16
maio

Artigo – Por Adriano Oliveira


O futuro do PSDB

 

adriano oliveira

Qual é o futuro do PSDB? Esta indagação é necessária em razão de que desde 1994, PT e PSDB travam disputa eleitoral pela conquista do espaço presidencial. Até o instante, o PT leva vantagem, pois venceu o PSDB em quatro eleições presidenciais. O PSDB superou o PT em duas eleições para a presidência da República.

Em 1994, FHC vence a eleição presidencial. Como bem mostra diversos trabalhos acadêmicos, o Plano Real, o qual possibilitou a redução e o controle da inflação, permitiu o sucesso eleitoral de FHC. O ex-presidente aplicou no Brasil agenda reformista. Privatizações, controle do gasto público e da inflação caracterizaram o governo FHC. O ex-presidente Lula substituiu FHC. Ao assumir o governo, Lula manteve a matriz fiscal do governo do PSDB. A inclusão social marcou o governo Lula.

Nas eleições de 2010 e 2014, PT e PSDB continuaram a disputar eleitores. Nestas duas eleições, era visível os descontentes com o petismo e o ressurgimento da força do PSDB. Contudo, nas duas últimas eleições presidenciais, o lulismo e o medo de parte dos eleitores possibilitaram o sucesso de Dilma Rousseff. Mas isto não significa que o PSDB não tenha cometido erros.

O primeiro erro estratégico do PSDB foi não ter mostrado ao eleitor que a expansão do consumo começou com as privatizações realizadas por FHC. O PSDB não defendeu as reformas no âmbito do Estado realizadas na era FHC. Neste caso, o erro estratégico foi não ter construído uma narrativa mostrando que as reformas eram vitais para a construção do Brasil do futuro. E por fim, o PSDB desconsiderou a pauta da inclusão social. Optou por ser um partido tipicamente de classe média, mas desconsiderando as demandas de parte desta classe, as quais foram atendidas, em dado instante, pelo lulismo.

Neste instante, o PSDB opta por participar do governo Temer. O risco está posto. Se o governo Temer não obter sucesso, o PSDB terá dificuldades em 2018. E se for um sucesso também. O PSDB foi, sem intenção, produtor do lulismo. Pois sem as reformas realizadas por FHC, o lulismo poderia não ter existido. E o PSDB poderá produzir, sem intencionalidade, a ruptura da polarização histórica entre PT e PSDB. Ou seja: o sucesso do governo Temer poderá conduzir o PMDB a ser o ator principal na disputa presidencial vindoura.

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