12
agosto

Artigo – Por Adriano Oliveira


O AUXÍLIO EMERGENCIAL E A ELEIÇÃO

 

Junho de 2014. Véspera da eleição presidencial. Uma eleitora numa cidade nordestina no decorrer da pesquisa qualitativa afirma: “Com Lula, o Estado bateu em nossa porta”.  Julho de 2020, em um município do Nordeste, um eleitor, ao ser questionado sobre as ações do presidente Bolsonaro na pesquisa qualitativa, expressa o seu sentimento: “Ele está ajudando muita gente com este Auxílio Emergencial”.

As pesquisas da Cenário Inteligência revelam que o bolsonarismo encontrou o lulismo no Nordeste. Por enquanto, são fenômenos semelhantes. O lulismo é mais completo. Pois tem os seguintes ingredientes: carisma do presidente Lula, ampliação do consumo, vários programas sociais, expansão das universidades públicas e Bolsa Família. O bolsonarismo é formado por três elementos: enfrentamento à corrupção, sinceridade do presidente e Auxílio Emergencial.

 O ex-presidente Lula continua forte na memória de parcela do eleitorado nordestino. É considerado o melhor presidente da História do Brasil. Mas, muitos eleitores, as falarem sobre Lula, usam a seguinte expressão: “Já deu o que tinha de dar”. A Lava Jato e a prisão não foram suficientes para desconstruírem fortemente o ex-presidente. Entretanto, elas possibilitaram o sumiço de Lula da dinâmica eleitoral. Por isto, como bem tem revelado as pesquisas qualitativas, os votantes não falam do retorno do líder do PT.

O bolsonarismo segue em recuperação. Não é inesperada. Pois, no Brasil, governos que atendem as demandas das classes C, D e E, tendem a conquistar popularidade. O Auxílio Emergencial é o instrumento que alavanca a popularidade do atual mandatário da República. Por outro lado, os votantes das classes A e B abandonam o presidente. O jeito de ser de Jair Bolsonaro continua a atrapalhá-lo. Porém, o seu silêncio estratégico mais o Auxílio Emergencial lhe trazem popularidade.

A nacionalização estará presente nas eleições municipais. De um lado, o bolsonarismo com o reforço do Auxílio Emergencial. De outro, o antibolsonarismo. Neste último universo, estão os refratários ao PT, a Lula e a Jair Bolsonaro. Estão também, os eleitores que admiram Lula e o PT. Em razão do antibolsonarismo está dividido em duas partes, o bolsonarismo hoje é mais forte do que o lulismo.

Se o Auxílio Emergencial for estendido, não será surpresa o sucesso eleitoral de vários candidatos bolsonaristas. Caso não seja, o bolsonarismo perde força. Mas não o suficiente para lhe enfraquecer fortemente na disputa municipal.

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