24
março

EDITORIAL – A espetacularização da vacina e a absurda aglomeração de grupo de risco


 

 

Em Santa Cruz do Capibaribe, cidade com mais de cem mil habitantes, a prefeitura anunciou uma nova etapa para vacinação de pessoas idosas. A notícia foi que 1.100 doses estariam disponíveis para pessoas acima de 70 anos, em sistema de drive-thru.

Uma ótima notícia, desde que a política local não fizesse desse ato um acontecimento de extrema irresponsabilidade, divulgando para um único dia, em um intervalo de quatro horas, centralizando os procedimentos de vacinação em uma única localidade da cidade. Resultado: centenas de idosos se aglomerando em filas PRESENCIAIS.

Estruturas metálicas, sinalizações e presença de políticos em meio a pessoas da terceira idade que buscavam o imunizante. Não se faz necessária uma ampla pesquisa científica para compreender que a vacina não cria anticorpos de imediato, são pelo menos duas semanas, podendo se estender por um mês para o registro da proteção, de acordo com a Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

É lamentável que o uso político da vacinação esteja sendo praticado por vários municípios. Novos e velhos governos desperdiçam recursos para fazer de um procedimento de saúde um ato para fotos e vídeos, quando a eficiência logística talvez não revelasse o mesmo espetáculo.

Qual seria a dificuldade para o governo municipal em Santa Cruz do Capibaribe espalhar pontos de vacinação em alguns bairros?

Qual é a necessidade de convergir todo esse grupo de idosos para um só local em poucas horas?

O governo do prefeito Fábio Aragão (PP) plantou na população a esperança de novas e boas práticas, sentimento comum em início de ciclo.  Mas são as atitudes políticas arcaicas como essas que, precocemente, preocupam a população com fortes sinais de despreparo administrativo.

 

Por Ney Lima

 

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