08
maio

Artigo – Por Adriano Oliveira


QUAL É A SUA ESCOLHA?

 

A cruzada contra a corrupção realizada pela Lava Jato cria a percepção de que o futuro é promissor. Em parte concordo. Pois a Lava Jato pode possibilitar a mudança dos costumes dos atores políticos. A Lava Jato também poderá servir de espelho para as instituições, incentivando atores institucionais a mudarem as suas visões de mundo.

A Lava Jato não é variável causal perfeita e suficiente para permitir que o Brasil supere os diversos desafios. Ela pode, inclusive, fazer mal ao funcionamento do sistema político brasileiro. Esta afirmação só adquire plausibilidade se, e somente se, você sair da caixa da ilusão política e caminhar no corredor do realismo político.

O sistema produtivo da política foi desvendado meritoriamente pela Lava Jato. Por outro lado, a referida Operação colocou em suspeição o todo da classe política, os mecanismos do presidencialismo de coalizão e as relações entre empresariado e políticos. A ordem política sofreu estresse, desajustes. Mas isto não significa que ela mudou.00

Suspeito de que não seja bom para o Brasil a vitória do “novo”. A vitória de um candidato sem experiência política e não integrante de um grande ou médio partido. É adequado para o Brasil o sucesso de um competidor com capacidade de liderar e agregar forças políticas para a superação dos desafios. Que saiba gerenciar com mérito o presidencialismo de coalizão. E, acima de tudo, que tenha capacidade de dialogar, e isto não significa frear uma ação, com variadas instituições, inclusive a mídia. O diálogo tem o objetivo de trazer para a pauta principal do país as reformas, dentre as quais, a previdenciária e as que tornem o Estado mais eficiente e livre de privilégios.

Se o próximo presidente precisa ter base parlamentar, além das qualidades já expostas, ele, certamente, precisará ser do PSDB, MDB ou PT. Todos estes três partidos, além do PP, PSD e PR, agremiações fortes no jogo parlamentar, foram atingidos pela Lava Jato. E quem garante que não continuarão a ser?

A encruzilhada está posta. O Brasil tem desafios. E precisa de um líder com capacidade e base parlamentar para governar com eficiência. Mas este líder pode ser atingido, junto com a sua bancada, por denúncias. Portanto, existem duas opções: 1) Exigir que a cruzada contra a corrupção continue; ou 2) Torcer para que o equilíbrio institucional entre atores e diversas instituições seja construído. Qual é a sua opção?

 

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