Fotos: Thonny Hill e arquivo.
O tema da seca predominou em mais uma tarde de uso da tribuna pelos vereadores, mais especificamente a mudança no calendário de abastecimento, pela Compesa, das águas vindas da barragem de Jucazinho.
A mudança deixou Santa Cruz do Capibaribe com apenas dois dias de abastecimento e 28 dias sem, fator que desagradou a maioria dos parlamentares.
Outro tema que foi bastante citado foi a redução dos dias de festejos juninos na Capital da Moda. Na manhã dessa terça-feira (28) o prefeito Edson Vieira enviou uma nota falando sobre a redução, em oito dias, dos festejos, alegando corte de gastos devido a diminuição de repasses com verbas federais. Os posicionamentos foram divergentes entre as duas bancadas.
Na sessão, também houve espaço para denúncias. A de maior destaque foi a do vereador galego de Mourinha (PTB), que trouxe a tribuna o suposto atraso no pagamento a motoristas que transportam estudantes no distrito da Vila do Pará. Alunos estariam perdendo aulas, em virtude de quatro meses de atrasos nesses pagamentos.
No campo das propostas, um dos destaques foi a do vereador Zé Minhoca (PSDB) que, em requerimento, solicitou que o horário de funcionamento dos AMEs e UBSs (antigos PSFs), funcionem até meia-noite para que a população tenha mais acesso ao atendimento médico.
O Projeto de Lei de destaque ficou por conta da criação do Dia Municipal do Terço dos Homens, que será comemorado, em homenagem ao conhecido grupo católico, o último dia da segunda semana de junho.
Confira o que disse cada um dos vereadores:
.
Em seu discurso, o vereador Afrânio Marques falou sobre a mudança no calendário do abastecimento de água de Jucazinho.
De acordo com o vereador, ficaram algumas dúvidas quanto a quantidade de dias que o município ficará desabastecido, o que fez com que ele convocasse alguns membros da Compesa para que esclarecimentos sejam prestados.
“Eles vão nos explicar essa questão do Calendário. Vamos ter essa conversa com o pessoal da Compesa.”, disse.
Por fim, o vereador falou sobre uma visita do prefeito Edson Vieira a Brasília. Segundo ele, o prefeito foi à busca de uma verba de R$ 2 milhões para ser investido na saúde do município.
O vereador também falou sobre um encontro para próxima quinta-feira (30) com o prefeito e representantes da Ascap, para discutir a possibilidade da doação de um terreno para construção da sede da entidade.
.
No ponto mais crítico de seu discurso, o vereador Francisco Ricardo (PSDB) falou sobre uma denúncia que foi levantada pouco tempo após as eleições 2012, que era uma suposta doação de campanha feita pelo deputado federal Silvio Costa (PTB).
De acordo com Francisco, Silvio teria feito uma doação de R$ 300 mil a campanha do ex-deputado federal José Augusto Maia (PROS) quando este disputou as eleições municipais contra o prefeito Edson Vieira (PSDB).
O vereador citou que os oposicionistas Galego de Mourinha (PTB) e Fernando Aragão (PROS) souberam dessa suposta doação de campanha muito tempo depois, mas que cobraram do ex-deputado onde teria sido aplicada tal verba na campanha.
Para o situacionista, o caso é grave por envolver um suposto “Caixa Dois” e cobrou para que o Ministério Público investigue o caso
.
O problema da seca foi novamente pauta no discurso do vereador petebista. Helinho Aragão (PTB) falou sobre a mudança no calendário de abastecimento, feito pela Compesa, com a água de Jucazinho, que agora deixa a Capital da Moda com 28 dias sem água e dois dias abastecida.
Helinho pediu para que todos os vereadores possam se unir para cobrar maiores avanços na construção da adutora do agreste que, segundo ele, tem apenas 40% de seus trabalhos concluídos e passou por uma onda de mais de 300 demissões.
.
O vereador Ernesto Maia (PSL) falou sobre a diminuição dos dias dedicados aos festejos juninos em Santa Cruz do Capibaribe.
De acordo com o vereador, Santa Cruz do Capibaribe ficou de fora dos investimentos estaduais da Empetur feitos a municípios que realizam eventos juninos de porte, fazendo com que o prefeito Edson Vieira (PSDB) se visse obrigado a cortar gastos.
Ernesto chegou a questionar o mandato conseguido pelo deputado estadual Diogo Moraes (PSB) de primeiro secretário na Assembleia Legislativa, citando que, segundo ele, Diogo teria afirmando que o município passaria por um novo tempo político, mas que o cargo de Diogo não teria se revertido em nada para o município.
Em seguida, o vereador citou que erros cometidos na gestão de Toinho do Pará (PSL) estariam se repetindo no atual governo, colocando como exemplo a situação de abandono enfrentada por moradores da Rua Maria Lira de Moraes.
Aquela rua, em época de chuvas, costuma a alagar e foi alvo de duras críticas no governo Toinho, mas a situação de abandono da mesma continua no atual governo.
.
O vereador Klemerson Pipoca (PMN) falou sobre a nota enviada pelo prefeito Edson Vieira (PSDB) aos meios de comunicação.
Na nota, foi dito que a prefeitura está em situação delicada devido a redução de repasses federais e que, com isso, haverá uma redução de oito dias no calendário junino local.
Para Pipoca, a redução foi uma atitude corajosa do prefeito que, segundo ele, pensou na manutenção de outros serviços para o município como a continuidade de obras a exemplo da futura construção do AME Mulher.
Em seguida, o vereador falou sobre a seca, citando que se faz necessário que os vereadores se dirijam a Recife com uma pauta de reivindicações para buscar soluções de enfrentamento aos efeitos da longa estiagem.
.
No seu discurso, o vereador falou sobre seu requerimento que solicita para que os horários dos Ambulatórios Médicos Especializados (AME) e também as Unidades Básicas de Saúde (UBS, antigos PSFs) tenham seu horário de funcionamento estendido até a meia noite.
Zé Minhoca (PSDB) citou que fez visitas a municípios que já implantam essa ideia e citou que houve melhorias no atendimento e maior flexibilização de horários a população.
“A população de Santa Cruz trabalha muito e, por muitas vezes, não tem tempo para ir ao médico. Com o aumento desse horário, mais pessoas podem ser atendidas e de forma melhor.”, disse.
Em seu último ponto, o vereador fez a sua defesa ao governo Vieira quanto a reduzir os dias dos festejos juninos devido a problemas nas finanças municipais com a diminuição de repasses federais e o corte de gastos.
.
No seu discurso, o vereador Vânio Vieira (PSDB) fez críticas ao governo municipal pelo abandono de obras na escola municipal do Bairro Santo Agostinho.
O vereador falou sobre a não conclusão da Quadra Coberta, assim como a reforma do telhado da referida escola, cuja laje está exposta e, segundo Vânio, provocando diversas infiltrações.
O vereador citou também que a falta de obras no local, aliada a situação de abandono, prejudica os moradores pela falta de um local para prática de esportes e também pela formação de diversos focos do mosquito da dengue.
“A população sempre é prejudicada com essas obras que sequer foram iniciadas naquela localidade.”, disse Vânio.
.
O tema da seca foi pauta no discurso do vereador. De acordo com Zezin Buxin (PSDB) houve a falta de maior planejamento dos governos e da Compesa para o enfrentamento a seca em todo o estado.
Zezin citou que, quando as chuvas voltarem, não há uma quantidade de represas suficientes para armazenar grandes volumes e de água e foi mais além: colocando a culpa também em políticos de instâncias maiores pelos problemas.
O vereador também pontuou que a união dos vereadores já rendeu boas iniciativas para o município e voltou a defender que essa união seja feita mais uma vez, dessa vez na busca de ações de enfrentamento aos efeitos da longa estiagem.
.
No seu discurso, o vereador Fernando Aragão (PROS) falou sobre a mudança no calendário de abastecimento com água de Jucazinho.
O vereador citou que a mudança, que deixou Santa Cruz com apenas dois dias de abastecimento e 28 sem água, seria algo absurdo e inadmissível perante o potencial econômico do município.
Fernando citou que uma reunião com os dirigentes da Compesa em Recife é a primeira solução a ser tomada pelos vereadores e fez uma dura crítica ao ex-deputado federal José Augusto Maia (PROS).
“Como é que o ex-deputado federal José Augusto Maia destinou uma perfuratriz para a cidade de João Alfredo e não para a terra dele?! Lá ele não teve nenhum voto. Eu não entendo.”, disse.
Em aparte, o vereador Carlinhos da Cohab (PSL) falou sobre as declarações de Fernando e defendeu o ex-deputado, citando que já existe um requerimento, assinado pelas duas bancadas, para que Santa Cruz entre no consórcio de municípios Coninder, para que possa ter acesso a esse equipamento e também as máquinas da Usina Asfáltica.
Fernando concordou com o pensamento de Carlinhos e cobrou do presidente Afrânio Marques (PDT) cobre ao prefeito Edson Vieira (PSDB) para que entre no consórcio, cujas negociações já deveriam ser começadas desde janeiro deste ano.
.
O vereador usou da tribuna para responder aos que questionam ações, realizadas segundo ele, na zona rural, mais precisamente no distrito de Poço Fundo.
O vereador citou que, graças ao seu trabalho, ações chegaram ao distrito como o sinal de célula da operadora Vivo (com a ajuda do deputado estadual Diogo Moraes e do Prefeito Edson Vieira) e também a destinação de um trailer e uma viatura da guarda municipal ao distrito.
Quanto as críticas, o vereador citou que agora fará a divulgação de seuas ações de maneira mais intensa, de modo a divulgar ainda mais a sua pauta de trabalho.
“Ações eu tenho sim, e não são poucas.”, disse.
.
No seu discurso, o vereador Ronaldo Pacas (PSDC) falou sobre a chegada de duas novas ambulâncias ao Samu em Santa Cruz do Capibaribe.
Ronaldo falou sobre a diminuição de repasses federais que auxiliam na manutenção dos serviços e que o governo Edson Vieira arca, sozinho, com um complemento de mais de R$ 80 mil para que o serviço continue funcionando.
“O Samu recebe pouco mais de R$ 50 mil por mês do Governo Federal para que seja mantido o seu funcionamento. São 19 profissionais que lá estão e, além da manutenção das ambulâncias e da alimentação, outros gastos são feitos. Só a folha de pagamento deles ultrapassa os R$ 130 mil e a prefeitura entra com mais de 80 mil reais só para manter o SAMU em funcionamento.”, disse.
.
No seu discurso, o vereador falou sobre a inauguração do calçamento na Rua Manoel Marques, no bairro Rio Verde.
De acordo com o vereador, os 50% restantes do calçamento, feito em regime de parceria, foram concluídos e o vereador aproveitou para agradecer ao prefeito Edson Vieira e a toda equipe responsável pela obra.
Em seguida, o vereador falou sobre problemas na Rua Alfredo de Farias e citou que o prefeito também tinha se comprometido a buscar soluções para o problema de calçamentos naquela rua.
Por fim, o vereador fez uma cobrança ao secretário de Desenvolvimento Econômico Bruno Bezerra para que o telhado do Mercado Público Municipal, que passa por problemas, seja restaurado de modo a não prejudicar os comerciantes daquele local.
“Fiz essa cobrança a ele há mais de um mês. Ele me disse que ia consertar mas até agora isso não foi feito. Espero que dessa vez aquele telhado seja consertado para que aqueles comerciantes não seja mais prejudicados.”, disse.
.
NO principal tema de seu discurso, o vereador Galego de Mourinha (PTB) fez a denúncia de que o governo Vieira estaria em atraso com o pagamento a motoristas que levam alunos, da Via do Pará, as escolas.
De acordo com Galego, os motoristas estão há quatro meses sem receber e que alunos estariam sendo prejudicados, inclusive com a perda de aulas e provas do primeiro semestre letivo.
“É inadmissível que uma prefeitura que arrecada R$ 13 milhões por mês, possa deixar que aconteça uma coisa dessas.”, disse.
Por fim, Galego fez duas críticas a Compesa, com a mudança no calendário de abastecimento ao município com água de Jucazinho, sendo dois dias com água e 28 dias desabastecida.
.
Em seu discurso, o vereador Luciano Bezerra (PR) falou sobre problemas enfrentados por empresários e população quanto a ruas que ainda não possuem cadastro atualizado nos Correios quanto ao CEP.
Luciano trouxe uma proposta ao presidente da Casa, e também aos demais colegas, para que uma comissão especial sejam criada para tratar desse assunto, afim de resolver os problemas com essas ruas e fazer o levantamento de ruas que estejam sem nome no município.
A iniciativa também servirá, de acordo com o vereador, para auxiliar na atualização do cadastramento imobiliário do município e assim resolver não só o problema nos correios, mas também a chegada da energia elétrica a ruas que ficam em loteamentos e que, por não possuírem nomes de rua, não podem ser contempladas com o serviço.
.
No seu discurso, o vereador Carlinhos da Cohab (PSL) parabenizou o prefeito Edson Vieira (PSDB) pelo corte de gastos e de dias que seriam dedicados ao São João da Moda 2015.
Em nota enviada aos meios de imprensa, o prefeito alegou dificuldades quanto ao repasse de verbas federais, fator que diminuiu, em oito dias, a duração dos festejos.
Continuando suas falas, o vereador citou que a prefeitura economizaria em algumas áreas, mas que cometia gastos desnecessários em outras.
O exemplo citado por Carlinhos seria uma licitação para fornecimento de comidas para realização de “Coffee Breaks” para o prefeito e os vereadores de situação, no valor de R$ 141.990,00.
O valor seria gasto com salgados como coxinhas, empadas, tortinhas, bolinhos de bacalhau e tortas de morango, chocolate e caramelo, além de azeitonas, tábua de frios, queijo provolone, rissoles e presunto.
“O descaso é tanto que não sei falar muitos desses nomes aqui, que são comidas de rico. Enquanto o prefeito diz que economiza, o povo sobre com a falta de remédios na saúde.”, disse.
.
No seu discurso, o vereador petista falou sobre o problema da seca enfrentado pela Capital da Moda.
Deomedes Brito (PT) voltou a defender que a solução definitiva para o problema da seca não seria somente a adutora do agreste, mas sim a transposição das águas do Rio São Francisco, vindas através do município paraibano do Congo.
“Todo mundo só fala na transposição do Rio São Francisco, e às vezes o que eu falo, muita gente não dar importância por ser eu quem falo. Mas, essa transposição eu já falava há algum tempo e hoje eu quero dizer que temos outras possibilidades de transportar água e amenizar a seca em nossa região”.
.
O tema da mobilidade urbana foi assunto no discurso da vereadora.
Última a discursar, Narah Leandro (PSB) falou sobre a necessidade de abertura de uma concorrência pública para implantação do transporte coletivo no município, em cumprimento a uma lei municipal já existente desde 2011.
“Quero aqui reiterar com os estudantes que me procuraram que vamos lutar junto ao prefeito Edson Vieira para que ele regulamente a lei 1.964/2011 e autorize o processo licitatório de concorrência publica para que o povo de Santa Cruz tenha o direito ao acesso ao transporte público à população.”, disse.
