25
setembro

Artigo – Por Adriano Oliveira


GUEDES É UMA AMEAÇA?

 

O ministro Paulo Guedes e a sua política econômica ameaçam o governo Bolsonaro? Guedes foi escolhido pelo atual mandatário da República e logo qualificado como o “Posto Ipiranga”. Tal definição trouxe euforia para os mercados e a todos aqueles que torcem pela recuperação da economia com uma agenda excessivamente liberalizante.

Quando o atual ministro defendeu a reforma da Previdência, ele fez o correto. Ao insistir na reforma administrativa do Estado, Guedes acerta, pois o corpo burocrático estatal custa caro, oferece pouco, e, em diversas carreiras, o salário é abusivo quando comparado com a realidade salarial da sociedade brasileira. O ministro Guedes acerta ao defender a reforma Tributária. Acerta quando defende, avidamente privatizações e parcerias público-privadas. E, por fim, é admirável a sua árdua defesa do controle dos gastos públicos.

Quais são os pecados do ministro Guedes? Não conhecer ou desprezar a realidade socioeconômica brasileira e o seu excesso de liberalismo. Guedes peca ao defender, insistentemente, a capitalização da Previdência, em uma país em que a dinâmica econômica não é caracterizada pelo pleno emprego. Peca ao desejar fazer as reformas da Previdência e do Estado desprezando os investimentos públicos em educação, pública ou privada.

O ministro Guedes desconsidera que o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal podem ser instrumentos para o financiamento de moradias, oferta de crédito e geração de empregos. O atual ministro da Economia, apesar de ter estudado em Chicago, tem um grande pecado: não pronuncia o termo inclusão social.

O ministro Guedes ameaça a popularidade do presidente Bolsonaro. Se no início, o atual ministro representava instrumento para a superação dos desafios da economia, hoje ele é uma ameaça. Apesar da redução dos juros e da inflação baixa e controlada, a recuperação econômica é lenta, e, por consequência, o nível de emprego e da renda não reage fortemente.

O presidente Bolsonaro poderá estar no 2° turno da eleição presidencial, independente da economia, em razão da agenda ideológica do seu governo, e da possível ressureição do petismo. Entretanto, o sucesso eleitoral no turno final poderá depender do desempenho da economia. As consequências negativas das ações atuais de Guedes para a popularidade do presidente Bolsonaro já poderão ser observadas na próxima eleição municipal? Cenário possível, caso o ministro não mude.

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