terminou como o quarto mais votado naquela eleição, sendo eleito.

 

A conturbada eleição de 2010

Oseas citou que, em 2010, teria interesse em voltar à vida pública, se candidatando a deputado estadual pelo grupo taboquinha. Oseas afirmou também que foi impedido de se candidatar por José Augusto.

 

Oséas propôs então o nome de Diogo Moraes, mas essa decisão não foi apoiada, segundo ele, por fazer sombra a Zé: “Ele não queria que a gente crescesse na política. O Diogo e o Oseas Moraes estavam começando a fazer sombra a José Augusto”.

 

Indagado sobre o fato de que Diogo, em 2010, não estaria apoiando a candidatura de José Augusto a Deputado Federal em cidades como Brejo, Taquaritinga e Toritama, Oseas afirmou que, nessas cidades, a preferencia seria dada ao nome de Ana Arraes, mãe de Eduardo Campos, em acordo feito com o próprio governador: “Eu tinha um acordo firmado com o presidente do meu partido, o governador Eduardo campos, em votar na mãe dele, dona Ana Arraes. As pessoas que votavam em dona Ana, Mamão em Jataúba, Evilásio em Taquaritinga e Odon, em Toritama, não queriam votar em outra pessoa. Não era Oseas que conseguiria mudar os votos desse povo”, destacou.

 

Segundo Oseas, Jose Augusto teria dito que ele não estaria levando o nome de Zé nessas cidades. Então teria decidido não apoiar a candidatura de Diogo Moraes, pedindo votos para outro deputado estadual, Cecílio Galvão, da cidade de Belo Jardim.

 

Críticas aos 12 anos de gestão comandados pelos Taboquinhas

 

Na entrevista, Oseas Moraes afirmou que Santa Cruz estaria parada quando ao serviço público, em setores como educação, calçamento, saneamento, lazer e cultura.

 

Segundo ele, o crescimento estaria acontecendo apenas no setor privado da cidade. Sobre Toinho, Oseas afirmou sentir pena, pois ele teria sido engessado, teria entrado sem saber administrar a cidade e que pouca coisa teria mudado, por falta de “condição” e “coragem”, em relação ao governo deixado por José Augusto, no comando de secretarias: “Eu tenho pena de Toinho, Toinho foi engessado também. Ele entrou na prefeitura sem saber administrar. Administrar a coisa pública não é para qualquer um. A secretaria de Educação é a mesma, a de obras é aquela agonia, o povo que está lá, os cargos comissionados são os mesmos, não mudou nada. A prefeitura, que era para sobrar dinheiro para fazer alguma coisa, não sobra porque Toinho não teve condição, nem teve coragem, de dar uma limpada na prefeitura”, destacou.

 

Críticas a falta de obras como deputado federal e daquelas realizadas quando José Augusto Maia foi prefeito de Santa Cruz

 

Oseas afirmou que, em um ano e meio de mandato como deputado federal, José Augusto não teria trazido, segundo ele, “obras de vulto” para Santa Cruz. Oseas falou também que José Augusto gostava de comparar o trabalho realizado por ele e por Diogo Moraes e também fez críticas pesadas a Zé, em relação a obras realizadas nos dois mandatos, quando prefeito: “Cadê a obra dele também? O mesmo tempo de mandato que Diogo tem como deputado estadual, Zé tem como federal. Eu mostro as realizações de Diogo como deputado estadual. Me mostre uma obra dele (José Augusto) aqui como deputado federal, não tem. Me mostre uma obra, nos últimos oito anos que Zé passou aqui, de vulto, pois obrinha pequena todo mundo faz. Me mostre uma escola, uma praça, uma obra de vulto que diga assim: essa obra foi feita com o dinheiro de Santa Cruz do Capibaribe, feita pelo prefeito”.

 

Ao final da Entrevista, Oseas Moraes mostrou seu apoio a Edson, afirmou que seu atual grupo iria ganhar as eleições, que não se sentirá magoado em relação a pessoas que não quiserem apoiá-lo, no seu atual grupo político e aproveitou para agradecer a todos aqueles que votaram em Diogo Moraes e também nele, quando disputou as eleições para prefeito e deputado estadual.

 

Clique e ouça: Entrevista com Oseas Moraes

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