14
julho

Artigo – Por Adriano Oliveira


O ELEITOR E A COVID-19

 

Qual a influência da pandemia do novo coronavirus no comportamento do eleitor? Logo no início da pandemia, construí hipóteses para orientar pesquisas e análises. A primeira hipótese era que prefeitos aumentariam ou perderiam popularidade em razão do enfrentamento à Covid-19. As pesquisas da Cenário Inteligência têm revelado que tal hipótese é verdadeira. Porém, um achado importante: votantes diferenciam a popularidade do gestor conquistada no período da Covid-19, da popularidade do mandato.

O alto número de mortes em virtude da Covid-19 trará impopularidade para o presidente Bolsonaro. Esta hipótese ainda carece de comprovação. Pesquisas qualitativas e quantitativas realizadas no Nordeste mostram que o “vírus e China” mais “Bolsonaro” são os principais responsáveis pelas mortes. A primeira variável, a depender da localidade, se sobressai. É alto o porcentual de eleitores que reprovam a conduta do presidente na gestão da crise sanitária.

A crise econômica fortalecida pelo novo coronavirus terá como responsável principal o presidente Bolsonaro. Esta hipótese também precisa de comprovação. As pesquisas têm mostrado que o “vírus e a China”, “Bolsonaro” e “governadores” aparecem como variáveis causais para o agravamento da crise econômica. Os porcentuais quanto a estes itens variam entre cidades. É oportuno lembrar que pesquisas nacionais de variados institutos têm mostrado queda e, em seguida, estabilidade da reprovação do governo Bolsonaro.

O eleitor cansará do isolamento social e da paralisação da economia.  Quanto a esta hipótese, constato o seguinte processo entre os eleitores: no início da pandemia, o desejo majoritário era salvar vidas. Em seguida, ele sofre enfraquecimento. Hoje, as pesquisas quantitativas da Cenário revelam que o eleitor, majoritariamente, quer salvar vidas e empregos. As pesquisas qualitativas mostram que o eleitor quer a volta do comercio, da atividade econômica, com prevenção. Portanto, o isolamento social cansou para parcela considerável do eleitorado. Os eleitores continuam, majoritariamente, com medo de ser contaminado pelo coronavirus.

A eleição municipal ocorrerá em novembro. Até lá, efeitos do Auxilio Emergencial entre os eleitores devem ser monitorados. O impacto da crise econômica e de uma possível recuperação lenta da economia também. A transição entre crise sanitária e o novo normal poderá criar novos sentimentos nos votantes. A pandemia do coronavirus será temática da eleição. Os comportamentos do presidente Bolsonaro, governadores e prefeitos também. A Covid-19 estará presente na eleição municipal.

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