18
junho

Artigo – Por Adriano Oliveira


Lula, Doria e Tite

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Existe equívoco quanto à polarização no Brasil. Aliás, não existe polarização. Foram várias pessoas que a condenaram equivocadamente. O raciocínio era simplista. De um lado, o presidente da República. Do outro, o ex-presidente Lula. Não estava presente terceiro candidato competitivo. Conclusão: o Brasil convivia com a polarização extremada.

O termo extremo qualificou a polarização Lula versus Bolsonaro. Outro erro. A ausência de evidências condenava a qualificação. A era Lula teve parceria com o Centrão, nomeação do primeiro colocado da lista tríplice enviada pelo Ministério Público Federal, um grande empresário na vice-presidência da República, Henrique Meirelles no Banco Central. Como afirmar que Lula é extremo? As críticas corriqueiras do ex-presidente Lula à imprensa são suficientes para classificá-lo como extremo?

Chega a Covid-19 ao Brasil. O competente João Doria enxerga condições de fabricar vacinas. O Butantan larga na frente. Nas redes sociais, o governador de São Paulo passa a ser classificado como “calcinha apertada”, oportunista. João Dória sofre desconstrução por parte do bolsonarismo radical por fazer louvável e óbvia opção de salvar vidas.

Tite é técnico moderno. Futebol alegre. Tite nunca teve forte rejeição da torcida brasileira. Ao contrário. Porém, o atual treinador da seleção não foi firme na defesa da Copa América no Brasil. Por consequência, os bolsonaristas radicais passaram a atacá-lo. Tite não é candidato à presidente da República, mas virou inimigo do bolsonarismo radical.

Lula, João Doria e Tite são exemplos de que a polarização não existe no Brasil. Lembro também de Sérgio Moro, Mandetta, general Santos Cruz. Qualquer indivíduo que discordar das atitudes do presidente Bolsonaro será imediatamente desqualificado. Para o bolsonarismo radical não existe adversário. Mas inimigo a ser combatido e eliminado. Portanto, o único extremo presente é o bolsonarismo radical.

A polarização numa disputa eleitoral de dois turnos é natural. Ela sempre existirá no Brasil. O que é incomum em nosso país contemporâneo é a polarização tóxica. De um lado, o sujeito democrático, autônomo e livre para expressar as suas ideias. Do outro, o sujeito que descontrói imagens, carreiras. O fabricante de inimigos. O bolsonarismo radical atrelado ao militarismo do governo colocam em risco a democracia brasileira. Não podemos falar em eleição presidencial vindoura sem considerar as ameaças do bolsonarismo radical para o pleito.

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