03
maio

Artigo – Por Adriano Oliveira


O futuro do PT

adriano oliveira

Luis Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República em 2002 após três derrotas seguidas. Não existia, naquela época, a expectativa de que o lulismo viesse a existir. Aliás, estava presente na mente dos eleitores a desconfiança e a esperança. No mercado financeiro e no setor produtivo a desconfiança existia. Com o objetivo de tranquilizar estes setores, o então candidato Lula divulga a Carta aos Brasileiros.

O Partido dos Trabalhadores nasce como grife em 1989. O PT representava para parte dos eleitores a esperança de um Brasil mais justo socialmente e livre da corrupção. O Lula era o principal líder do PT. Nesta época, em razão da não existência do lulismo, não estava claro se o PT alavancava Lula ou o Lula alavancava o PT. No ano de 2006, quando Lula disputa a reeleição, identifiquei que o Lula que alavancava o PT. Pois o lulismo representava um consenso entre a maioria dos eleitores brasileiros. Ao contrário do petismo.

Na eleição de 2010, a força do lulismo ficou evidente. Na era Lula, o poder simbólico do lulismo foi construído. Lula era a esperança dos pobres. Tinha a desconfiança da classe média, mas representava para ela o instrumento mais seguro para a expansão ou manutenção do bem-estar. Nas classes mais abastardas, o Lula não agradava. Já era visível o surgimento da rejeição a ele nas classes A. O mercado e o setor financeiro chegaram a amar o Lula. Mas em 2010, inquietações eram observadas nestes setores.

Em meados de 2005, o PT e o Lula passam a conviver com denúncias de corrupção. A partir de 2013, fortes e frequentes acusações atingem ambos. A admiração dos brasileiros para com o PT e para com o Lula declina fortemente. Petismo e lulismo perdem força entre os eleitores. Contudo, até o instante, nenhum ator político e agremiação partidária conseguiram superá-los na admiração dos eleitores.

Qual é o futuro do PT? O futuro do PT está atrelado ao futuro do lulismo. Neste instante, o lulismo ainda vive, apesar de está enfraquecido. Mas poderá readquirir força. Para isto ocorrer, basta que o governo do futuro presidente Michel Temer decepcione. Mas caso não decepcione, o lulismo tem adeptos no ambiente formado por eleitores que admiram o Estado, defendem políticas sociais e têm o Lula como o melhor presidente do Brasil. Portanto, a reconstrução do petismo em curto prazo depende fortemente da recuperação do lulismo.

As opiniões aqui expressas são de responsabilidade de seu idealizador

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