Foto: Elivaldo Araújo.
Funcionário público concursado na área de saúde há cerca 14 anos, atual presidente da Associação dos Agentes de Saúde de Santa Cruz do Capibaribe e estudante de direito na Associação Caruaruense de Ensino Superior (ASCES), Gilmar José Cordeiro, 34 anos, também buscará em 2016, uma das 17 vagas na Casa José Vieira de Araújo.
Atualmente filiado ao PROS, ele disputou a eleição em 2012 no palanque ‘taboquinha’, fazendo a mudança política este ano, e acredita que, pelo grande número de pré-candidatos que se apresentam, o próximo pleito tende a ser mais acirrado.
Confira a entrevista completa, com os objetivos e análises do cenário político atual do município, com Gilmar da Saúde.
Blog – Como surgiu esse interesse de ingressar na vida política?
Gilmar da saúde – Começou quando eu percebi que a cidade de Santa Cruz precisava de uma renovação na forma de pensar. Tenho percebido que através dos tempos, o quadro de vereadores segue praticamente o mesmo, com repetições de familiares. Acho que Santa Cruz precisa de um representante diretamente do povo, que conheça as necessidades reais do povo. Minha vontade nasceu dessa falta de identificação de alguns que estão lá.
Blog –Com as críticas que você faz à Câmara de Vereadores, podemos dizer que ela hoje não lhe representa? E quais os principais problemas que encontra?
Gilmar da saúde – Dizer que não representa eu seria muito pretensioso. Mas vejo que poderia fazer trabalhos melhores. Tem bons trabalhos, vereadores que se destacam, mas outros deixam muito a desejar. Percebo que a Câmara necessita de renovação de pensamento.
Blog – Você fala em novos ideais. Quando se fala em novo, não é evidentemente na idade, mas quem hoje não representa esse pensamento na Casa de leis?
Gilmar da saúde– O que não representa é aquele político que não se recicla, vota por que é de família, de lado partidário. E o povo santa-cruzense de hoje tá deixando essa característica. Isso é uma das coisas boas. As decisões políticas estão sendo decididas por aquele público que não tem mais esse partidarismo, estão olhando as propostas.
Blog – Até que ponto a questão financeira vai influenciar a eleição de 2016?
Gilmar da saúde – É um ponto preponderante. Santa Cruz e regida pelas campanhas caras, até por um fator cultural de nossa cidade. A população precisa entender o que é o papel do vereador. Minha campanha será de amigos. Tenho proposto ideias a pessoas próximas e pessoas que não conheço, os ideais de fazer uma política diferente onde a população tenha voz e vez e possam dar suas opiniões. A questão financeira infelizmente até hoje insere um certo peso por que as pessoas têm a tendência de ir pela badalação, que acho que é um dos defeitos, não digo 100% mas que acaba atrapalhando a questão da democracia. Mas isso vai sendo mudado.
Blog – Em 2016, você vai estar num palanque diferente da eleição passada. Ao que se deve essa sua mudança e outras, ao longo desses anos?
Gilmar da saúde – Primeiramente eu sou muito grato a todos que votaram em mim, no grupo taboquinha, tenho muito amigos por lá. O que me fez sair do grupo foram questões pessoais com alguns candidatos que não cumpriram com a forma que disseram que iam fazer política. Traçaram uma idéia e fizeram de outra forma, isso atrapalhou minha andada no grupo. Entendo que você deve estar num lugar em que lhe dão liberdade de crescer politicamente. Ter uma voz no grupo. E isso, infelizmente eu não consegui e esse grupo agora (Boca-preta) me abriu essa porta, de ser ouvido e acata minhas idéias. Isso me cativou.
Blog – Até pelo número de pré-candidatos que se apresentam, enxerga uma eleição 2016 mais complicada no grupo de situação?
Gilmar da saúde – Isso é uma realidade. Tem muitos pré-candidatos com potencial de chegar a ser eleito. Mas cada um vai vender seu peixe, vai mostrar de forma clara o porque de Santa Cruz precisar daquele vereador. Eu estou aqui para mostrar a renovação. Ao meu ver, democracia é isso, é mudança, alternância, dar espaço ao novo, e acredito que hoje Santa Cruz só tem a crescer se der ouvido a essas novas pessoas.
Blog – Taboquinha x Boca-preta. Como você analisa essa questão partidária cultural de nossa cidade?
Gilmar da saúde– Como você mesmo disse, é uma questão cultural. Vejo que existem os prós e os contras. Os prós é que são em relação a firmeza e solidez dos partidos que deve se ter para se fazer um governo. E vejo o contra quando essa mesma solidez se torna politicagem, que não é política. O cidadão as vezes se perde por causa de cores, deixa de lutar em benefício da sociedade pra lutar em prol de A ou B. Quando se tem essa noção de política é maléfica. Mas quando se tem um grupo que tenta fazer algo em que traga benefício a população é benéfico. Então tudo isso é muito relativo e tem os prós e contras.
Blog – Avaliação exclusiva da gestão Edson Vieira, nesses três anos?
Gilmar da saúde– O prefeito tem se esforçado muito para fazer uma política justa. Existem problemas no governo, como qualquer outro, mas vejo o esforço dele. Vejo a atenção em tentar resolver as coisas que estão ao seu alcance e na área que estou, de saúde, posso dizer que a atenção tem sido dada. Ele tem se esforçado para atender os anseios da secretaria de saúde, embora hoje o contexto nacional nos remete a ver dificuldades, mas no total ele tem corrido em busca do melhor para população.
Blog – Avaliação da oposição, nesse contexto? Atuação tanto dos parlamentares como de outros membros sem mandatos?
Gilmar da saúde – É complicado julgar as pessoas… Mas a população é inteligente, ela tem visto como tem sido feito a política da oposição. E se for para fiscalizar e fazer o seu papel é benéfico, se for para prejudicar, apenas por prejudicar a gestão, é maléfico. Quem vai decidir isso é a população ano que vem. A maior carta de recomendação que se dar é a população que vai ver como é feito a política, quem trabalha realmente com honestidade e quem não trabalha.
Blog – Sendo eleito, assumindo uma vaga em 2017 na Câmara de vereadores, qual ou quais as suas bandeiras principais?
Gilmar da saúde– Uma das que com certeza vou carregar é a questão da saúde, área da qual sou funcionário público há 14 anos, e tenho o prazer de trabalhar com os agentes comunitários. Já fizemos várias conquistas por eles, trabalhando a área de funcionalismo, ver a saúde funcionando efetivamente, os PSF’s, o hospital, trazer melhorias através de projetos. Também lutar pela bandeira evangélica, católica das pessoas que têm fé. Sou um defensor nato da família e acredito que a família tem que ser defendida e seus propósitos serem levados até o fim. Uma sociedade justa começa na família e percebo que a cada dia, tenta-se desvirtuar a questão da família e sou um lutador por ela. Além da questão de lazer, Santa Cruz tem um potencial muito grande na questão financeira, mas falta no lazer. Esses projetos podem ser feitos através de parceria e precisam do primeiro empurrão e eu vou fazer isso se me derem a oportunidade. Bem como, defendo que os bairros tenham representantes. Alguns não têm. As vezes o vereador tem a boa vontade, mas não conhecem os problemas a fundo, e com a criação de associações voluntárias onde a população discuta periodicamente os problemas, com certeza o vereador terá embasamento para fazer projetos direcionados.
