27
outubro
Possibilidade de suspensão temporária de cirurgias no HMRFA e insegurança pública movimentam discursos na Câmara
Na tarde de quinta-feira (27) foi realizada mais uma sessão ordinária da Câmara de Vereadores de Santa Cruz, onde dois temas foram pautas principais dos discursos.
O primeiro deles foi a possibilidade de suspensão temporária das cirurgias eletivas realizadas pelo Hospital Municipal Raimundo Francelino Aragão. Já o segundo tema foi, mais uma vez, a falta de segurança pública, onde alguns discursos acabaram surpreendendo a todos, principalmente com críticas ao Governador Paulo Câmara por parte de Junior Gomes.
Outro destaque ficou por conta dos discursos dos vereadores Fernando Aragão e Dida de Nan.
Fernando rebateu as acusações, segundo ele, feitas pelo prefeito Edson Vieira, de que o mesmo estaria devendo dois anos de IPTU ao município. Já Dida de Nan rebateu Fernando, mostrando documentos na tribuna que, segundo o mesmo, comprovariam débito superior a R$1600 por parte do líder da bancada de oposição.
Quanto aos Projetos de Lei apresentados, dois deles tiveram maior discussão. O primeiro deles, de autoria do Vereador Zé minhoca, trata da criação de políticas públicas para o auxílio as crianças com microcefalia no município, projeto este que foi aprovado em segunda votação.
Já o segundo o projeto, esse que rendeu o maior tempo de discussão por parte dos edis, está relacionado a volta do nome Padre José Aragão Araújo ao antigo prédio onde funcionou o antigo Colégio Cenecista, atualmente chamado de Escola Profa. Ivone Gonçalves.
O projeto que solicita a modificação do nome teve parecer de ilegalidade pela Comissão de Legislação Justiça, onde acabou sendo devolvido a comissão para que seja incluída a realização de um plebiscito.
Confira os discursos:
Primeiro a usar a tribuna, o vereador Ronaldo Pacas (PR) fez menção as falas do deputado estadual Diogo Moraes (PSB), no qual o mesmo se referiu ao anúncio do Governador Paulo Câmara (PSB) de que a retomada das obras da BR-104 tem data definida.
“É um marco muito importante para nosso Polo. O cronograma de governo já deveria ter sido concluído, mas entra ano e sai ano e isso não acontece. Espero que ela possa ser concluída e nos foi avisado de que as obras da BR-104 serão retomadas já em janeiro do ano que vem” – disse.
O vereador também falou sobre a insegurança, destacando que a cobrança deve partir de todos os membros da classe política e fez uma crítica a não permissão de políticos no protesto da Caminhada pela Paz, em 2015.
“Vale intensificar ainda mais essa cobrança, diferente de um movimento realizado meses atrás em que não quiseram os políticos, mas eles sabem que tudo depende da classe política” – pontuou.
.
Dois temas nortearam o discurso do vereador Ernesto Maia (PT). No primeiro, o mesmo destacou a possibilidade, levantada por médicos que integram o bloco cirúrgico do Hospital Municipal, de que o mesmo entre em recesso por mais três meses.
Na tentativa de evitar a possibilidade, parte da equipe médica se mostrou disposta a trabalhar de graça, para manter o mesmo em funcionamento, sendo que o mesmo voltou a funcionar recentemente, após oito meses de paralisação. O mesmo fez uma crítica ao prefeito Edson Vieira (PSDB) quanto a polêmica.
“Vai chegando a campanha e ele volta a fazer a cirurgia, mas passada a campanha o prefeito suspende sem se preocupar com a população” – disse.
Em seguida, o mesmo denunciou que funcionários contratados pela prefeitura estariam com salários atrasados e que poderiam ser demitidos. Para ele, se houver demissões agora, elas aconteceriam de forma irregular, relatou que não houve repasse pela prefeitura do desconto de empréstimos consignados e fez novas críticas ao prefeito.
“O que vemos é uma Prefeitura que gastou mal, que contratou mais do que devia só para ter cabos eleitorais” – pontuou.
.
No principal tema de seu discurso, a vereadora Narah Leandro (PSB) destacou o envio de um ofício à Secretaria de Defesa Social do Estado, solicitando para que uma operação especial de segurança seja implantada em estradas do Polo para enfrentamento aos assaltos a sacoleiros.
“Tenho esperança de que é essa solicitação seja atendida não pela vereadora, mas pelo povo de Santa Cruz que está precisando” – disse.
Em seguida a vereadora falou sobre a nova data para retomada das obras de duplicação da BR-104, destacou também a visita do governador as obras do Sistema Pirangi e aproveitou para pedir a todos os vereadores uma cobrança maior aos deputados federais quanto a recursos para amenizar a crise no abastecimento.
No seu discurso, o vereador Zezin Buxin (PSDB) mostrou preocupação com a possibilidade de Santa Cruz enfrentar um novo surto de arboviroses, como o que ocorreu em 2015.
De acordo com o vereador, a previsão de chuvas por parte de meteorologistas faz com que a população tenha a necessidade de redobrar seus cuidados, em especial na eliminação de focos do mosquito Aedes aegypti, que transmite a dengue, o Zika Vírus e a febre chikungunya.
Em seguida, o mesmo falou sobre o fato do prefeito Edson Vieira, em época de surto de casos suspeitos, não ter aceitado a colaboração do exército, onde foi alvo de críticas da Oposição.
“O prefeito não aceitou ajuda do Exército, foi criticado por isso, mas ele montou o seu próprio exército e conseguiu dar conta. É previsto que vai chover, que podemos ter uma chance maior de proliferação dessa praga, mas não podemos deixar a água ficar parada. Todos sabem, é só fazer a coisa certa pensando no seu bem” – pontuou.
No seu discurso, o presidente da Câmara falou sobre a situação estrutural da barragem de Jucazinho.
Afrânio Marques (PDT) mostrou fotos de uma visita realizada as paredes da barragem, que mostravam várias rachaduras e grandes fissuras em diversos pontos e frisou que o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) tem conhecimento do problema há muito tempo.
“Ficamos estarrecidos com problema dessa barragem isso é de conhecimento do DNOCS desde 2004. Imagine o tamanho da catástrofe se reparos não forem realizados” – disse, frisando a possibilidade de rompimento de suas paredes com um grande volume de água.
O vereador destacou também que espera a liberação de cerca de R$ 50 milhões aconteça de forma breve e que as obras para reestruturação da barragem possam ter início.
Abrindo seu discurso, o vereador Klemerson Pipoca (PSDB) destacou o anuncio, por parte da Compesa, do percentual em que estão as obras do Sistema Pirangi.
“Vimos algumas reportagens que mostram que as obras estão dentro do prazo, mas precisamos ficar em cima, acompanhando” – disse.
Em seguida, o mesmo falou sobre a solicitação para que a barragem de Poço Fundo e o Açude de Machados possam passar por processo de limpeza, aproveitando a não chegada de chuvas.
Por fim, ele destacou a aprovação do Projeto de Lei de sua autoria, que transforma em patrimônio material o doce caseiro produzido no distrito de Poço Fundo.
No seu discurso do vereador Galego de Mourinha (PTB) mostrou mais uma vez a sua preocupação com a insegurança em Santa Cruz. Se dirigindo a presidência da Casa, o vereador voltou a cobrar para que seja marcada mais uma vez uma audiência com o atual secretário de Defesa Social do Estado de Pernambuco.
“Temos que fazer a nossa parte, levar conhecimento dos nossos problemas. Se abrirmos o WhatsApp ou Facebook, só temos relatos de assaltos. Em Santa Cruz, se não tiver cuidado, vamos ficar numa cidade onde não haverá jeito para com essa violência. Não vamos ter medo porque o prefeito já foi e teve uma resposta, mas eu quero que ele ouça também a nossa parte. Essa câmara precisa ser ouvida” – pontuou.
No seu discurso, o vereador Zé Minhoca (PSDB) mostrou preocupação quanto a nova data apontada para reinício das obras de duplicação da BR-104.
O vereador mostrou sua incerteza de que as obras, de fato, serão reiniciadas e cobrou para que uma união entre prefeitos seja realizada para cobrar ainda mais sobre o assunto.
O vereador aproveitou para falar de mais uma ida a Capital Federal e, ao falar sobre a proximidade da realização de mais uma Marcha dos Prefeitos (que vão uma vez ao ano, em massa, a Brasília com o objetivo de buscar recursos), foi enfático nas críticas.
“Vai ter a nova Marcha dos Prefeitos agora em novembro, mas não vai adiantar. O “homem” (em referência ao presidente Temer) vai dizer que não tem dinheiro e priu!” – disse.
O vereador pediu a presidência da Câmara para que libere três vereadores, para que possam acompanhar as negociações em Brasília e, ainda sobre a viagem, afirmou que visitou o gabinete do deputado federal Ricardo Teobaldo (PTB), porém criticou que nenhum recurso teria sido liberado a Santa Cruz através de emendas por parte do mesmo.
Dois pontos principais nortearam o discurso de Carlinhos da Cohab (PTB). No primeiro deles, o vereador voltou a fazer críticas a vereadora de situação Narah Leandro, por sua postura de defesa em relação ao Governo Paulo Câmara.
“Ouço a vereadora Narah dizer que o governador está fazendo o trabalho, a parte dele. Não há quem aguente vereadora” – disse.
Em seguida, o mesmo criticou a insegurança no município, destacando a explosão de caixas eletrônicos no Moda Center e aproveitou para mostrar apoio a crítica de Junior Gomes a Afrânio Marques, quanto a não marcação de uma reunião com o comando do 24º BPM, para tratar da insegurança. Em seguida, fez novas críticas ao governador.
“Para aparecer às vésperas da eleição, ele colocou cinco viaturas para esta cidade. Cadê elas?! Esse governo que está aí é um governo de enrolation” – ironizou.
No principal ponto de seu discurso, o vereador petebista destacou a possibilidade apontada por médicos que integram a equipe do bloco cirúrgico do Hospital Municipal, de o mesmo ter as suas atividades suspensas por mais três meses.
“Falta dentista no PSF do Santo Agostinho, curativos e remédios. Ele agora quer parar com as atividades do bloco cirúrgico. Vejo isso como um absurdo” – disse.
Em seguida, Deomedes Brito (PT) falou sobre a data anunciada para reinício das obras da BR-104, em janeiro de 20147.
Segundo ele, antes das obras serem paralisadas, houve uma falha por parte dos vereadores da Casa e de outras cidades, que deveriam, segundo ele, ter se unido e formado duas frentes de fiscalização quando a mesma estava sendo duplicada.
No principal ponto de seu discurso, o vereador Helinho Aragão (PTB) fez críticas a políticos que, segundo ele, assumem a paternidade pelo anúncio da nova data de início previsto para as obras de duplicação da BR-104
“Nunca vi tanto pai dessa obra. Nunca vi tanto político querendo ser o pai dessas obras. O pai delas é o povo” – disse.
Em seguida o vereador destacou tema da insegurança e frisou que entidades como a ASCAP e a CDL, juntamente com a prefeitura, estão realizando uma parceria para compra de motos para o policiamento da ROCAM.
O mesmo frisou também que a prefeitura deveria contribuir mais com esse processo, do que apenas com duas motos.
No principal ponto de seu discurso, o vereador Fernando Aragão rebateu declarações, segundo ele, dadas pelo prefeito Edson Vieira (PSDB) de que o mesmo estaria devendo 02 anos de IPTU ao município.
“Prefeito, se o senhor não quiser levar pancada, que respeite ou então coloque um processo contra mim, pois quem está com o IPTU atrasado, pode ser levado a Justiça. Desbloqueie seus bens; pois eu sei que o senhor dorme de cabeça pesada” – disse.
O vereador aproveitou para rebater críticas feitas, por Zé Minhoca, ao deputado federal Ricardo Teobaldo. Fernando citou que, segundo o mesmo, o deputado teria sim enviado recursos ao município na ordem de R$ 1.500.000 para serem utilizados nas áreas de saúde e pavimentação.
O vereador Dida de Nan (PSDB) fez diversas críticas ao também vereador Fernando Aragão (PTB). Segundo ele, o líder da Oposição estaria devendo dois anos de IPTU ao município respectivamente os anos de 2007 e 2008.
Para comprovar suas afirmações, Dida mostrou na Tribuna dois extratos que, segundo ele, seriam atribuídos a uma dívida de Fernando que ultrapassaria R$ 1600,00 e continuou com seu discurso de ataque ao adversário.
“Um cidadão desse diz que aguenta arrocho. Ele disse que fui eu que disse que não fez nada por Santa Cruz, mas foi Dimas Dantas, seu aliado. Ele não se zanga com ele, mas comigo sim” – pontuou.
No principal ponto de seu discurso, o vereador Junior Gomes (PSB) fez duras críticas ao Governador Paulo Câmara (PSB). Segundo ele, mesmo com as obras e parcerias com Governo do Estado a exemplo do Calçadão e da Central de Feiras e Mercados, o governador não atendia nenhuma reivindicação para o município quando o assunto era a segurança pública.
“É impressionante a falta de atenção que temos do Governo do Estado quanto a insegurança. Não dá para concordar que, mesmo com tantos pedidos feitos, ele não atende em nada” – disse.
Em seguida o vereador apresentou uma cópia de um ofício feito pela Frente Parlamentar em que faz parte, no qual solicita, desde outubro de 2015, melhorias para segurança pública e também mais agilidade para reinício das obras da BR 104.
Junior continuou as críticas, frisando que Paulo Câmara não dava a importância devida aos vereadores quanto as suas reivindicações.
“A regra é: só é atendido pelo governo do estado deputado estadual e Prefeito. Vereador só vai para tirar foto e fazer volume” – disse.
Finalizando o seu discurso, ele voltou a cobrar de Afrânio para que realize a reunião com comando do 24º BPM e lamentou a postura do presidente em marcar tal reunião apenas na semana que vem.
Finalizando os discursos, o vereador Luciano Bezerra (Rede) fez um alerta quanto, segundo o mesmo, a queda de arrecadação de recursos previstos para o município em 2017.
De acordo com o vereador, o ano de 2016 está sendo difícil para o município, onde a previsão na Lei Orçamentária Anual (LOA), que apontava uma arrecadação de R$ 170 milhões em 2016, não chegará aos R$ 145 milhões previstos em despesas, dando a entender que a nova gestão começará no vermelho.
“Até agosto, foram arrecadados R$93 milhões e a previsão é de que para o final do ano não vamos atingir os R$ 145 milhões. Isso revela que é Santa Cruz sofreu os efeitos com a crise” – disse.
Em seguida, o mesmo frisou que para o ano que vem, estariam previstos uma queda de 4 milhões em relação a 2016, onde o valor previsto na arrecadação será de R$ 166 milhões.
