05
abril

Artigo – Por Adriano Oliveira


Temer e o futuro

 

adriano oliveiraA saída do PMDB da base do governo Dilma e as diversas manifestações ocorridas são sinais de que o impeachment da presidente ocorrerá. Contudo, a mobilização de diversos partidos com o objetivo de ocupar os espaços deixados pelo PMDB na frágil coalizão partidária e as recentes manifestações de apoio a presidente são ruídos que sugerem que o impeachment não ocorrerá.

 

O que acontecerá com o Brasil caso ocorra o impeachment da presidente Dilma? A expectativa otimista é que as crises econômica e política findem. Para isto ocorrer, o novo presidente, Michel Temer, construirá coalizão partidária para governar. A coalizão deverá ser formada por diversos partidos. O fato de ser um novo governo e a suposta habilidade política de Temer sugerem que a coalizão será concretizada e temporariamente mantida.

 

Após a formação da coalizão, Michel Temer terá que acenar para o mercado e o setor produtivo. A agenda econômica precisará ser responsável. Portanto, será uma agenda liberal. Temer terá que conter o aumento do déficit público. O novo presidente não terá condições de protelar a reforma da Previdência e a aprovação de um novo imposto, como a CPMF, será necessário.

 

Ocorrerão cortes de recursos para políticas sociais? Segundo Moreira Franco, conselheiro de Michel Temer, não existirão cortes. Os programas do governo Dilma na área social continuarão. Portanto, observem que as agendas social e econômica do PMDB na presidência tendem a ser semelhantes às agendas do governo Dilma no ano de 2015. Não existirá mudança de política de governo. Mas mudança de atores no exercício do governo.

 

Prevejo que os manifestantes favoráveis ao impeachment da presidente Dilma ficarão em silêncio por dado período do governo Temer, pois a esperança para a superação da crise econômica estará na mente deles. Não desprezo robustas manifestações comandadas pelo PT e por Lula. Tais manifestações podem ser intensas em razão da agenda econômica liberal que tende a ser implantada. Michel Temer assumirá e exercerá o governo com os mesmos desafios de Dilma e com semelhante Congresso disposto a pressioná-lo. Temer conviverá com a constante ameaça da Operação Lava Jato. E com o desejo de recuar em relação às reformas necessárias. Portanto, o sucesso do futuro governo Temer é, neste instante, incerto.

 

 

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