17
março

CPI do Calçadão é encerrada


Em reunião tensa, CPI do Calçadão é encerrada na Câmara

 

Fotos: Thonny Hill

Fotos: Thonny Hill

Na manhã desta quinta-feira (17) foi realizada mais uma reunião, na Câmara de Vereadores, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga as supostas denúncias relacionadas ao Calçadão Miguel Arraes de Alencar.

 

As investigações tinham sido divididas em duas partes: 1) suposta falsificação de documentos em benefício de supostos correligionários do prefeito Edson Vieira (PSDB) e 2) o suposto favorecimento político de pessoas com pontos comerciais.

 

Na reunião, estava prevista a ouvida de mais uma testemunha, Sonildo Jacinto de Lima, que havia sido citado no tocante aos casos de duplicidade de alvarás, que integram a primeira parte das denúncias.

 

Testemunha não é localizada mais uma vez e reunião esquenta

 

Um fato que chamou a atenção é que Sonildo, mais uma vez, não foi localizado para prestar depoimento.

 

De acordo com a comissão, os autos do processo registravam o endereço de onde o mesmo residia, porém não havia o número da casa. Ficou a cargo da própria Câmara de Vereadores localizar Sonildo e a não localização fez com o clima da reunião esquentasse.

 

Ernesto solicita condução coercitiva e relata falta de documentos por parte da Prefeitura

 

Ernesto citou que a convocação de Sonildo a prestar esclarecimentos seria uma peça-chave para o andamento dos trabalhos da CPI e sugeriu a condução coercitiva (aquela em que o mesmo é obrigado a depor) da testemunha.

 

IMG_5228Ernesto fez críticas à forma de como a equipe da Câmara procedeu para tentar localizá-lo, citando que excluíram o seu local de trabalho no Calçadão e propôs o prazo de mais uma semana para semana para que o mesmo pudesse ser localizado.

 

O vereador também fez novas críticas, citando que documentos que foram solicitados a prefeitura não foram completamente enviados.

 

“Falta a denúncia principal. Estamos vendo por enquanto apenas o caso da falsificação de documentos. A principal é a denúncia de favorecimento da entrega de boxes. A gente só poderia ver isso quando ela entregasse o cadastro e ela não entregou. Só estamos escutando (testemunhas) em relação à falsificação de documentos. Do favorecimento, não ouvimos ninguém” – disse.

Após as alegações, o vereador teve seu pedido negado pelo vereador Zé Minhoca, que preside os trabalhos.

 

Zé Minhoca rebate e dispensa novas ouvidas

 

IMG_5230Em seguida, Zé Minhoca (PSDB) afirmou que não haveria na necessidade de se ouvir Sonildo e também José Henrique de Lima, que foram citados pelo feirante Kelves Murilo no tocante a um caso de duplicidade de alvarás.

 

Segundo Zé, como todos chegaram a um acordo sobre a questão de quem ficaria em cada box, a questão já tinha sido esclarecida e rebateu as alegações de Ernesto.

 

“Até o presente momento, tudo o que foi solicitado pelos senhores, especialmente pelo vereador Ernesto Maia, nós concedemos” e completou: “Eu tenho prazos. Escutamos quem você queria. Desde a primeira reunião, o que você queria, nós fizemos. Você só quer o quanto pior, melhor” – disse.

 

Presidente solicita confecção do relatório final

.

IMG_5246.

No ponto mais quente da reunião, o presidente Zé Minhoca solicitou para que o relatório final dos trabalhos da CPI fosse confeccionado pelo vereador Luciano Bezerra (PR), que é o relator da CPI.

 

Segundo Zé Minhoca, todos os procedimentos que teriam sido acordados na primeira reunião foram realizados e não aceitou o pedido de Ernesto pela prorrogação dos trabalhos por mais 90 dias.

“Recebemos a denúncia, fizemos as leituras, encaminhamos os ofícios que nós três achávamos que eram necessários, comunicamos até o vereador Vânio Vieira que, por questões particulares, não quis participar, o oficiamos, já que ele foi um dos principais articuladores para que essa CPI fosse instaurada e ele não apareceu… Fizemos as diligências que foram necessárias; fomos ao Fórum e tivemos acesso a documentos” e completou: “Eu retomo e definimos as datas que foram elaboradas, analisamos as provas que foram apresentadas, definimos as datas das reuniões, ouvimos as testemunhas que foram convocadas e como ficou decidido, vossa excelência (Luciano Bezerra) tem até quarta-feira (23) para a confecção do relatório” – disse.

 

“O que ele tinha feito até a semana passada era um jogo de cena” – dispara Ernesto

 

Em entrevista concedida ao blog após a reunião, o vereador Ernesto Maia fez duras críticas ao vereador Zé Minhoca.

 

Segundo ele, apenas uma parte das denúncias foram investigadas e que o presidente teria excluído, de maneira intencional, as investigações sobre suposto favorecimento político com pontos comerciais.

 

“Lamentamos essa posição de Zé Minhoca que, eu que o elogiei em reuniões passadas, hoje digo que o que ele tinha feito até a semana passada era um jogo de cena e não mostra querer esclarecer as situações. As denúncias do Calçadão são muito sérias, que envolve entes políticos de favorecimento. Na questão do favorecimento, não ouvimos ninguém e até pessoas que nos procuraram de maneira espontânea para prestar depoimentos, não foram levados em consideração. O presidente tinha a obrigação de ouvir todas as pessoas que tinham nos procurado” – disse.

 

Situacionistas se recusam a dar entrevista

 

Nossa equipe tentou gravar entrevista com o vereador Zé Minhoca, mas o mesmo recusou. Já Luciano Bezerra citou que só poderia dar entrevistas sobre o caso apenas após a confecção do relatório final. As perguntas girariam em torno do andamento da CPI, pontos polêmicos como a venda de boxes e lojas (flagrados em redes sociais) e também o balanço final dos trabalhos realizados.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

Notícias Anteriores


Meses Anteriores