14
dezembro

Entrevista com o deputado federal Eduardo da Fonte


Deputado faz críticas a Edson Vieira e fala sobre emendas, polêmico voto ao impeachment de Dilma e objetivos do partido para 2018

 

O deputado federal Eduardo da Fonte (PP) foi mais um entrevistado por Ney Lima e Janielson Santos, durante a visita que ambos fazem na capital federal. As entrevistas estão sendo feitas com políticos que possuem bases eleitorais em Santa Cruz do Capibaribe, em cidades que fazem parte do Polo de Confecções e possuem focos diversos, entre eles, as eleições 2018.

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O “sumiço” do deputado em Santa Cruz e referência a emendas para a cidade em 2018

A primeira pergunta feita ao deputado está relacionada ao seu “sumiço” com relação a cidade de Santa Cruz, local que também possui bases eleitorais.

Sobre a pergunta, o deputado citou que continua trabalhando em Brasília e aproveitou para fazer referência a destinação de novos recursos ao município, desta vez como foco na segurança.

“Tenho colocado, todos os anos, emendas importantes para Santa Cruz. Isso faz com que outros parlamentares também coloquem essas emendas e só quem ganha é Santa Cruz. Esse ano, colocamos no orçamento de 2018 uma verba para a segurança pública. Sei que é um dos maiores problemas que o estado vem atravessando” – disse.

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Críticas ao prefeito Edson Vieira

Eduardo foi questionado sobre o fato de que, até pouco tempo atrás, a destinação de recursos a Santa Cruz teria mais visibilidade e também se, na opinião dele, existiria algum problema, por parte do governo municipal, quanto a aplicação desses recursos destinados. Sobre esses pontos, ele foi taxativo, fazendo críticas ao prefeito Edson Vieira (PSDB).

“Infelizmente, o prefeito Edson Vieira faz questão de esconder nossas emendas, achando que, com isso, o deputado dele talvez tenha mais votos; tenha mais espaço da população de Santa Cruz. Isso é uma atitude pequena de Edson, que não levo em consideração e, todos os anos, independente dele estar administrando, eu continuo a mandar as emendas. Isso, ele não tem como negar, agora o que fico preocupado também é com a falta de capacidade da gestão em executar essas emendas” – disse.

Dafonte citou como exemplo os R$ 900 mil que teriam sido destinados para a construção de uma cozinha industrial (cujas obras ainda não tiveram início) e outros recursos que estariam na Caixa Econômica Federal.

“Ele não dá informação; não presta contas com a gente, mas o nosso trabalho é esse: levar recursos do Governo Federal” – frisou.

Dafonte citou que chegou a encontrar com o prefeito em outras oportunidades e que o mesmo, sequer por alguma vez, teria o questionado sobre a finalidade dos recursos que teriam sido destinados.

O político foi questionado sobre se esse problema de “esconder as emendas” seria algo que aconteceria também em outras cidades que não possuem prefeitos aliados, mais uma vez as críticas foram direcionadas a Edson.

“Santa Cruz é um caso atípico. Eu venho colocando emendas todos os anos, regularmente, desde quando Toinho do Pará era prefeito. Colocamos para asfalto, cozinha industrial para as escolas para melhorar a qualidade da merenda, isso discutindo muito com Dimas e Natálio, equipamentos para os hospitais e diversificadas” – disse.

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Menção a aliados: Dimas Dantas e Natálio Arruda

Ainda sobre o tema das emendas, o deputado citou que a área de destinação seria definida com seus aliados no município, dando destaque maior ao ex-vice-prefeito Dimas Dantas e também ao ex-vereador Natálio Arruda.

“Tenho conversado com esses amigos que tenho em Santa Cruz e ficado sempre a par do que vem acontecendo e, por isso, conversando com o grupo, escolhemos quais recursos que iríamos mandar e, justamente, foi o problema da segurança. Mandamos para aquisição de viatura, motocicletas, para que a prefeitura possa melhorar a frota da Guarda Municipal e priorizar a segurança” – pontuou.

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Polêmica em torno da votação do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff

Dafonte foi questionado quanto ao polêmico episódio da votação a favor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Em várias oportunidades, até mesmo a imprensa de Santa Cruz, ele citou ser contrário à ideia, mas no ato da votação, foi favorável. Sobre como explicar isso ao seu eleitorado no estado, ele disse:

“O partido fechou questão nacionalmente para votar a favor do impeachment e, naquele momento, quando fui votar, o impeachment já estava consolidado e foi com o voto de Bruno Araújo. Eu votei posterior a Bruno e não tinha mais o que fazer. Tinha que optar em perder o partido em Pernambuco, talvez chegasse a esse extremo, ou acompanhava a orientação do partido. Como o leite já estava derramado, não tinha mais o que ser feito. O que eu tenho que mostrar coerência na forma que estou votando com o povo pernambucano. Votei contra a Reforma Trabalhista apesar da orientação do partido em votar favorável. Entendo que esse governo não tem legitimidade em fazer essas reformas como a Reforma da Previdência e isso são questões que precisam ser debatidos e com um governo legitimamente eleito. Digo que, sem ressentimentos e sem preocupação nenhuma em prestar contas dos meus atos em Brasília. Por isso, que votei no impeachment”.

Ainda segundo ele, o Partido Progressista no estado caminhará com apoio a uma eventual candidatura à presidência de Lula (PT), mesmo que a decisão seja contrária ao posicionamento da legenda em âmbito nacional e que seu voto a favor teria sido não teria sido por convicção.

“Ela já tinha o número de votos para o impeachment e eu teria que optar por arrumar um problema partidário. A radicalização estava muito grande e não tinha o que fazer, mas volto a dizer que nosso compromisso não era com a presidente Dilma também, mas com o presidente Lula. É isso que estou buscando dentro do Partido Progressista em Pernambuco”.

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Peso político nas pessoas que votaram dessa forma e arquivamento temporário das denúncias contra Michel Temer

Para ele, nenhum país aguentaria sucessivas eleições presidenciais, fazendo referência a eleição de Dilma, o impeachment, as votações para arquivamento das denúncias e as novas eleições para o ano que vem.

Para ele, seria demagogia deixar o poder com mais uma presidência temporária, o que faria, segundo ele, a situação ficar ainda mais caótica.

“Precisamos ter tranquilidade política para que o país volte a crescer e gerar empregos para que possamos voltar aos anos de desenvolvimento que tivemos em Pernambuco. Estamos chegando em 2018 e a economia deixa muito a desejar da economia de 2009 ou 2010; a geração de empregos daquele momento que o estado viveu. O Brasil perdeu, com essa instabilidade, quase 15 anos. É um prejuízo que requer muito trabalho e responsabilidade com os atos para que possamos colocar o país nos trilhos e isso só vai acontecer com as eleições diretas de 2018” – disse.

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Reforma da previdência

Dafonte foi questionado sobre seu posicionamento com relação ao tema, que pode entrar na pauta de votações pelo Congresso Nacional ainda este ano. Reafirmando o que disse antes, afirmou que o governo Michel Temer não teria legitimidade para colocar a questão em pauta e que manteria o voto contrário.

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Eleições 2018

“Estamos buscando uma vaga na majoritária, que poderá ser disputada por mim ou pelo pastor Cleiton Collins. Buscamos ampliar nossa bancada de deputados federais, mas estamos concentrando na nossa bancada de estaduais. Temos seis deputados estaduais e, na última eleição de 2014, elegemos cinco. Temos a expectativa de passarmos de 10, podendo chegar até 12. Esse é o projeto prioritário”.

Ainda segundo ele, haverá palanque em Santa Cruz e em outras cidades da região.

“Se Deus quiser, o povo tem esse carinho com a gente e isso será colocado, mais uma vez, para a avaliação em Santa Cruz em 2018” – pontuou.

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