14
março

“Sou agradecido a Deus por ter perdido a eleição” – afirma Padre Bianchi Xavier


Fotos: Thonny Hill

Na manhã desta quarta-feira (14) o programa Rádio Debate recebeu o Padre Bianchi Xavier. Figura emblemática que faz parte da história política e social de Santa Cruz do Capibaribe, mesmo não tendo vida ativa no município, o  padre falou sobre diversos assuntos com o time de debatedores.

Padre Bianchi fez várias declarações, que partiram desde críticas a classe política atual, a disputa nas eleições de 1996 e os novos convites para disputar eleições. A entrevista também teve momentos de emoção, em especial ao relembrar seu período como padre no município.  Confira os principais pontos políticos da entrevista.

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Críticas a classe política

Abrindo a entrevista, o Padre Bianchi falou sobre a política atual, em especial a fase de descrença da população. Ele aproveitou também para fazer sua crítica, remetendo a 1996, quando disputou pelo extinto grupo “Cabecinha” contra o então candidato a prefeito Ernando Silvestre (PFL, atual Democratas).

“Sou agradecido a Deus por ter perdido a eleição, pois se eu tivesse sido eleito, não seria mais padre e teria feito carreira na política, mas vejam a situação de como está nossa política… Eu estaria engessado em fazer aquilo que eu mais gostava de fazer, que é política voltada para o bem comum” – pontuou.

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Convites para voltar a disputar cargos 

O padre Bianchi citou que continua a receber convites para disputar cargos eletivos. Segundo ele, o mais recente veio ser candidato a prefeito na cidade de Bezerros, mas que não teria aceitado o convite.

“O prefeito Branquinho, quando eu estava em Bezerros, me convidou mais de uma vez. A primeira foi para transferir meu título de Santa Cruz e depois para eu ser candidato. Ele, na minha despedida para Caruaru, me disse para deixar o ministério e ser candidato dele, mas eu não quis. Nem em Santa Cruz (se houver propostas)” – pontuou.

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Eleições 1996: o que levar e o que esquecer

“O que levo para o túmulo é a fidelidade de pessoas. Eu acho que a política tem essa arte. Aqui falou Diogo Moraes de pessoas que são fieis, mas também que conhece pessoas que não são. O que eu gostaria de esquecer foram as ofensas. A política em Santa Cruz é arraigada, definida… Quem é boca-preta é boca-preta; quem é taboquinha é taboquinha… Isso é um meio atraso para uma cidade tão importante para Santa Cruz” – disse.

Em seguida, o padre relembrou dos episódios onde populares faziam apostas financeiras a sua época, mas também lembrando que isso acontece ainda hoje durante eleições.

“O que mais sentia era ver pessoas que perderam tudo fazendo apostas, só não perdiam a esposa e os filhos. Aquilo era uma dor muito grande e eu me sentia culpado daquilo tudo. Tinha conhecimento de algumas pesquisas que diziam que iriamos bem, mas perdemos nos últimos dias. Quando se trata de política, ela está acima de segmentos e sentimentos religiosos, mas já ouvi muito (dizer que não votaram nele e se arrependeram). Eu tinha boas intenções. Sou padre há 34 anos e não tenho bens materiais, mas pensava em, pelo menos nesse sentido, imitar Padre Zuzinha, que foi um homem pobre e eu o vi até quebrar rapadura na  mesa da prefeitura para ajudar o povo” – pontuou.

A entrevista na íntegra pode ser conferida no link a seguir: >>> Rádio Debate.

 

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